Bleach até aqui tem sido uma grata surpresa. Não é uma questão de esperar que fosse bom, mas sim, medo de ter alguma expectativa positiva e se decepcionar. E sinceramente? Eu não poderia estar mais satisfeito (ok, talvez se a Disney fosse menos burra ou se a Crunchyroll tivesse adquirido os direitos da obra eu estaria 100% feliz, mas tudo bem).

O ponto em que eu quero chegar é que esses dois últimos episódios foram simplesmente sensacionais. A forma como tudo foi construído, seja o início, o meio ou o fim, tudo foi incrível e extremamente satisfatório para qualquer fã. Tem que ser louco para não gostar desses dois episódios.

Ambos tiveram um único destaque: Yamamoto Genryuusai, o comandante da Soul Society. O passado entre ele e o Yhwach nunca foi explicado e tudo o que sabíamos era apenas uma pequena parte da história desse conflito milenar. Mesmo agora não sabemos de sua totalidade, mas o que nos foi mostrado acabou sendo mais que suficiente.

É difícil de explicar alguns detalhes do passado para dar maior profundidade na luta entre ele e o comandante inimigo, afinal, ficou claro de que foi um conflito de grande escala, talvez maior que esse, e que a situação da Soul Society no geral era completamente diferente.

As 13 divisões de hoje são compostas por capitães com filosofias mais “brandas” que no passado, onde a selvageria era o normal. Infelizmente não explicaram o que mudou tudo isso e como tudo foi de fato construído até o presente momento, mas ficou claro que a batalha contra os Quincys foi o grande estopim para isso.

Enfim, vamos voltar para o presente. Yamamoto finalmente entrou na batalha, motivado pelas perdas recentes e claro, pela situação que havia sido instalada. A Soul Society precisava de seu líder dentro de campo e ele como um experiente guerreiro, entrou na hora certa (apesar das centenas de almas perdidas).

Sua luta contra Yhwach foi de tirar o fôlego. Foi um grande demonstrativo de sua força frente ao líder inimigo. E sinceramente? Deu para ver o motivo dele ter guardado ela até aqui, afinal, toda a Soul Society sentiu frente ao seu poder.

Isso me fez imaginar como seria a bankai do Ukitake e do Kyouraku, que aparentemente causam um estrago similar. De qualquer forma, ver a bankai do Yamamoto em cores e movimentos foi realmente uma ótima recompensa para quem leu no mangá esse acontecimento.

Foi igualmente grandioso, mas mais emocionante e completo, visto que o passado fez parte do espetáculo. Como já mencionei em outros artigos, se tem algo em que o anime está acertando é em complementar tudo aquilo que o mangá deixou de lado.

Inclusive outro detalhe igualmente interessante dessa luta foi a forma como o Yamamoto se dirigia ao inimigo. A confiança exalada por ele em cada frase, cada provocação e movimento, mostrava que ele estava ali para enfim, acabar com tudo de uma vez por todas.

Cada explicação que ele dava sobre seus poderes, sem temer o inimigo e tendo ciência que sua vitória era questão de tempo, era a confirmação disso. Porém, parece que ele foi com muita sede ao pote, afinal, gastou todo o seu poder num mero “clone”.

E sobre isso eu tenho algumas críticas. Não acho que a derrota dele tenha sido patética ou algo do gênero. Yhwach mostrou ser um grande estrategista e conseguiu montar um plano quase perfeito para dominar a Soul Society em uma única ida. Tudo aquilo que não deu certo está relacionado ao Ichigo e claro, o Aizen.

Por outro lado, tem me incomodado que até agora não explicaram muita coisa sobre os quincys que possuem uma letra no alfabeto. Eles simplesmente se apresentam com a letra correspondente e talvez explicam seus poderes, mas só. Ninguém sabe o que essas letras significam como um todo (além de ter relação com os poderes de cada um).

De qualquer forma, a diferença de poder entre o verdadeiro Yhwach e o “falso” foi realmente assustadora. Chega a ser estranho o Yamamoto não ter notado a diferença, mas novamente, ele estava focado demais em vencer e se vingar.

Já a chegada do Ichigo foi típica de anime shounen. Sem muitas explicações, apenas uma exibição absurda de poder. Ruim? De forma alguma, foi bem interessante, mas ficou claro que ali ele não iria vencer. Yhwach não mostrou estar em dificuldades na maior parte do tempo. A verdade é que o Ichigo também estava cego pela vingança.

Cego pela vingança de seus “companheiros” que nunca o consideraram um companheiro de verdade. Daqueles que um dia foram seus inimigos e cassaram sua cabeça. Nada disso importava naquele momento, afinal, ele tinha um único objetivo nessa guerra: salvar.

Foram cenas bacanas que mostram de forma ainda mais clara o quanto ele se importa com aquele lugar e claro, como as pessoas de lá valorizam ele. Infelizmente ele não salvou muita gente, mas o importante mesmo é o que ele descobriu… e perdeu.

Descobrir que ele tem alguma relação com os quincys e que sua mãe tem alguma conexão nisso é algo realmente interessante. Muda muita coisa e acaba trazendo de volta aquela velha questão recorrente em todos os arcos de Bleach: O Ichigo é parte de todas as “raças” presentes naquele mundo.

Por outro lado, perder sua bankai é talvez o maior baque que ele poderia receber. Seu grande trunfo e a representação de seu poderio foram destruídos com um simples brandir de uma espada inimiga. Espada essa que sequer estava em posse do Yhwach.

A verdade é que o Ichigo não deveria ter ido lutar. E mesmo que fosse, deveria ter deixado o Yhwach ir embora, mesmo após tudo o que aconteceu. Mas isso tudo é o que ele deveria fazer segundo a lógica e numa situação dessas, tudo o que resta são as emoções.

Agora o cenário é um dos piores. Ichigo perdeu sua bankai, a Soul Society está destruída, milhares morreram e o grande comandante foi derrotado. O que restou no meio de todos os escombros que vimos durante esse episódio? Talvez nem a esperança que esteve tão presente até aqui permaneceu.

De qualquer forma, foram dois episódios incríveis. Como mencionado acima, a obra está fazendo ainda melhor que o mangá, ainda que eu tenha me lembrado que um pequeno detalhe do mangá foi deixado de lado e que poderia ter sido utilizado de forma útil aqui (diferente do mangá).

E mesmo após tudo o que aconteceu, resta saber qual será a resolução que o Ishida vai chegar, afinal, como um quincy, talvez ele devesse estar ao lado de Yhwach e seu exército. Ou então talvez ele devesse procurar saber mais sobre sua origem antes de tomar qualquer decisão. Enfim, saberemos no futuro.

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