Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru – ep 3 – O primeiro encontro
No twitter ilustrações da Marin de biquíni viralizaram, causando o efeito que a staff da adaptação desejava a fim de divulgar mais e melhor o anime. O estrago já foi feito, a otakusfera conhece Sono Bisque Doll. Mas a ama? Odeia? Venha ler os meus dois dedos de prosa sobre o anime.
Sem hipocrisia e falso moralismo, é normal um jovem atraído por uma garota ter um sonho erótico e acordar com uma ereção ou ter uma polução noturna (uma ejaculação involuntária devido a um sonho caliente), mas pareceu mais o primeiro caso, né?
Tem um momento em que a caixinha de lenços próxima ao futon aparece e dá a entender que ele precisou usar, o que após pedir para a boneca hina olhar para o lado deve significar o ato da masturbação, algo normal para um jovem da idade dele, independentemente da “inspiração”…
No caso específico dele, não há maldade, não há premeditação, foi uma reação fisiológica e ele respondeu a altura e até se culpou quando viu a Marin na manhã da segunda. Vamos ser honestos aqui, é uma situação um tanto quanto constrangedora essa, mas bem realista, realista mesmo.
Então não vejo o que reclamar dela, diria até que o anime é passível de elogios pela forma cômica, mas comedida, como abordou a questão. O que se segue com a rodinha de gyarus que se forma em torno dele e os comentários maldosos dos colegas já foi outra questão da trama.
A reação dele foi bem imatura, mas como o Gojo não poderia ser, né? A cada vez que ele vê a Marin ela está mais linda, se sente mais à vontade para provocá-lo e nem falo da intimidade que cresce de forma espontânea e não exatamente gradual entre os dois. “Coitado” do Gojo.
Sério, ele não é coitadinho, mas entendo sua infantilidade para lidar com a pressão de ser julgado por ser amigo da Marin. Felizmente, a garota está pouco se lixando para isso e mais uma vez arrasa na provocação, mas também na fofura. Como não querer ser amigo de alguém assim?
A cena dela provocando sobre o namoro e depois o puxando para acompanhá-la nas compras foi divertidíssima e manteve o nível de qualidade técnico do anime, que, aliás, segue lindo, mas não só isso, pois a direção tem conseguido explorar bem as virtudes visuais do anime.
Falando das compras, a meticulosidade com a qual ele apresenta o projeto do cosplay para a Marin foi um sinal bacana do comprometimento, do envolvimento, dele nisso tudo. Teve o caso da peruca também e o agradecimento mais que adequado da Marin pela ajuda dele.
Aliás, esse é um ponto interessante a se comentar, pois fica clara sua baixa autoestima devido a forma como ele reage ao agradecimento dela. Isso é algo que o Gojo tem que melhorar, mas é tudo um processo. Como trabalhar foi o processo para a Marin ter a grana e poder se “gabar”.
A direção tem sido muito inteligente pela forma como destaca a Marin o tempo todo, não que praticamente isso tudo não esteja no mangá, mas há formas e formas de fazer isso, e fazer isso com ótima animação, ótima atuação de voz, trilha sonora pontual e uma sacadas outras é ótimo.
Tanto é isso que a ida a loja de roupas rende um dos momentos mais divertidos do episódio, com a Marin investindo hard na provocação (olha a Takagi fazendo escola gente), mas nada que o Gojo já não tenha visto e que ela mesma já não tenha mostrado. Aquele segundo episódio foi…
Eu ainda fico um pouco chocado com a despreocupação da Marin em fazer essas coisas, mas vejo os dois se dando tão bem, com uma química tão boa, que consigo comprar sua “falta de noção”. É como se o Gojo fosse 8 e ela 80, e precisamos ver o Gojo ser pelo menos 44 alguma hora.
Inclusive, a cena dos dois saindo do restaurante de soba e chocando quem estava na fila talvez já seja uma leve demonstração disso, afinal, ele não se deu conta da “barbaridade” que falou em alto e bom som, já ela estava em sua “zona otaku”, não se daria conta de qualquer jeito.
Aliás, o que se segue é uma sessão de apreciação aos cosplayers que atuam nas redes sociais (nisso sou bem parecido com a Marin haha) e se não me engano a Juju-san que ela cita é aquela garota que nota eles na loja de artigos de anime, né? Ela deve ajudar a Marin com seu cosplay.
Na reta final a gente tem uma reflexão importante do Gojo sobre o peso da palavra “beleza”, o tipo de coisa que imagino um otaku entendendo melhor que uma pessoa sem paixões e idiossincrasias. Tem várias coisas que nós, que temos nossos hobbies, consideramos “sagrado”.
Mas claro, enquanto existe um Gojo, existe uma Marin que fala que tudo é bonito, a questão é que esse deslumbre é muito importante para os dois, só a forma como lidam é diferente, pois eles têm personalidades bem diferentes. E o mais legal disso? Ainda assim ele “compra” a vibe dela.
Isso rende a cena em cima da ponte, em que as luzes dos carros iluminam os rostos deles enquanto ela agradece por ele ter embarcado na onda dela. Quando alguém vê o que você indica, nota coisas que você nem viu e mostra interesse genuíno isso é um mundo para nós, otakus.
Então sim, não estranhem se com o tempo o gosto da Marin pelo Gojo só for crescendo, é reconfortante ter alguém que compartilha dos seus gostos, ainda mais quando a maioria viraria a cara ou não levaria a sério, além deles serem opostos, e dele ser bonito, educado e respeitoso, etc.
Por fim, após uma cena tão charmosa o episódio acabou com chave de ouro, afinal, o prazo é curto e o trabalho do Gojo deve ser insano, mas é justamente essa urgência que vai potencializar a satisfação por um trabalho bem-feito. “Intensidade” parece ser a palavra-chave do anime.
Sobre isso, meu último comentário é bem objetivo, o anime usa o ecchi a fim de tornar seus momentos mais intensos e tem conseguido fazer isso com maestria, pois não vira besteirol. Não consigo recriminar Sono Bisque Doll por isso, por esse que é um dos diferenciais da obra.
Até a próxima!