sPor um momento pensei que a Ushio fosse virar bebê e desaparecer (like a Benjamin Button), mas esse foi só um dos detalhes a fim de passar tensão a sequência final do anime, a qual apostou no seguro e colheu seus frutos, com algumas sombras a comentar, no entanto.

A ida das balas hackeadoras foi boa e tudo mais, mas só eu que achei um pouco chato toda essa pegada final estilo battle shonen, com direito a luta cheia de estragos, velocidade de observação expandida e “jeitinho brasileiro” no final para tudo dar certo?

Digo, achei bacana ver o estrago físico que o Shinpei sofreu, mas de que adiantou tudo aquilo se tudo foi revertido? Além disso, qual a necessidade do corpo dele começar a se desintegrar do nada? Foi só para passar a sensação de que se esvairia antes de cumprir seu objetivo?

Não adiantou, pois era óbvio que isso não rolaria. Se Summer Time Rendering foi competente em algo foi em nos fazer acreditar que a Ushio e o Shinpei seriam capaz de arrumar as coisas, e eles foram, só me pergunto se precisava ser literalmente tudo, tudo mesmo.

Além do mais, que desculpinha mais esfarrapada a do Shide para seu plano diabólico derradeiro, hein? Não me caiu nada bem, mas não é como se esperasse muito mais do vilão. O pior foi ele ter perdido daquela forma, sem toda a pompa que parecia inerente a sua figura.

Pelo menos o trecho em si, com a vida dele se esvaindo da armadura controlada remotamente até seu corpo original em frangalhos, foi singelo. Me soou até poético que ele tenha morrido assim, abruptamente, sem nenhum controle daquilo que ele mais queria controlar.

Quanto a ida ao “marco zero” da história, não me agradou a saída de apagar tudo o que aconteceu. Ou melhor, de apagar a influência das sombras em Hitogashima e na vida de seus moradores, a qual deve desembocar na Ushio não morrendo e tantas outras coisas.

Digo, por um lado eu fiquei feliz, pois será a chance dos protagonistas acabarem ficando juntos no final. Por outro lado, vai ser muito decepcionante se acontecer o que esse final de episódio indicou, que nada do que vimos na história realmente aconteceu.

E é diferente do que acontece em outras histórias de viagem no tempo como Steins;Gate ou Re: Zero (duas das minhas favoritas do tipo), pois mesmo que em uma delas (Steins;Gate) o marco zero seja apagado, pelo menos o protagonista conserva as memórias de tudo.

O Shinpei vai conservar as memórias de tudo? Não sei, mas vou achar uma licença poética demasiada se isso acontecer, afinal, as sombras não interagiram com os humanos nessa linha do tempo, não é como se em qualquer momento ele tivesse obtido os poderes do olho.

Quanto a Re: Zero a diferença é ainda maior, visto que lá o marco zero é sempre preservado e as mudanças só vão até o ponto de reset, conservando bons e maus efeitos colaterais. Ainda assim, não é como se o episódio ou o anime tenha se tornado um lixo por causa disso.

A despedida dos heróis foi belíssima, mas perderá impacto caso tudo fique bem no final, até sentido se pensarmos que é quase óbvio que ambos estarão vivos na linha do tempo “prometida” e poderiam ter pensado nisso. Mas dou um desconto a eles por motivos “óbvios”.

Por fim, eu não gostei muito desse episódio, principalmente do miolo dele, do meio. O começo foi promissor, até a luta ganhar toda a cara de lutinha de battle shonen, e o final foi excelente também, ainda que a tendência seja a história nem ter “acontecido” no fim das contas.

Em todo caso, não consigo não achar esse episódio bom pela resolução de uma história que merecia final feliz, ainda que o grau de felicidade ou o como ela é alcançada seja relativo, ainda mais em histórias de viagem no tempo, que costumam ter menos consequências que outras.

Até a próxima!

 

P.S.: E a Hiruko, Haine, sei lá o quê? Se é para ter um final feliz completo, e dadas todas as licenças poéticas que esse final já teve, espero mesmo que ela reapareça de alguma forma e tenha a oportunidade de, enfim, ser feliz. Vamos ver o que o epílogo nos entrega.

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