A ação do episódio foi bem divertida, animação impecável, principalmente do dragão, ainda que efetivamente não tenha tido tanto combate assim – o velho truque dos super close-ups em momentos cruciais para economizar animação é útil mesmo usando 3D CGI, afinal de contas. Por isso o episódio mereceu uma boa avaliação.

Mas teria sido maior se o enredo tivesse sido mais empolgante. Tudo aconteceu rápido, tudo foi resolvido muito fácil. Não foi?

Assim fico até meio sem saber o que escrever, mas vamos lá.

A princesa invadiu a cidade para resgatar sua mestra, mas adivinhe só, ela não foi lá para resgatar sua mestra! Se o objetivo dela não era resgatar sua mestra por que aguardou até que ela fosse capturada para invadir a cidade no momento em que ela estaria mais fortemente protegida e mais alerta do que nunca para capturá-la? Com certeza não é porque Alisha gosta de expôr seus homens ao máximo perigo possível (e pelo menos um parece ter morrido). Uma hipótese é que o objetivo dela era sim resgatar sua mestra, mas quando foi descoberta ela mudou de planos. Ela é inteligente o bastante para se adaptar de acordo com as circunstâncias, senão nem teria chegado tão longe no anime em primeiro lugar. Outra é que ela enxergou na captura da mestra uma oportunidade para invadir, o que ela já vinha planejando desde antes, justamente porque as tropas fieis a Bartlow estariam alertas sim, mas alertas no lugar errado. Qual hipótese acha mais provável? A primeira é mais simples e tendo a preferi-la por isso e por ser menos maquiavélica. Mas estou ok com as duas, não há pista nenhuma que favoreça uma delas e não altera em nada o resultado de todo modo. Ou acha que é uma terceira hipótese? Comente aí.

A princesa e o rei se reencontram

O que a Alisha queria de verdade era encontrar seu pai, o Rei Hyland, e convencê-lo a parar de deixar o Bartlow fazer as porcalhadas todas que ele vinha fazendo porque elas é que estavam ferrando com o reino e coisa e tal. Até aí legal, bom plano. Mas ela não contava que fosse chegar lá e encontrar seu pai corrompido, tomado pela malevolência. Achei que as coisas estavam ficando horríveis para ela, principalmente depois que o Bartlow entrou. Ela estava sozinha com seu maior adversário, que quer se livrar dela, e com o rei, que também não anda bem das ideias. Tudo conspirava contra ela, o Bartlow estava certo. E contando com isso ele atacou Alisha para matar. Mas o rei a protegeu e morreu em seu lugar.

Que droga hein? Qual era o ponto dele estar corrompido em primeiro lugar? Que porcaria de dragão foi aquele refletido nos olhos de Alisha então? Esse é um daqueles detalhes que eu aposto ser muito mais relevante no game mas no anime precisou ser apressado. E acabou sendo totalmente inútil. Mas a Alisha ainda se encontrava tecnicamente na mesma situação de antes, que o Bartlow descreveu. Ou estaria, se ela não tivesse sido mais esperta que seu adversário e de alguma forma convencido todas as tropas a esperarem escondidas do lado de fora. Não só os soldados fieis a ela como os partidários de Bartlow também viram tudo o que aconteceu. Só restou para Bartlow um último trunfo. Um que não o faria vencer, ao contrário do que ele disse, mas pode tornar a vida da princesa bem mais difícil (duvido que tornará, contudo, o anime já está correndo como se não houvesse amanhã, não terão tempo para a política de Hyland a essa altura). Bartlow se suicidou.

Mas imagine como isso se parecerá para os olhos do povo. Bartlow e Alisha se confrontaram no palácio, ele e o rei morreram, e ela sagrou-se a vencedora. O que se passará na cabeça de todos? Qualquer coisa pode ter acontecido dentro das paredes do palácio. Inclusive um golpe. Do ponto de vista de uma pessoa comum, de um comerciante, de um general que não esteja lotado na capital, seria verossímil a narrativa segundo a qual a princesa matou Bartlow e o próprio pai para tomar o controle do reino e agora está inventando e mentindo que foi Bartlow quem o matou. Seria interessante ver esse tipo de conflito mas, como já disse, não acho que vá acontecer. Uma pena.

