To Your Eternity (Fumetsu no Anata e) voltou com sua segunda temporada após um ano da primeira e com a mesma abertura, Pink Blood, eternizada na voz inesquecível de Utada Hikaru. E essa sensibilidade me fez recepcionar essa nova fase da história com ainda mais carinho…

Porque já sou muito afeito ao que é Fumetsu, a história de Fushi, uma existência imortal que vai “ganhando” humanidade enquanto se depara com a morte, se apaga as pessoas e se envolve em suas próprias jornadas. Fushi é um livro em branco e estamos no segundo tomo.

E tendo em mente que o mundo no qual a trama se passa é dado a seus misticismos e invencionices, compreendo a trama retomar a personagens de sua primeira fase, figuras que foram direta ou indiretamente impactadas por Fushi, e pelos Nokkers, em suas aventuras.

Mas antes de falar delas, me pergunto se quarenta anos não foi tempo demais para ficar “recluso,” ao mesmo tempo em que entendo que o tempo é ainda mais relativo para uma existência como o Fushi, que pode se dar ao luxo de viver como um ser marítimo por anos.

Inclusive, uma característica legal dessa reconexão do Fushi com a civilização se dá através da recolocação dele em um território quase que divino. Fushi é adorado pelo “fã clube” dos guardiões, o que é uma forma de interpretar sua existência, mesmo que queiram usá-lo.

Mas esse é apenas um ponto de vista a se ter sobre essa criatura, o qual transparece nos olhos vacilantes de uma garotinha de nove anos cuja falta de malícia posso até questionar, mas inocência acho que não. Tudo que Hisame é ainda é um reflexo de sua criação.

Isso pode mudar com seu contato com o Fushi? Eu espero que mude, pois já me apeguei a menina mesmo sabendo que ela pode envenenar, atacar, matar, fazer todo tipo de coisa que uma líder de culto ou uma guerreira, como era sua avó e “antigo eu”, fariam.

Hisame é uma fofa, mas não exatamente por gestos fofinhos e sim porque é apenas uma criança moldada por uma sociedade de crenças e desejos no mínimo questionáveis, a qual se apega a uma entidade que sequer se conhece direito para obter algum ganho.

A revelação de que ela “cria” um Nokker no braço esquerdo me pegou um pouco, mas acredito que pode ser bem aproveitada a fim de acentuar um drama com a garota, envolvendo, anseio eu, sua libertação desses dogmas, de um destino que a violenta desde cedo.

Dane-se que ela seja a reencarnação da Hayase, ela não precisa ser como a avó. Quanto a Tonari, ela é literalmente ela mesma, só está mais velha e se moldou na adversidade, se tornando uma casca grossa que não reconheci a princípio, mas que segue carismática.

Tonari enxerga o Fushi de outra forma, muito mais humana, o que me encoraja a acompanhar essa nova temporada e as interações de nosso protagonista com velhos e novos personagens. Por quê? Porque sei que o Fushi terá gente que o quer bem ao seu lado.

Além disso, quais são exatamente os desafios que esses personagens vão enfrentar nessa segunda temporada? Sei que os Nokkers são um artifício de roteiro quase que “irresistível,” mas e o elemento humano nas novas barras que o Fushi terá que enfrentar?

Será que vai ter? Digo, de uma forma mais direta do que ocorreu na própria primeira temporada, pois é notável que o “pai” do Fushi o instiga o tempo todo, mas a gente sequer pode considerá-lo um inimigo? O que ele faz não é mais aproximar o Fushi de seu “propósito?”

Porque, convenhamos, ele não saiu da pedra por acaso… Há um propósito maior, que se liga ao propósito da própria narrativa, não é só “catalogar” a experiência da vida na Terra… Mas ainda é cedo para falar disso, né? Só não confie em tudo que o pai fala, não mesmo!

Por fim, curti essa estreia, ainda foi um pouco estranho ver a Hayase 2.0 e a Tonari adulta, mas devo me acostumar logo. O mais importante é que já estou me apegando (ou reapegando) as heroínas e que esse sangue rosa pulsa para perdoar suas próprias raízes.

Até a próxima!

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