Esse arco foi regido por questões de estratégia extremamente pertinentes e interessantes, principalmente quando a guerra se desenrola na prática, na frente dos olhos daqueles que comandam, sentem a pressão e precisam contar com fatores outros para chegar a vitória.

Com isso destaco detalhes que compuseram bem a atmosfera de conflito ante a dilemas pertinentes aos dois lados. Dormir quando possível é vital em uma guerra, não se sabe o dia de amanhã, como também é crucial botar medo no inimigo. Moral alta e uma arma perigosa…

E que pode funcionar contra quem está em vantagem? Sim, pode. Foi por isso que o Kempff rechaçou a ideia de encurralar o Yang, supondo que ele estava em Iserlohn o tempo todo? Creio que não, o erro dele não foi temer se embriagar com o “favoritismo,” seus erros foram outros.

E qual foi o erro da Aliança? Deslocar o Yang de Iserlohn por nada. Ao mesmo tempo, pelo menos até o fim dessa temporada (a estreia da seguinte fecha o arco) esse erro foi minimizado. Pela “sorte” ou pelo “poder da amizade?” Nenhum dos dois, mas por um ambiente “fértil.”

O Reinhard já tinha uma ideia simples, que até foi prevista pelo Yang, mas cedeu ao contexto político ao seu redor para enviar Kempff como chefe da operação, dando margem para que sua capacidade estratégica se digladiasse com a do Yang, ou melhor, de seus subordinados.

Se ele tivesse feito o simples teria levado a peleja, mas não o fez, dando brecha a derrota de um subordinado dedicado, mas não tão inteligente, e pior, embriagado pelo medo de perder e ser relegado a um status ainda menor em comparação as “Torres Gêmeas.”

E isso após agir como se tivesse uma carta invencível na manga, coisa que não tinha, foi mais para disfarçar a pressão mesmo. Não que o interino do Yang tenha feito esse grande trabalho também, ele deu mais sorte por ser respaldado por mais sagazes que a dele.

E aí está o “ambiente fértil” que eu comentava, que permitiu a um garoto como o Julian dar uma opinião e com ela sincronizar ações com o pai, que pode não ser seu pai biológico, mas isso pouco importa quando você é formado cidadão por uma pessoa como o Yang.

Por isso não foi forçada a intervenção do Julian, como também não foi forçada a participação ativa dos dissidentes, afinal, eles já não pertenciam mais ao Império. Foi a “Lei do Ex” da guerra intergaláctica, que deu margem aos furos na estratégia do Kempff e seu vice, o Müller.

Como ele, sabendo que o Merkatz estava na Aliança, não previu que teria seus movimentos antecipados? Quanto ao Kempff, o faltou a leitura dos piores cenários possíveis, que eram o Yang sincronizar movimentos com seus subordinados, e o pior, ele não estar em Iserlohn.

Ele superestimou sua inteligência, pois se o Yang estivesse em Iserlohn não teria se equiparado em performance a ele. Se fosse mesmo inteligente teria se dado conta antes de que estava tudo “fácil” demais, que o normal era ter sido mais desafiado até aquele momento.

E aí errou por modelar sua estratégia sem dar ouvidos a um vazamento que poderia ser para confundir, mas também um ponto fraco. Os melhores estrategistas, como o Reinhard e o Yang, enxergam tantos cenários quanto possível e criam contramedidas em cima deles.

Fechar os olhos para as possibilidades, por mais absurdas e suspeitas que parecessem, é um erro que um estrategista não pode cometer no campo de batalha. Se o Império conseguir alguma virada vai tudo na conta das Torres Gêmeas, os pés e as mãos do Reinhard.

Por fim, adorei a ideia de focar nas gatinhas e esquecer essa baboseira de patriotismo. Sério, para sobreviver o homem faz tudo se tiver a morena em mente, a nação eu já não sei não… Quanto aos ataques em pinça, ficou um pouco repetitivo, mas não que não fizesse sentido, né.

Sobre a solidão que segue os talentosos, vimos como o Reinhard está sozinho após a perda do Kircheis, alguém que reconheceu a figura de Yang devidamente, sendo esta preponderante mesmo em um arco no qual os coadjuvantes brilharam, ou enferrujaram de vez.

Até a próxima!

P.S.: Nem vou falar de uma possível oposição entre Trunicht e Yang, pois ela ainda não existe. Sim, “ainda.” Vai existir? Só o tempo vai dizer. Agora, se o Yang conseguir salvar Iserlorhn e vazar a história do inquérito vai ficar difícil segurá-lo, ainda que ele não queira se prender a isso…

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