“Busquem conhecimento.”

Et Bilu, 2010

 

A telepatia da Anya ter um “Calcanhar de Aquiles” e este só aparecer no décimo oitavo episódio do anime é o tipo de bullshit que eu super compro por como ajudou a heroína mirim a evoluir. Ainda assim, sua estrada é longa, mas que bom que é, pois seguiremos a acompanhá-la!

Ver a Anya minimamente confiante foi a última cereja de um bolo de fracasso que veio em boa hora, afinal, não podemos esquecer da importância do desempenho escolar da criança, mas também que é bom ver a pressão depositada nela sendo aliviada um pouco.

Mas antes de entrar a fundo na questão, sei que estarei sendo repetitivo, mas é ou não é de elogiar as caretas da heroína? Além disso, as narrações recentes dela têm sido hilárias, o tipo de coisa que aproveita muito bem a performance da seiyuu, a Atsumi Tanezaki.

Ela arrasa quando a Anya tenta agir como adulta e arrasa ainda mais quando age como criança, animada com uma hostilidade entre Oeste e Leste, Polícia Secreta e WISE, que não entrega, mas dá lugar a uma apropriada sessão de estudo, ainda que, por outro lado, fracassada.

Sei que a obsessão doentia do Yuri pela irmã chafurda demais na mediocridade de um estereótipo, mas se isso servir para que ele, aos poucos, aceite a nova família da irmã, então acho que é uma piada desgastada, mas válida, como foi, em alguma medida, nesse episódio.

A interação da Anya com o “titio” acerta em cheio na comédia quando a Anya confunde as palavras e nos rouba gargalhadas quase que inevitáveis (Cachorramento foi de f*der!!!), o que não incapacitou a seriedade suficiente para justificar um desenrolar mais realista.

Por mais que a “fraqueza” da Anya venha a calhar demais dentro dessa proposta de normalizar os desafios da heroína, assim como seus esforços, não é como se isso não funcionasse para a comédia e, mais importante que isso, para botar os pés dela no chão.

Mesmo que seja capaz de ler mentes, ela não consegue fazer tudo, ainda sofre com as dificuldades da maioria das crianças, que não são CDFs por natureza, mas precisam se esforçar nos estudos a fim de, ao menos, não fazer feio, e sabe o melhor desse cenário?

Uma das coisas mais legais que esse episódio trouxe foi o ajuste de expectativa do Loid quanto ao desempenho da Anya, o que tira um pouco a pressão na heroína e a permite fazer mais naturalmente o que ela faz de melhor, que é ser uma criança CRIANÇA, só isso.

A outra conquista desse episódio foi a conscientização da Anya sobre seus deveres enquanto estudante, de que não pode só depender de professores, que também precisa se esforçar mais, pois só assim será capaz de ajudar mais e melhor o seu pai a salvar o mundo.

É difícil dissociar a responsabilidade em idade tão tenra com alguma recompensa mais evidente como a Anya tem, afinal, se o pai for bem-sucedido, ela se dará bem por tabela (ao menos a curto e médio prazo), então achei todo o desenrolar e os resultados muito bons.

Os pequenos fracassos do passado são combustível para que tanto Anya, quanto Yuri, se esforcem ainda mais em prol de seus objetivos, demonstrando um mínimo desenvolvimento de personagem muito positivo e que nos passa a sensação de que a história anda para frente.

Outro sinal arrebatador dessa evolução foi o surgimento inesperado e inusitado do espião rival do Twilight (Crepúsculo), o Daybreak (Alvorecer), uma figura para lá de vergonha alheia que deitou na comédia, tornando a segunda parte ainda mais divertida do que foi a primeira.

O Twilight acompanha de perto as “peripécias” de seu rival, dá uma mãozona para ele e chega até a compartilhar do seu drama pela falta de reconhecimento. Mas claro, enquanto um sabe que é um herói anônimo, o outro veio para “descontruir” o espião perfeito no pior sentido da palavra.

O Daybreak foi uma adição maravilhosa a trama, e vai ser uma pena se essa figura excepcional não aparecer de novo. Ademais, sua missão veio para nos lembrar de como o Desmond pai tem desafetos e que a parte política da história está ainda mais perceptível nesse cour.

Por fim, me parece que o Damian obteve um sucesso condizente com seu preparo e motivação, não vou ser gaiato de dizer que a Becky ficou na faixa da mediocridade por caraminholas de amor, mas garanto que a Anya está progredindo. Lentamente, mas no tempo certo.

Até a próxima!

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