De todo modo, esse conflito final pelo futuro de Hyland atraiu nada menos que um dragão de fogo (será que existem outros?) para Ladylake. O modelo 3D do dragão estava muito bonito e sua animação fluída, mas para um dragão até que ele não causou muito estrago na capital. Ok, eu sei que Sorey chegou ao mesmo tempo e seus serafins ajudaram a proteger a cidade, mas mesmo assim eu não teria achado ruim ver mais explosões, fogo e destruição. Ou pelo menos um combate de verdade entre o pastor e o dragão. Sorey colocou o dragão no chão muito fácil, e no final das contas parece que não há truque especial nenhum para purificar um dragão, não há segredo, não há o que estudar e pesquisar: é só querer bastante que você consegue. Então tá. Agora a gangue toda está reunida e a arauta do super vilão Leomon apareceu só pra dizer que o poder deles ainda é inútil.

E se ela foi até lá dizer isso é porque não é verdade. Se eles fossem mesmo inúteis para que a preocupação em primeiro lugar, não é? Deixa eles fazerem o que quiserem, vai ser inútil mesmo. Não é como se ela parecesse uma pessoa (pessoa?) particularmente sádica e que sentisse prazer com o sofrimento alheio. Se fosse o caso teria fracassado, porque ninguém ali parece muito preocupado. Bom, estão preocupados com o mundo, claro, mas não com seu próprio poder. Enfim, só estou sendo chato, eu sei. Ela está ali para sinalizar o começo de um novo arco, esse tipo de ameaça sem propósito é um clichê comum para esse tipo de situação. Então tá. Nos vemos no próximo episódio, quando talvez o Leomon já terá voltado para se vingar de todas as vezes em que morreu no Digimundo, até lá!

Estou tremendo de medo

  1. Este episódio, para mim, foi um pouco mal aproveitado, mas ainda assim foi um episódio razoável. Não sei porquê, um episódio quase todo ele dedicado, à Alisha foi meio fraco e desiquilibrado em termos de desenvolvimento história. Aquilo que não posso reclamar em nada, é a animação, linda como sempre. O dragão feito de computação gráfica, esteve especialmente bem feito. Até nos combates entre as forças da princesa e do Bartlow, a animação das mesmas sendo económica esteve bonita e funcional. Em relação ao episódio, aquele ataque à capital, por parte da princesa Alisha, foi muito ousado. Eu por momentos, quando a princesa Alisha entrou na cidade, eu pensava que pelo menos, a maioria das forças do Bartlow, estivessem fora da capital, mas como eu estava profundamente enganado. A capital estava minada de homens do Bartlow, na cabeça do mesmo, quando soube do ataque da princesa, o raciocino dele parecia certo. A princesa arriscou a sua vida, para salvar sua professora e esta faria de tudo, para alcançar tal feito. A princesa Alisha, é muito mais sábia do que eu pensava, ela no momento em que se apercebeu, que estava a ir para uma armadilha, ela mudou completamente os seus planos. Aquele demónio, que mais parece uma raposa, é mesmo irritante, por momentos pensei que ele fosse matar a professora da Alisha. Mas não ele foi lá apenas, para tentar infernizar a vida da professora, bem sabia ele, que esta era tão ou mais determinada, como a sua discípula Alisha. Aquela mudança brusca do plano inicial, por parte da Alisha, poderia ter corrido tão mal. Poucos eram aqueles, que teriam a coragem de atacar a casa de um rei, mas o assalto da casa do rei de Hyland por parte das forças da Alisha, foi muito boa. Para residência de um rei, a casa do mesmo, estava muito mal defendida. Aquele reencontro entre a filha de uma plebeia Alisha e o seu pai, rei de Hyland, poderia ter sido um momento bonito e tocante, se não fosse o facto de o rei, já estar corrompido pela Malevolência. A cara de tristeza da Alisha era mais do que evidente, quando viu o seu pai, naquele estado. A entrada do podre e corrupto Bartlow, foi má tal como ele. A maneira de pensar, do Bartlow era tão errada e distorcida. Como ele ousa acusar e perseguir a herdeira ao trono de Hyland de traição, quando foi ele que fez porcaria atrás de porcaria. Ele era corrupto, manipulador, ele tinha o rei na sua mão, ele a certo ponto chegou a mandar mais que o próprio rei. Mas a demonstração do ridículo ainda não tinha acabado, o Bartlow tinha o quê naquela cabeça cheia de caca, para atacar a filha do rei, mesmo na frente do rei. Mas ao menos o rei, mesmo corrompido pelo mal, num último esforço protegeu a sua filha. Depois disto, quando os homens do Bartlow, viram com os seus próprios olhos a merda que ele era, ele como fraco que era, não aguentou a pressão daquela situação e suicidou-se. Que vilão mais meia boca, que isto não há.
    Agora passando à cena, da purificação do tornado, que na realidade era um dragão corrompido pela malevolência. Eu por momentos pensei que esse mesmo dragão, antes se ser contido pelo pastor, ia destruir pelo menos metade de Ladylake, mas que nada, ele não destruiu quase nada, nesta parte senti falta de ver mais destruição. Nesta mesma parte, finalmente a Laila refere-se ao a antigo pastor, e como ele estaria orgulhoso do pastor que o Sorey se tornou. O Sorey, neste episódio esteve com tudo, ele arriscou muito, ao purificar o dragão, por momentos pensei, que ele e as suas vassalas não fossem suportar tal fardo (como a Alisha e a Rose ficam bem juntas). A Edna,pela primeira vez, ficou um pouco emocionada, com aquele acontecimento marcante que foi a purificação de um dragão, acho que ela agora já confia mais no Sorey.
    Estava tudo bem, até chegar aquela loli demoníaca, ela não mete medo a ninguém, só dá azo à descrença que eu tenho do mestre dela, aquele demónio overpower.
    Como sempre, mais um excelente artigo de Tales Fábio. E antes que me esqueça, as tuas legendas, estão cada vez melhores.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Obrigada pela parte das legendas, hahaha!

