8 deitado é infinito e infinito deita qualquer coisa na porrada, como vou deitar você no argumento ao te convencer que Chainsaw Man segue um ótimo anime para se curtir nessa temporada. A Kobeni não é uma fofa quando fica nervosa com uma peixeira na mão?

Não sei se a tentativa era de sensibilizar o caro telespec, mas confesse que você se divertiu mais com o desespero da Kobeni que lamentou ela ter que escolher entre o prostíbulo ou a repartição pública (e uma literalmente demoníaca). Kobeni foi o alívio cômico desse ep.

Não que precisasse, pois as tiradas da Power também foram de lascar. A loirinha chifruda brilhou com suas frases estupidas e atitudes infantis, que, se por um lado parecem subaproveitar o potencial da personagem, por outro a conferem um “charme” especial (eu adoro).

Para piorar, o Denji também não foi muito melhor, dormindo literalmente no serviço. A condição de ativação do poder do demônio que eles estavam enfrentando era das mais brabas, mas é claro que havia uma saída, e que não teria muito como o Denji achar outra resposta no final.

Mas antes de chegar nesses meandros, preciso elogiar o breve, mas interessante, flashback da relação da Himeno com o Aki. Ele, que não queria se envolver, se importou com a dor dela e reagiu a uma injustiça por ela, enquanto ela, que não queria se apegar…

É difícil acabar de outra forma, e diria até que para a dupla funcionar, ganhar intimidade é imprescindível. Se eu não me importo com meu parceiro, como vou ter forças para lutar por ele? Além disso, no fundo, o ser humano quer se apegar, quer se dedicar a alguém.

Pelo menos é o mais comum, e atinge até quem quer vingança. Quanto a Himeno, ela tanto insistiu que o Aki acabou a acompanhando nas bitucas, mas diria que a Himeno fez mais, ela não formou só um fumante, mas um homem de princípios, bem visíveis nesse ep.

No meio tempo entre o passado e o parado, tivemos a Kobeni com a faca na mão e o queijo no bucho do Akizão, um herói sem capa capaz de tomar uma facada por aquilo em que acredita. Não necessariamente por simpatia ao Denji, mas quem sabe um pouco também?

E o que me chamou mais atenção nem foi essa coragem dele, mas sua racionalidade ao admitir em alto e bom som que não é capaz de derrotar o Pistola, que depende de pessoas como o Denji para isso. A vingança pode envenenar e tal, mas olha, é um motivo legítimo pelo qual viver.

Ainda mais quando você não trai seus princípios, né? O Aki tem o princípio de não ajudar os demônios, isso seria uma derrota para ele, então obviamente ele não entregaria o Denji. Ao mesmo tempo, também não crucifico o Arai ou a Kobeni por pensarem mais nos próprios traseiros.

E isso muito por causa da questão dos contratos, que o Denji pode não conhecer, mas com os quais com certeza sofrerá (ou ganhará) eventualmente. Ainda falta ao Denji o entendimento de muitas coisas sobre a sociedade, os demônios ou mesmo as relações humanas.

Felizmente, ele já tem o mais importante, que é a cordinha da motosserra. É só puxar para começar a descer a serrada em demônio. Zoeiras (ou não) à parte, gostei desse episódio ter focado menos nele ou na Power e ter dado tempo, voz e relevância aos outros personagens.

Sei que a Kobeni e o Arai só puxaram os cabelos, mas, convenhamos, compreendo as situações de ambos, principalmente da Kobeni, que só queria não ficar de AF (Avaliação Final) na facu, mas tem que lidar com demônios piores que o café ou trabalho em grupo.

Sobre o Aki, ele se destacou mais com sua atitude final, mas pelo flashback com a Himeno deu para sentir mais qual é a do personagem, com o reforço da situação da espada. Ela não quer perder seu amigo de bituca, ele está disposto a arriscar a vida por alguns estranhos…

Estranhos que podem ajudá-lo a realizar seu objetivo, também não é abnegação de heroizinho de bshonen e tá tudo bem. Sabe outra coisa que tá muito bem? A animação, que se mantém extremamente fluida e consistente. Vamos ver como vai tá na reta final dessa budega.

Por fim, CM tem intercalado zoeira e seriedade com maestria sem perder a espontaneidade de uma obra que sabe que não vai reinventar a roda, mas pode apresentar as filosofias de vida de seus personagens de um jeito cool. E a Kobeni precisa de terapia, e um queijo, por favor.

O futuro é pika!

Até a próxima!

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