O plano da Momo era muito bom na teoria, mas na prática é claro que não correria de boa, ainda mais sem o conhecimento das cartas na manga do vilão. Felizmente, o brilhantismo de outros alunos abriu possibilidades a um episódio bom, mas aquém de seus antecessores.

Não achei ruim a conexão feita entre aquele momento importante do passado tanto da Ashido, quanto do Kirishima, pois sério, qual a chance do Gigantomachia sempre ter sido gigante assim? Além disso, não é legal que dessa vez as coisas tenham se invertido?

Se daquela vez a Ashido se moveu sem pensar duas vezes, dessa vez foi o Kirishima, o que não joga fora o desenvolvimento da heroína, talvez até seja um ponto de conflito a ser retomado posteriormente na história. Quanto a ele, o Red Riot precisava disso.

A oportunidade de se provar apareceu e ele a agarrou, devolvendo o favor de outrora e eclipsando uma missão que envolveu alunos de duas salas, várias histórias e individualidades diferentes, mas um mesmo objetivo, que é o de serem heróis como foram ensinados por seus mestres.

Esses alunos deram orgulho a seus senseis, o mesmo já não posso dizer da animação, que contou com uma queda considerável em comparação aos últimos episódios. Ainda assim, não foi um episódio ruim pelo aproveitamento dos outros heróis da 1-A e o cliffhanger no final.

Mas antes de chegar nele, vale retomar a discussão sobre a participação feminina nesse arco, que melhorou muito em comparação a todos os anteriores, talvez o máximo possível com o leque de personagens que o Kohei trouxe a trama até aqui. Até a Ryukyu voltou dos “mortos.”

Senti falta da Uraraka e da Tsuyu, mas ao mesmo tempo elas tiveram mais espaço que todas as outras, além de serem focos mais fáceis que a Momo e a Ashido. Eu só espero que esse seja o ponto de partida para que MHA aproveite melhor todo o potencial de suas mulheres.

Quanto a um personagem que tem sido muito bem aproveitado, tenho dificuldade em discordar dos argumentos do Shigaraki, ainda que jamais venha a concordar com a vingança que promove. Como sua vó queria proteger o mundo se não conseguia proteger o próprio filho?

E aí retomo ao Endeavor e sua péssima paternidade, o que parece uma comparação esdrúxula, mas será que é mesmo? Não estou dizendo que ter uma relação tóxica e tentar mudar seja melhor ou pior que abandonar para proteger, só que ambas são decisões questionáveis.

E resta aos heróis, como toda a toda a sociedade heroica, conviver com essas falhas, que em muitos casos podem ser inevitáveis frente a seus acertos, mas certamente não o são em todos os casos. Ao mesmo tempo, MHA seria muito maniqueísta se o Shigaraki fosse mau e pronto.

Sendo assim, aprecio a crítica dele, ainda mais porque há embasamento para fazê-la, e aprecio ainda mais a forma como ele explana suas ideias e tenta cumprir seus objetivos. Ele virou o maioral, mas precisa de balas de remoção de individualidade para ficar de pé. Engraçado, né?

Isso provocou um cliffhanger bem-vindo, mesmo que fosse uma bola que já estava sendo cantada há algum tempo. As balas não haviam aparecido antes por acaso e seria repetitivo usá-las novamente em um aluno. Vamos ver como Deku e os outros lidarão com a “perda” de seu tutor.

Claro, se ela se concretizar mesmo… A única certeza que temos é de que o próximo episódio dará mais espaço ao Bakugou, que está precisando. Coisa que não foge ao escopo desse episódio e do que tem sido essa temporada, uma passagem de bastão para as novas gerações.

Até a próxima!

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