      E como discordar ou acrescentar se descreve a exata mesma impressão que eu? Até mesmo sobre o que eu não escrevi no artigo o que você escreveu foi o mesmo que pensei.

      O demônio que inferniza Alisha (e que em suas primeiras aparições tentou matá-la, agora ele se resignou a ser um chato de galochas apenas) de fato me lembra uma raposa. Suponho ser intencional. Lembre-se que de início ele estava disfarçado em forma humana, e creio que nas lendas japonesas esse seja de fato um poder mágico de raposas, não é?

      A Lailah está sempre a cumprir a cota de comentarista sobre a evolução do Sorey. Seria engraçado se não fosse sinal de desenvolvimento fraco da história. Tão melhor seria se nós espectadores percebêssemos a evolução do pastor sem que a Lailah precisasse nos lembrar disso, não é? E comparando ele hoje com o que ele era na primeira temporada, principalmente no começo dela, a evolução é óbvia. Mas se comparar com um, dois, cinco episódios atrás, é difícil dizer qual a diferença.

      Os problemas de roteiro ficam mais óbvios quando a Rose dá sinais de que está a ponto de se corromper e chega mesmo a assassinar um homem por vingança, mas logo em seguida está tudo bem, nada aconteceu ou vai acontecer com ela, o Sorey não faz nada demais com ela e o Dezel não faz nada demais com o Sorey. Desperdício de chance de desenvolvimento. Ou ainda pior como foi nesse episódio, com a Alisha descobrindo a corrupção do próprio pai apenas para que ele morra instantes depois salvando-a, sem que sua corrupção tenha influído em nada na história (não desde que descoberta, pelo menos). Mas esses casos mais claros são apenas sinais de um sintoma muito mais profundo, do qual o desenvolvimento arrastado do Sorey é o efeito mais agudo.

      E gostei de ver a Edna legitimamente emocionada também, após ter renovadas suas esperanças de ver seu irmão purificado ao ver o Sorey fazer exatamente isso com outro dragão.

      Só fica uma pergunta no ar: e o que aconteceu com o dragão? Aquele era um dragão feito de vento, uma vez purificado desapareceu? Por tudo o que eu havia entendido até agora os dragões, bem como demais monstros de Zestiria, nada mais são que seres normais corrompidos pela malevolência. E retornam à forma original quando purificados – mesmo que essa “forma original” seja apenas uma ou várias almas penadas que estavam dando vazão a todo o seu ressentimento. Esse dragão era feito de quê?

      Mais uma vez! Obrigado pela visita e pelo comentário =)

      • Acho que depois de algum tempo a acompanhar os teus artigos, a minha opinião está em sincronia com o teu raciocino. E a dúvida, do que o dragão deste episódio era feito de quê, ficará eterna. Eu acho que tal dragão devia ser uma mistura de várias almas penadas, cheias de Malevolência, se Kabaneri descreveu as colmeias de zombies, como a junção de vários zombies diferentes, Tales pode usar o mesmo raciocínio. Aquele dragão não parecia ter um corpo físico, como tínhamos visto naquelas personagens que foram purificadas pelo pastor, no anime até agora. Mas se formos a ver bem, este dragão era completamente diferente do irmão da Edna e daquele dragão morto, que estava na casa do Papa acumulador, ele parecia fantasmagórico ( e estava muito bem animado, diga-se de passagem).

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Quando estava dentro do tornado parecia fantasmagórico mesmo, mas depois que saiu de dentro do tornado ele pareceu mais físico. Quão físico é difícil dizer porque apareceu pouco e só de longe. Concordo contigo que provavelmente jamais saberemos. Como muitas coisas em Zestiria. A Ufotable manda muito bem na animação mas é bem meia boca no roteiro.

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