I’m the Villainess, So I’m Taming the Final Boss (Akuyaku Reijou nanode Last Boss wo Kattemimashita) é um anime do estúdio Maho Film que adapta a light novel escrita por Sarasa Nagase e ilustrada por Mai Murasaki. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Aileen se vê numa situação devastadora e percebe que sua vida está em risco após ter seu noivado anulado. Para evitar uma morte patética, ela vai atrás de um lorde demônio…”

 

Sim, Villainess é tipo o anime da Catarina. Não, não é exatamente igual também. Por quê? Porque, ao menos na estreia, nenhuma indicação de harém foi dada. Além disso, se ignorou mais o aspecto “isekai” da obra a fim de focar na comédia e no romance. Deu certo?

Eu acho que sim, pois em pequenos detalhes o episódio foi todo muito consistente e recompensador. Começando com a confusão inicial da heroína e a dedução a qual ela chega, passando por suas tentativas de se aproximar do Rei Demônio e o final encantador entre os dois.

Mas vamos por partes, primeiro quero elogiar a abertura, a qual encarei como uma extensão do conceito de visual novel, que é o tipo de jogo que é o otome game que dá base ao mundo do anime. Acho que os trechos falados e toda a urgência do eu lírico caíram muito bem.

A animação em si não fez chover, mas entregou o suficiente dentro da proposta, com destaque especial para os últimos minutos do episódios, com direito a céu estrelado de fundo para o herói e as expressões fofas da heroína diante da surpresa do seu “príncipe”.

Príncipe não, o Rei Demônio (que o tradutor traz como “Lorde Demônio”, mas vou usar o termo mais conhecido) do qual ela se aproxima primeiramente pelo instinto de sobrevivência, mas ao longo do episódio dá toda a pinta de ter virado amor e que é recíproco.

Se o pedido de casamento dela foi de supetão, a interação dos dois já foi mais cadenciada e divertida, provendo consigo também momentos fofos importantes a fim de quebrar o gelo entre os dois e chamar uma atenção mútua, que foi além das aparências já nessa estreia.

E por que isso é importante se ambos são os “vilões” da história? Porque é muito mais interessante se o anime brincar com essa caracterização de vilania ao nos familiarizar com dois personagens de caráter e atitudes boas, isso potencializa a trama em seus mais variados aspectos.

E sim, faz sentido. Pensa comigo, a história “triste” da vilã já é apresentada de maneira contextualizada, a tornando menos pior do que ela é aos olhos dos outros. Se somarmos isso ao fato dela não ser a vilã do jogo, mas a humana que foi parar lá, fica ainda mais fácil acolhê-la.

Quanto ao Rei Demônio Claude, a forma como explicam a história dele e até a premissa de como ele se transformará em dragão (se levado a um estado de cólera incontrolável) dão muito brecha para que ele tenha tão ou mais valores morais que o irmão. Mais, aparentemente.

Inclusive, a própria ótica sob a qual enxergamos a história, que são os olhos da heroína, nos fazem sentir isso, que não é nem que os humanos são os verdadeiros vilões ou que não têm motivos para odiá-la, é só que a coisa é mais cinzenta do que diz as aparências.

E tudo isso sem perder o tom da comédia, esta muito bem explorada em momentos como o do envenenamento do corvo ou nas interações entre os protagonistas. E não foi só de comédia e drama guiado que esse estreia viveu, teve um teor romântico bem interessante.

Gostei muito da ajudinha que ela deu ao Rei Demônio e de como ele respondeu ao favor, pois foi mais uma questão de forma que exatamente de intenção. Ela podia querer só se beneficiar com isso, mas ela se arriscou, demonstrando preocupação genuína com os monstros.

Vendo aquilo fez todo sentido a interferência do Rei Demônio, e claro, o teor romântico apresentado a nós de lambuja. Não para forçar uma atração maniqueísta, mas sim genuína devido aos avanços da Aileen e a aclimatação do Claude ao ritmo e o jeito da moça.

Por fim, é impossível não shippar os dois e isso, em um anime que se propõe a ser divertido, mas ter uma pegada de romance, me anima genuinamente. Sim, Villainess é parecido com Hamefura, mas nem tanto. O suficiente para valer a pena dá-lo uma chance? Com certeza.

Até a próxima!

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