Blade Runner: Black Lotus – ep 8 e 9 – Atirando enquanto dança
O oitavo episódio de Black Lotus foi um recap safado disfarçado de episódio normal no qual a única coisa relevante que ocorreu foi a Davis ter sido retirada do caso. Previsível? Sim. Aliás, apesar de estar legal, ser previsível tem sido o grande problema do anime e abaixo explicarei porquê.
Antes que esqueça, não poderia deixar de elogiar os encerramentos. Espero que tanto eles, quanto a abertura ganhem um cd especial e que eu consiga ouvir as músicas mesmo após o anime. Elas em si não são fantásticas, mas têm encaixado muito bem com o final de cada episódio.
Outra bola que só estava pedindo para ser chutada é a de quem recebeu a ligação do J depois que a Elle sai para matar o Wallace pai. A Davis não deixou um cartão dela com ele? Além disso, a única outra pessoa em quem eu consegui pensar recebeu um tiro dele, então…
Teve outra coisa nesse episódio que praticamente selou o “destino” da Elle, mas antes de chegar nela tem dois pontos que quero abordar sobre o anime. Primeiro, as cenas de ação (com direitos a momentos em slow motion e tudo) foram um grande chamariz desse episódio.
Segundo, o confronto de ideias da Elle com o Wallace pode até ter levantado a questão do livre arbítrio (o título do nono episódio), mas é só implicância minha ou ainda foi um tanto superficial? Digo, o assassinato derradeiro desse episódio foi previsível do começo até o fim.
A única cena que chegou a me surpreender um pouco, ainda que eu mesmo tenha cantado essa bola antes, foi a da mão da Elle ter dado acesso aonde o Wallace pai estava, o que entrega que é o Wallace filho que está por trás da existência da Elle e de tudo que ela fez até agora.
É um plot muito básico e previsível, que só não vai fazer o anime chafurdar na mediocridade de acordo com o que acontecer depois que a própria Elle descobrir isso, o que talvez ocorra em meio a uma “traição” do J se pensarmos que ele negociou com a Davia sem avisar a garota.
É claro que o J não quer prejudicá-la, é justamente o contrário, mas ela vai entender isso? E entendendo ou não, a gente sabe que é só questão de tempo até que caia nas mãos do Wallace filho. Ele está vivinho da silva em Blade Runner 2049, então…
Ainda assim, o questionamento sobre tudo que ela tez ter sido ou não um ato de livre arbítrio poderá ser feito, mas será mesmo que a resposta nos será satisfatória? O anime não tem sido uma vingança padrão deliberadamente, a heroína foi induzida a isso o tempo todo.
No fim, a chance de acabarmos com um gosto agridoce na boca é grande, e muito disso se deve a direção do próprio anime, que até conseguiu emplacar diálogos mais profundos aqui e ali, mas no geral foi pulando de um assassinato para outro com boa ação e praticamente só isso.
Não há um grande movimento para refletir sobre sua própria situação por parte da heroína, algo que pode mudar quando ela souber que foi ainda mais usada do que um replicante já costuma ser. Aliás, já estamos vendo isso, mesmo que aos poucos, sem um “despertar” completo seu.
Por fim, com profundidade ou não, esse episódio realmente foi bem legal, seja pelas lutas, pela ajuda providencial do J, pelo encerramento ou pela morte do detestável Wallace pai. Nada que não já tenhamos visto antes nesse anime, mas agora a jornada só afunila mais rumo a seu final.
Até a próxima!