Quase não aconteceu nada nesse episódio, nem em termos de ação nem em desenvolvimento da história (não é como se já não fosse conhecido quem seria o vilão final), mas eu nunca vou me cansar desse clichê de formação de uma aliança ampla e heterogênea para enfrentar um grande mal. Especialmente em cenários de fantasia isso é sempre emocionante. Assim, o nome do artigo é o nome da aliança forjada entre homens e elfos na guerra contra Sauron, conforme contada em O Senhor dos Anéis. Não me refiro a aliança que protagoniza a história, responsável por destruir o Um Anel, mas à aliança da guerra anterior contra Sauron, aquela onde, após um longo cerco e um número assombroso de mortos e feridos, os exércitos os povos livres finalmente triunfaram mas Isildur sucumbiu à tentação do Anel e se recusou a destruí-lo.

Em Zestiria não são os homens de Gondor e Arnor e os elfos de Valfenda, Lothlorien e a Floresta Verde (e outros reinos menores), mas sim os homens de Hyland e Rolance, os assassinos dos Ossos ao Vento, vários serafins e um grupo de normins que se reúnem para enfrentar o Lorde da Calamidade. O timing foi muito bom, conseguiu me empolgar a cada novo aliado que se apresentava.

Além de seus serafins e escudeiras, quem mais se uniu a Sorey? A tropa pessoal da Alisha

E não duvide que a Symonne possa acabar se unindo a eles também! Venho achando o comportamento dela errático desde o episódio anterior. Se a vitória de seu chefe é tão certeira, por que se dar ao trabalho de dizer isso ao Pastor e seus aliados? Dado que ela em si não parece disposta a derrotar ninguém (não atacou Dezel à sério e não atacou o Sorey e suas escudeiras quando estavam desacordados, o que durou dias) e que o único efeito prático que obteve foi, bem, armar uma aliança contra o Leomon da Calamidade, eu diria que ela tem mais interesse na derrota de seu suposto “chefe” do que o contrário.

O povo de Hyland

Seria curioso também se o Lunarre eventualmente aparecesse. Quem é Lunarre? Aquela raposa-demônio que vive perturbando a Alisha. Estava pesquisando os nomes dos personagens e descobri que ele tem um. Mas épico se verdade seria se o irmão da Edna aparecesse para ajudar durante a batalha final. Improvável, eu sei, ele é um dragão, dragões são criaturas do mal e coisa e tal, mas eu só estou falando que seria épico, não que vá realmente acontecer. Mas não seria de todo inesperado se acontecesse, não é? Ele deu sinais de não ser totalmente irracional e ter alguns lapsos de auto-controle quando Sorey o enfrentou. E um caso bem diferente (em natureza e em escala) ilustra como a Malevolência não torna alguém absolutamente maligno: o pai da Alisha apesar de todo o miasma que o cercava ainda protegeu a filha com o próprio corpo. Sim, ele não era um dragão. Mas foi o que apareceu refletido nos olhos da princesa quando enxergou a verdade sobre seu pai.

O outro tema relevante do episódio apareceu apenas no final: a armamentização. Método que consiste na fusão de um ser humano e um serafim, provavelmente é a mesma coisa que o Sorey já faz mas ele é o Pastor então pra ele é fácil, ao contrário de outros seres humanos. Esses, bem como os seus pares serafins, arriscam suas vidas tentando fazer isso. E aparentemente todo mundo precisa ter um pacto com o Pastor para que a armamentização possa sequer ser possível em primeiro lugar. Queria ter visto mais disso, a Alisha e a Rose vão ficar muito legais (é óbvio que elas vão conseguir, né?) fundidas com Edna e Dezel. O par Rose e Dezel era óbvio (e aparece na abertura do jogo, se não me engano), mas a Alisha parear com a Edna me pegou de surpresa. Achei que ela fosse ficar com o Zaveid, o serafim amigo do irmão da Edna e que se uniu à aliança contra o Lorde da Calamidade. Mas bom, irmã do dragão, amigo do dragão, dá quase na mesma.

E o reaparecimento da Symonne no final do episódio talvez indique que essa vai ser a deixa para ela se unir formalmente na luta contra o Leomon de Zestiria? Ela lamentou o resultado pífio da tentativa de armamentização das escudeiras do Sorey, afinal. Talvez ela dê dicas sobre como conseguir realizar isso? Instrumentos? Talvez ela substitua a Edna na fusão com a Alisha? Ok, isso seria um pouco demais. Fora que agora já gostei da ideia de ver a Alisha com poderes de terra e quero vê-la amarela e com um guarda-chuva, ou algo do tipo. Mas não acho que a serafim do mal tenha aparecido ali por nada. Veremos!

