Bom dia!

Antes de começar o artigo, ei, sabia que hoje é o aniversário do Anime21? Completamos 5 anos no ar! Parabéns para nós! E obrigado para você 😊

E cá estou eu mudando a lógica do título de novo. Esse aqui vai ser difícil de descobrir.

Dica: ハナノイロ.

Ok, agora ficou fácil demais…

Ao final do anime me sinto obrigado a responder: sobre o que se tratou Araburu Kisetsu no Otome-domo yo?

Até a décima-primeira hora (ou episódio), parecia ser um anime sobre o despertar da sexualidade de garotas adolescentes. Quase todo o anime tocou em vários pontos relacionados a isso, então eu diria que não deixa de ser o caso.

 

Juujou está feliz com seu bebê, agora com dois meses, e, suponho, com seu agora marido

 

Mas sem dar respostas, o final do episódio 11 mudou tudo. Não que o anime tivesse o dever de responder alguma coisa, é só que ao invés de responder o roteiro seguiu propositalmente por outro caminho, um que eu descrevi no artigo sobre o episódio anterior: todas os problemas e dificuldades das diversas personagens foram igualados pelo seu máximo divisor comum e sem querer as garotas usaram toda a sua energia para se rebelar contra todo o sistema.

Ok, não foi sem querer. A parte sem querer disso é que elas não estavam plenamente conscientes de que não era só a expulsão da Sonezaki, mas tudo pelo que elas passaram era, de alguma forma, “culpa do sistema”.

E nesse episódio elas tratam de tudo isso, mais ou menos reconhecendo que tudo estava de alguma forma ligado e dirigindo sua energia no final contra, isso mesmo: o sistema.

 

As garotas cobriram a escola de cartazes de protesto contra as regras e contra a expulsão da Sonezaki

 

Mas não há consequências. O que se vê ao longo de todo o episódio, e reforçado pelas cenas pós-créditos, é um retorno ao status quo. É como se fosse uma Jornada Interior da Heroína Adolescente, em que elas foram, aprenderam, venceram quaisquer que fossem seus monstros, e retornaram mais sábias para se tornar parte da mesma sociedade que continuará produzindo professores irresponsáveis como o Yamagishi, garotos tóxicos como o Sugimoto e pedófilos em posição de poder como o Saegusa.

 

Sugimoto continua entediando garotas - espero que essa não tenha que passar pelo que a Momoko passou ao tentar terminar com ele

 

Elas mudaram, mas nada mais mudou. Se tiverem filhas um dia, elas talvez passem pelo mesmo que suas mães passaram.

O que é, então, essa “jornada” que descrevi? Bom, é um drama adolescente, só isso. Um que eu achei bastante divertido, e que tem insights importantes, mas no final não leva isso para lugar nenhum.

Mais especificamente, esse é um anime típico da Mari Okada.

Abstrações como cores, flores, voz e nomes são elementos comuns nas obras mais autorais da roteirista. E em todas elas isso se refere às mudanças, sentimentos e atribulações da adolescência.

Anohana, Hanasaku Iroha, Kokoro ga Sakebitagatterunda, nem Hisone to Masotan ou Maquia escapam.

Em Araburu, nesse episódio final especificamente, “cor” toma uma posição central como uma abstração para as garotas acessarem seus sentimentos e os sentimentos umas das outras.

Em seguida, em grau de importância, estão os “nomes”, que elas precisam aprender de todas essas coisas novas que estão aprendendo. O clímax do episódio, para a protagonista Onodera, foi quando ela percebeu que Izumi, seu amigo de infância e garoto que ela ama, usa as mesmas palavras para descrever as mesmas coisas que ela – ou seja, os mesmos “nomes”.

É através desses conceitos abstratos, e gritando muito umas com as outras e chorando e correndo, no melhor estilo okadiano, que Onodera, Momoko, Sugawara, Sonezaki e Hongou resolvem suas diferenças e põe um fim aos seus problemas.

 

 

Bom, quase. Porque também é típico do aprendizado (e do drama) que algumas coisas sejam insolúveis. Sugawara está satisfeita que Izumi sinta apenas atração sexual por ela, ou é isso que ela diz. No pós-créditos, meses depois dos eventos naquele dia na escola, ela ainda expressa melancolia ao se despedir de Onodera, que foi encontrar-se com Izumi.

Sem perceber, ela realmente se apaixonou por ele, e o mais dolorido é que sequer pode se afastar porque é namorado de uma de suas melhores amigas. Sugawara não pode senão lidar com essa dor.

 

Sugawara após se despedir de Onodera, que estava indo encontrar-se com Izumi, e Momoko a observando

 

O mesmo se diga de Momoko, que ainda está apaixonada por Sugawara e nada pode fazer senão ficar ao lado dela, a apoiando como uma amiga, sem esperança de ter mais do que isso.

Hongou, justamente a mais versada nas palavras, parece ser a que está lidando melhor com a perda. É ela quem narra a cena pós-créditos, e nela declara seu anseio de que um dia possa se apaixonar por alguém de novo e que essa pessoa retorne seu sentimento. E mesmo nesse dia, ela reflete, Hongou irá lembrar-se do professor Yamagishi.

Quanto às “vencedoras”, Sonezaki está cada vez mais feminina, como se ter alguém que a ama e a aceita como ela é a fez se enxergar também como alguém mais bonita, e a deu mais vontade de se esforçar ainda mais para destacar sua beleza.

 

Sonezaki com brincos e roupas mais da moda

 

É um desenvolvimento natural. No retiro, muitos episódios atrás, ela já havia dito como namorar a havia feito passar a usar mais cremes para a pele, e ainda antes, logo no começo do anime, ela soltou os cabelos e passou a usar lentes de contato só porque o Amagi disse que ela é bonita.

E quanto ao casal principal?

Não quero especular muito, mas eu acho que “coube” 😅

 

Onodera contempla o mesmo túnel que ela viu no primeiro episódio, quando se perguntou, então, se o Izumi poderia "caber" dentro dela. Sua resposta dessa vez é: "Coube"

 

  1. Hello Peooopppplllleeessss!!! James chegando depois de ver pela 6ª vez esse ep. para absorver a bendita da “abstraçao” desse anime…Que infelizmente é mais um que me causa crise de abstinência ao findar…Snif snif…
    Resumo da opera: a bola de ouro vai para o Yamagishi, que se manteve calmo (nem tanto) em uma crise e foi o facilitador para o que cada uma sentia pela outra através de um jogo lúdico e como isso influenciou nas suas psiques. Attaboy!!!
    Mas concordando com o Fabião, o lance da Mari é a jornada e não a chegada que vale. Jornadas transformam e muito!
    A Sonezaki e o Amagi já universitários normalissimos e já sem as atrapalhadas dantanho, bem como a Onodera e o Izumi casalzinho em final de ensino médio se gostando muuuiiiittto. A Hongou já com a sua celula subversiva no clube e sem deixar de falar da Sugawara (Femme Fatale em off)e a Momoko que está ainda para ver algo sair dali. Bem ou mal, se não foi o que elas desejaram elas aperentam estar , não digamos felizes, mas bem confortaveis nessa situação. E aqui não caberá nenhuma outra elucubração de minha parte pois a intimidade de um casal (não importando como formado) somente a ele pertence e só….

    Valeu cada minuto….Saudadinhas!

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