Às vezes é inevitável cair em uma armadilha. Por quê? Porque os danos, ainda que ruins, são menos piores que seguir outro caminho. Foi muito nessa linha que honrosamente o Império encerrou sua investida contra Iserlohn, deixando mais um feito de Yang para trás.

Sabe o que mais me faz simpatizar com os personagens do Império? Como, pelo menos quanto as figuras mais próximas ao Reinhard e ao próprio, eles são dignos em suas convicções. Kempff foi burro até o fim, mas tem coisas que vão além do próprio umbigo da pessoa.

No caso dele, o Almirante precisava tentar se retratar por seus erros ao infligir a derrota que fosse possível contra o “Mago.” Ele falhou miseravelmente, mais uma vez sendo surpreendido por uma estratégia meticulosa de seu rival de momento, mas foi honrado até o final.

Mesmo que simpatize mais com a Aliança, não posso desprezar os personagens do Império e como eles não só se aglutinam em torno do Reinhard, mas carregam consigo o peso simbólico e prático da guerra, apesar de passarem a maior parte do tempo comandando de cima.

Sendo assim, Kempff nos deu um adeus óbvio, que passou longe de ser melodramático, mas com certeza deve ter tocado o seu coração ao menos um pouquinho. É sempre triste ver um pai (ou mãe) que deixou filhos órfãos, ainda mais quando do outro lado está o “herói.”

Mas o Reinhard não é um herói também? Na verdade, existem mesmo heróis ou inimigos nessa história? Isso não é relevante agora, não como é a jura de morte do Müller e como é revigorante ver um personagem que parece mais aberto a aprender com os próprios erros.

E não só erros, mas limitações também, afinal, Müller sabe que nem anda em comparação ao Yang e que, para vingar a morte do homem em que confiava e admirava, ainda terá que evoluir muito. Quem já está mais próximo disso são o Reuenthal e o Mittermeyer, mas…

Mesmo eles reconheceram suas limitações e tomaram a decisão mais sensata dada a situação, reforçando o que já sabíamos deles, que são pessoas sensatas, assim como vejo como sensatez o Yang não querer que seu filho virasse militar. Ele sabe que é um vespeiro daqueles.

Ainda assim, não podemos negar a beleza poética da associação do Julian ao exército e a guerra, que dessa vez o fez entrar para os anais da história enquanto o Almirante inimigo fazia sua saída. É assim que a história sobrevive, renovando os atores de suas peças capciosas.

Por fim, esse episódio foi até previsível quanto a guerra, mas o mais importante mesmo nem era ela e sim a ideia interessantíssima intrínseca a LOGH, que são personagens muitas vezes humildes que mudam o curso da história, humanizando essas guerras de naves no espaço.

Até a próxima!

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