Infelizmente eu estava sem ideias para fazer uma leva de novos artigos para a coluna de terça-feira. Fiquei pensando em como prosseguir após Chihayafuru, e o Mexicano me deu a seguinte dica: “Por que não escrever sobre mangás que estão sendo falados ao longo de muitos anos?”.

E é claro que um dos exemplos é One Piece, um dos mangás que estão sobrevivendo desde os anos 1990 (22 de julho de 1997) e segue em sua periodicidade semanal, sendo publicado pela Shounen Jump, que é uma revista que tem outros títulos bem famosos, como Dragon Ball e Naruto.

Como One Piece está sendo um mangá que está batendo a quantidade de capítulos em quase 1.000 (tá, um pouco menos), e eu leio muito devagar, resolvi, com ajuda do Mexicano, separar todos os artigos por arco e comentar aos poucos todas as partes importantes que consegui absorver.

Sem mais delongas, aqui vai o primeiro artigo de um mangá que marca muita gente (lembrando que esta coluna contém spoilers, então depois de uma determinada parte, se alguém que não quiser continuar, é por própria conta e risco).

Não é fácil falar de One Piece, pois é um mangá pelo qual eu até que acompanhei por um período muito pequeno. Como peguei emprestado entre 2006 e 2008, ainda era a versão meio tanko da Conrad, e na época tinha uma promoção bem legal: leve 2 volumes e pague X reais (eu realmente não lembro o valor, mas era menos de R$ 10,00, e se contar que cada volume, no início, era R$ 4,50, então tudo bem, eu acho).

O material da Conrad, para resumir, era muito ruim em comparação do que é hoje feito pela Panini, e não sei bem se valia o preço cobrado, porém gosto tanto da história de One Piece que não me importaria de pagar R$ 4,50 por meia edição. Até onde me emprestaram, consegui chegar ao início arco do Foxy, cujo qual muitos amigos meus disseram ser o mais chato e que não deveria estar ali.

Claro, não estou aqui para discutir o método masoquista que o autor decidiu usar para escrever sobre o arco do Foxy, muito menos sobre preço, mas resolvi citar a evolução do mangá entre uma editora e outra. Eu ainda consegui comprar dez volumes de One Piece produzidos pela Panini, não me arrependi, porém parei de comprar por dois motivos: o preço e a quantidade de volumes. Claro que, no início, o valor ainda estava legal (pelo menos para mim), mas o meu quarto é tão pequeno que não suportaria quantidade tão grande de mangás, então resolvi parar a tempo.

Pois bem, agora é melhor parar de discorrer como foi a minha vida com relação até o arco em que li e escrever sobre o que realmente vim trazer: a primeira parte da saga de East Blue. Esta é dividida em vários arcos, então terão diversos artigos sobre ela. O primeiro arco se chama Romance Dawn, cujo qual apresenta o protagonista, Monkey D. Luffy, bem como suas motivações e ambições.

O único problema deste arco é que, principalmente no anime, parece ser muito infantil. E nem estou citando a versão cheia de cortes que foi lançada aqui para o Brasil, e sim por causa do humor. Eu diria que a obra tem um monte de piadas de quinta série, muito pastelão, e que cai no meu gosto por ser boba demais. E a primeira parte não mostra nem sequer os perigos que Luffy pode encontrar em meio a sua jornada.

Embora ocorra muitos mal-entendidos.

Eu sinceramente prefiro o mangá, pois parece que é mais fácil de acompanhar os acontecimentos, principalmente por ter vários capítulos curtos em que pode ler tudo mais rapidamente (até pessoas como eu, que leio devagar, conseguem ler vários capítulos em um dia), então não tem tempo ruim, pelo menos para mim.

O arco de Romance Dawn se inicia com a história de Luffy quando era pequeno e também como era a relação entre ele e Shanks, o Ruivo. O protagonista promete que vai ser um pirata digno de fazer parte do bando de Shanks, porém este sempre faz chacota. Como é que um pirralho pode participar de algo tão perigoso, principalmente porque se tiver que passar pela Grand Line, o cemitério dos piratas?

Zoar para proteger.

Como se não bastasse a história do menino que fazia loucuras para chamar a atenção e mostrar que era terrivelmente corajoso, ele não sabia nadar, e só piorou quando comeu um Fruto do Diabo de sobremesa após um almoço. Tal fruto, além de ser muito valioso, oferecendo-se uma recompensa enorme por ele, principalmente por ser tão raro, também traz como consequência para quem o come: um poder sobre-humano e a inabilidade de nadar.

No caso, Luffy ganhou o poder de se esticar, sendo assim, conhecido até hoje como homem borracha. Quando criança, como não sabia controlar tal habilidade ganha pelo fruto, era alvo fácil, inclusive dos ladrões que resolveu se envolver, e no meio de tal rixa, foi jogado ao mar, e foi assim que Shanks perdeu o seu braço, tentando salvá-lo.