  1. Este episódio não teve nada de especial, nada de importante aconteceu nele, mas ainda assim foi um episódio agradável de assistir. Mas mais agradável ainda, foi o titulo que deste a este artigo, e a tua utilização da história do Senhor dos Anéis para iniciares a introdução do artigo de forma épica. Eu gosto bastante dos filmes do Senhor dos Anéis, um dia talvez eu leia a vasta obra literária de Tolkien, este homem, devia ser aquilo tipo de pessoa, que deveria ser bastante interessante passar um tempo a falar com ele. Neste episódio, aquela cena onde os cavaleiros de Rolance aparecem para se juntarem às tropas de Hyland e ao pastor, fez-me lembrar de Gondor, as armaduras eram muito parecidas. E aquela aparição de um mini-exército de serafins Normin também foi muito boa. E aquilo que gostei bem mais neste episódio, foi ver a diferença, entre um líder respeitado pelo seu povo e um que usurpa o poder. Note-se a preocupação do povo, pela recuperação da Alisha e aquando a preparação da jornada do pastor, a multidão que homens que se juntou para se alistarem no exército de escolta do pastor. Já o Bartlow, quando tentou arranjar mais voluntários para o seu exército ele não conseguiu, ele até tentou arranjar recrutas no Festival da Espada, mas não alcançou os seus objectivos. A aparição continua da Symonne, só me provoca vontade de rir, como eu como espectador, vou levar a sério as ameaças ocas, de uma demónio num corpo de criança. Eu desde da primeira temporada, que sei que o mestre dela é perigoso e o mais forte de todos, não necessito que a Symonne esteja sempre a repetir a mesma coisa. E agora que tocaste no assunto, daquele demónio muito parecido com uma raposa, está muito quieto, o que será que aconteceu com ele, é estranho não vê-lo a assombrar a Alisha.
    Aquela cena do armazém de roupas, foi tão desnecessária, foram alguns minutos de perda de tempo, se o Pastor queria roupas quentes, escolhesse uma armadura e um manto da igreja ou então um manto real, que ele dessa maneira já não passa frio. Mas ao menos, o Pastor já não vai passar frio, na sua jornada ao Norte, Além que conseguiu um mini-exército para o escoltar até lá. Ver o Pastor e a Alisha, a partir nessa jornada, foi muito interessante e mais interessante ainda, a maneira bonita como as crianças acenaram para o Pastor e a Alisha enquanto estes iniciavam a sua jornada para o Norte.
    Cada vez mais acho, que a Alisha e a Rose, fazem um excelente par, elas estão em perfeita sintonia. Agora é só esperar para ver, como a jornada contra o inimigo número um do mundo, vai acabar. A atitude da Edna, em deixar em segundo plano, a purificação do seu irmão, foi bem bonita e honesta, de nada valia salvar o seu irmão primeiro se o mundo fosse acabar.
    Como sempre mais um excelente artigo de Tales Fábio.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Ok, começar a responder isso tudo antes que faça um mês de aniversário!

      Começo dizendo que ADORO o mundo de Senhor dos Anéis. Provavelmente foi meu maior vício nerd antes de abraçar de vez meu lado otaku. Conheci pelo primeiro filme, admito, mas ainda no natal daquele ano em que A Sociedade do Anel foi para o cinema eu comprei um box que vinha com O Senhor dos Anéis e O Hobbit, e para arrematar comprei também o Silmarillion. Devorei todos antes de virar o ano. Eu tinha começado em um emprego novo há pouco tempo, o primeiro que eu consegui sozinho (bom, fui por indicação de um amigo, mas isso ainda é bem mais “sozinho” do que “meu pai me empregou ou me colocou lá”). Recebia bem mal, hehe, mas tinha aberto minha primeira conta no banco, havia acabado de receber meus cartões, e fiz a minha primeira compra parcelada no cartão de crédito. É bobagem, mas é daquelas bobagens que a gente não esquece. No começo do ano seguinte procurei e encontrei um jogo online, multi-usuário, em modo texto e em português (ufa!) terramediano, e entrei nele. A coisa era só um hobby, era minúscula, em um mês eu atingi o nível máximo e acabei me tornando um dos administradores do jogo. Fiquei lá por anos, conheci muita gente, viajei muito. Foram bons anos.

      Comentar depois do fato consumado é fácil, né? Agora a gente entende a Symonne. O Lorde da Calamidade nunca foi “chefe” dela porque ele não podia, com efeito, ter qualquer relação com ninguém. Ela é que o seguia e o admirava – talvez o amasse? Talvez fosse uma relação semelhante a de Dezel e Rose? O fato é que ela o entendia e foi até o fim por ele … e isso já é assunto de outro episódio, né? Hehe.

      Enfim, próximo comentário!

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