Se gosta de jogos de RPG japoneses deve conhecer Dragon Quest, um sucesso que atravessou gerações e desembarca na temporada de outono de 2020 com uma nova adaptação animada.

Dessa vez cobrindo os 37 volumes do mangá original e contando com a produção da Toei Animation, que, cá entre nós, sabe a fórmula certa para fazer uma história de aventura e ação dar certo. Vamos falar sobre a aventura de Dai?

Na história acompanhamos Dai, o menino sonha em se tornar um herói, mas para isso deverá passar por diversas aventuras e provações ao lado de valiosos companheiros e com a ajuda de um poder misterioso que desperta em momentos de grande necessidade.

A Toei Animation merece todos os elogios por essa estreia, pois o ótimo trabalho de direção e animação faz o telespectador praticamente imergir na tela de um jogo.

Dragon Quest entrega boas cenas de ação, comédia na medida certa e aventura que cresce ao passo em que a trama desabrocha. É tudo simples, mas adequado dentro do que é proposto ao público.

O CG nos monstros é uma realidade de muito tempo e nem achei ruim, o conrrário. A trilha sonora auxilia nos momentos certos e a direção trabalha o roteiro de maneira a valorizar a história, ainda que ela seja o básico se pensarmos que o original é jogo de RPG.

Gostei de como o sonho do Dai começou a ganhar forma ao passo em que o garoto tem o seu primeiro contato o mal, em que sua inocência começa a ser violada.

Até porque a situação trabalhada na estreia também é o tipo de desculpa perfeita para introduzir o herói a poderes especiais e peculiaridades daquele mundo em que ele vive e que envolvem a jornada do herói original, que matou o Rei Demônio e trouxe paz.

Dai tem relação com esse passado e vai conhecê-lo aos poucos enquanto “faz seu nome” meio que sem querer, afinal, não estava nos planos ser enganado e ter que ir correndo salvar o amigo.

Mesmo assim ele não se apavora e aproveita a chance para salvar e ir adiante em seus objetivos, mostrando as qualidades morais que um herói precisa ter, ainda que lhe falte qualificação e habilidades próprias como guerreiro.

Outro ponto que gostei muito foi a relação que o Dai tem com os montros, inclusive, é criado como neto por um. Além disso, ele também usa artefatos do Rei Demônio. Talvez isso embace um pouco a dualidade que normalmente existe entre o vilão e seu algoz e torna a história menos previsível, mais interessante.

O desfecho levanta a moral do aspirante a herói e o qualifica para ser requisitado a um serviço, contudo, a gente vê mais uma vez como mesmo nos mundos de fantasia se compra muito facilmente o livro pela capa (o Rei fez isso com os bandidos).

A jornada do herói vai contar com mais desafios do que ele pode imaginar e exatamente isso que é legal nesse tipo de anime, a perspectiva de desenvolvimento de ambos, herói e trama; além de bela animação, comédia leve e aventuras clichês, mas prazerosas de acompanhar.

Por fim, Dragon Quest: The Adventure of Dai (2020) é uma bela pedida se você gosta do jogo ou só curte a aventura, e também ação, que um anime baseado em um RPG pode prover se bem produzido.

A estreia me divertiu bastante e na simplicidade vi qualidades que têm potencial para cumprir com excelência aquilo ao que essa adaptação se propõe. Agora entendi porque o Togashi gosta tanto de Dragon Quest, e olha que eu nem precisei jogar, mas se puder uma hora faço isso.

Até a próxima!

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