Desde criança, Luffy entendeu que a vida de um pirata não era de apenas flores, mas como é alguém muito teimoso, decidiu procurar por mais integrantes para o seu bando. O símbolo de sua persistência é o chapéu de palha que Shanks lhe deu. Eu entendi como se fosse um sistema de troca entre amigos: “Quando ele se tornar um pirata de verdade, poderá, finalmente, devolver o chapéu”.

O objetivo de Luffy vai muito mais além que ficar rico, já que ele quer ser o Rei dos Piratas, com poderes de fazer qualquer coisa por si próprio e pelos seus amigos, além de ser reconhecido como alguém que conseguiu passar pela Grand Line e sobreviveu. Em meio à sua viagem para conseguir mais companheiros, descobre que a palavra tesouro pode ser atrelado a qualquer coisa que tenha um significado importante para qualquer pessoa. O tesouro do Luffy, por exemplo, é o chapéu de palha que lhe foi dado para poder continuar a sua jornada e não precisar desistir.

O tesouro de Luffy.

Coby, que é um dos amigos que conquista depois de encontrar o navio da temida Alvida, tem como seu maior objetivo conseguir entrar para a Marinha, apesar de saber que ele e Luffy poderão se tornar inimigos futuramente, já que piratas são conhecidos como “saqueadores dos mares” e a Marinha que toma conta desses meliantes.

Depois de derrotar Alvida e fazer com que Coby insista em seu objetivo de ir para a Marinha, Luffy diz que resolveu ir atrás de Roronoa Zora, um espadachim conhecido como “Caçador de Piratas” na época em que foi encontrado. Ele estava preso sob comando do Capitão Morgan, braço de machado, na época capitão da Marinha. O mais engraçado é que o filho do capitão, Helmeppo, achava que tinha aval para fazer toda e qualquer pilantragem que quisesse por ser da prole de alguém super importante.

Luffy, após ter noticias de Zoro, enfiou em sua cabeça que o queria no bando. Claro que o protagonista não gosta de receber um “não” como resposta e acaba ganhando o novo integrante na base da insistência e da barganha (afinal, ele tinha que derrotar Morgan, que havia mentido sobre a quantidade de dias que Zoro deveria permanecer vivo e preso sem comer), e assim decidiram viagem.

Apesar de Luffy e Zoro terem objetivos completamente diferentes, já que Roronoa quer se tornar o melhor espadachim da era dos piratas e, para isso, precisava encontrar uma determinada pessoa na Grand Line, ambos se dão muito bem, apesar que, de vez em quando, terem brigas bobas de qualquer tipo. Coby finalmente conseguiu cumprir parte de seu sonho de entrar para a Marinha, graças ao empurrãozinho que Luffy deu.

Tudo precisa começar de um lugar, e One Piece começou muito bem com a apresentação de personagens. Boa parte deles têm objetivos plausíveis, e nem todos são maus. O embate entre os piratas e a Marinha se manteve por causa do significado que o nome pirata traz, porém Luffy mesmo não é uma pessoa ruim, e Zoro também não. Ambos são apenas julgados pelos títulos que carregam consigo, dando uma jornada de mal-entendidos para eles.

Este foi o primeiro artigo desta coluna, e espero que tenham gostado.

 

  1. Vou continuar a acompanhar os próximos capítulos. Hoje acompanho somente o anime a uns bons anos, não sei te falar a quanto tempo e a grande quantidade de mangas me dá um desânimo de ler até chegar aí estado atual. Se tiver jeito a medida que for lendo poderia ir falando da evolução da escrita e dos desenhos se puder, passou muito tempo desde o início da obra e provavelmente teve diferentes desenhistas (eu suponho).
    Segue firme que mesmo que seja divagar a leitura o que vale é se está gostando.

    • Olá, Julio!
      Pretendo continuar lendo apenas o mangá, porque o anime tem tantos episódios que dá um desânimo de ver, e sim, eu partilho o mesmo sentimento que você, mas por uma mídia diferente. Ahuahuaa
      Eu percebi que no anime os traços mudaram drasticamente, e no mangá, até onde eu tinha lido, que eu me lembre, as mulheres não estavam tão desproporcionais assim (não lembro que mudou muito no arco do Foxy, mas elas deviam estar com os seios um pouco maiores, sim). Você me deu uma grande ideia, porque, na verdade, estava pensando em escrever sobre isso o quanto antes para fazer comparações e tornar o texto mais completo.
      Se Deus quiser eu chego onde está atualmente, porque o mangá é gostoso de ler e os arcos são bem rápidos de se acompanhar.
      Muito obrigada pelo comentário!

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