Efeito Borboleta é o nome dado a um fenômeno presente em sistemas caóticos. A formulação popular é a seguinte: algo tão pequeno quanto o bater das asas de uma borboleta pode, por uma sequência de eventos em cadeia, provocar um furacão em um lugar distante. O uso de “provocar” é inadequado, bem como toda a formulação, porque dá a entender que apenas o bater das asas da borboleta é suficiente para que o furacão se forme, quando na verdade o que ocorre é que em uma grande massa de dados, um grande conjunto de variáveis, uma alteração pequena em apenas uma delas pode modificar bastante o resultado. A metáfora meteorológica é adequada porém, já que o cientista que cunhou o termo estava tratando justamente de meteorologia. Em um caso específico, uma pequena mudança nos dados fez a previsão de uma tempestade em um lugar mudar para um tornado em outro completamente diferente – que de fato ocorreu. De todo modo, perceba que mudou de tempestade para tornado, e não de nada para furacão.

Graças ao filme de mesmo nome, o Efeito Borboleta é popularmente associado com mudanças drásticas causadas por pequenas alterações em uma fictícia viagem no tempo. É difícil, hoje em dia, assistir uma história sobre viagens no tempo (mais especificamente, retorno ao passado) e não pensar em grandes alterações (frequentemente inesperadas e indesejadas) no presente. Esse é basicamente todo o mote do filme Efeito Borboleta. E no primeiro episódio eu conjecturei se algo assim poderia acontecer – Satoru acabaria alterando demais o passado, modificando coisas que ele não queria modificar. Não cheguei a escrever sobre isso nos artigos anteriores mas nesse acho que se tornou muito importante. Mas é uma espécie de inverso do Efeito Borboleta: Satoru está encontrando dificuldade em fazer as coisas diferentes. Pelo menos foi a impressão ao longo do episódio. No final ele parece ter conseguido mudar pra valer alguma coisa, mas será que agora não vai começar o efeito verdadeiro e ele se arrependerá das consequências?

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