Episódio nove de ID:Invaded: nota 10.

O conhecimento, tema que deu o título do carnaval paulista a Águia de Ouro, pode ser uma dádiva, e também um problema, como o anime bem demonstrou dessa vez ao revelar alguns dos segredos contidos no Mizunohame.

Sem mais delongas, é hora de ID:Invaded no Anime21!

Kaeru ser Kiki Asukai era mesmo previsível, mas não óbvio, ou eu que sou mais tapado do que pensava. Fato é que esse foi um excelente encaixe na trama.

O Mizunohame existir devido ao “poder” paranormal da K/K (Kaeru/Kiki) pode decepcionar em uma primeira avaliação, mas pensa aqui comigo, que tecnologia permitiria “materializar” e “convidar” alguém para dentro do subconsciente alheio? Não há parâmetro de análise, então eu não consigo “crucificar” a ideia mesmo.

Ficou claro que a K/K foi usada para dar vida ao Mizunohame; a sua capacidade psíquica, para ser exato; então, se aceitarmos que no mundo do anime há uma pessoa com essa peculiaridade dá sim para processar o que foi revelado.

K/K é uma pessoa só e certamente a maior vítima nessa história toda, e não “só” por ter sido usada para dar vida ao equipamento, mas também por causa da condição que lhe prejudicava desde a nascença. E prejudicava muito.

Aliás, se tentarmos ainda manter um pouco os pés no chão a tendência é de que a garota esteja sendo mantida refém em um mergulho sem fim, afinal, ela é o núcleo do Mizunohame e os mergulhos são nada menos que seus sonhos, sendo seu poder o catalisador que permite a “reação”, a materialização dos IDs em um espaço virtual.

Um detalhe é que escancarou-se a influência do John Walker em todo o processo já que a K/K o conhece, assim como os outros envolvidos.

Tenho para mim que ele tem uma condição psíquica semelhante a da K/K, mas é incapaz de sustentar o sistema que materializa os IDs (de outra forma, como induziria os assassinos a matarem a garota em seus sonhos?).

Aliás, o sistema ser usado a fim de pegar assassinos agora só me parece ainda mais um meio para um fim, uma experiência de laboratório em sua forma mais sórdida. Isso, claro, se não tratar-se apenas da diversão de um lunático paranormal (ou não)…

Duvido muito ser o caso, duvido muito ser apenas isso, pois cada vez mais consigo enxergar o quanto os personagens desse anime são humanos (a.k.a são falhos), e muito por causa do Narihisago que foi quase detestável se você não der um belo desconto ao “herói” dada a situação em que ele se encontrava.

O cara acordou em um mergulho que se passa no passado no qual a família estava viva, mas sabendo que nada do que ele fizesse salvaria a esposa e filha (seu algoz ser um vilão sem propósito pungente seria de uma crueldade…).

De tal modo, eu consigo aceitar a reação assustada e seca dele; na verdade, mais surpresa que tudo; ao abraçar a família, assim como seu desejo egoísta de esmurrar o Desafiante e vencê-lo em seu “território”. Foi patético vê-lo sacando a arma e atirando? Foi humano, ele se deu conta de suas reais limitações.

Quando o fracasso bate a porta e é preciso ser sujo a fim de alcançar o objetivo, é “humano” apelar para qualquer coisa, raras as são pessoas que se apegam a princípios que custariam suas vidas, ainda mais se for algo decidido na hora, motivado por um desejo torpe e em meio a tantas váriaveis (salvar a vítima que ele sabia que estava no subsolo, encontrar as respostas para a simulação em que entrou, etc). O Narihisago foi honesto com seus sentimentos.

Não estou escrevendo aqui que ele fez o “certo”, mas nem é como se houvesse algo absolutamente certo a se fazer nesse caso, o óbvio era salvar a garota e parar o assassino, a forma, ainda mais dentro de uma simulação, poderia muito bem moldar-se aos desejos do Narihisago de minar um pouco o ódio que sente.

A tragédia não será apagada e a família dele não retornará, mas ele também não descansará até detonar com quem está por trás disso tudo.

E quem é nós já sabemos, agora só falta entender como as coisas chegaram a esse ponto e torcer por um desfecho em que a K/K seja liberta.

Duvido muito que ela se livre de sua paranormalidade, creio mais em uma morte digna e definitiva para a personagem ou uma vida em que, independentemente de sua condição, ela finalmente consiga ser feliz.

Contudo, acho mais fácil que o fim de ambos, ela e Narihisago, seja mesmo sombrio.

Sombrio, não necessariamente inadequado, pelo contrário até, já que dada a trama acho que isso faria mais sentido que um final feliz de conto de fadas, afinal, ID:Invaded pode ser tudo, menos uma histórinha feliz.

O que posso comentar mais sobre o episódio? Que tal o que achei da direção e do roteiro? Nada menos que excelentes!

Inclusive, cenas pesadas como a da surra que o protagonista levou e o suicídio da K/K foram necessárias a fim de extrair o que de melhor cada um dos respectivos momentos podia oferecer.

Nada foi gratuito ou incoerente. No máximo confuso, mas ao fim do episódio acredito que tanto você como eu tenha entendido o que o anime quis dizer.

Mal posso esperar pela continuação de dentro para fora desse momento da trama.

Até a próxima!

P.S.: John Walker torna-se um vilão mais detestável a cada episódio, não à toa o título (parafraseado de um momento do episódio) é dedicado a ele, apesar de ser um destino inevitável para todos nós…

  1. Melhor episódio do anime de longe.

    Foi tenso quando o protagonista foi desafiar o tal desafiador, por um momento Sakaido sentiu-se bem, o desafiador mereceu cada tiro e soco que levou, um covarde/masoquista como ele merecia tudo menos perdão. Tenho que destacar a veracidade da coreografia da luta, não esperava tal violência e detalhe na luta. Sobre o facto do Sakaido ter usada a sua arma na luta, ele não foi covarde nem fraco, se o desafiador era um miserável que matava sem escrúpulos aqueles mais fracos que ele (que no futuro iria incluir uma criança), o Sakaido também o podia encher de chumbo sem sentir remorsos. A parte da arena subterrânea do Desafiador foi tensa, já era triste ver a Kaeru morta nos poços, viva e naquela situação foi ainda mais desolador.

    A cada episódio que passa, o John Walker se prova ser o mais filho da mãe do anime, e espero ansiosamente que o Sakaido o encha de chumbo e o faça sofrer.

    A Kaeru, pobre Kaeru, que demente seria capaz de fazer uma criança passar por tais pesadelos lúcidos, nem sei como ela aguenta, ao ponto de pedir medicação para não dormir.

    Voltando ao Sakaido, este episódio mexeu bem nos sentimentos, a esposa e a filha eram tudo para ele, a iteração entre eles humaniza bastante o Sakaido e o porquê de ele se ter tornado um serial Killer. Aquilo que o Sakaido fez com o individuo que atormentou a Kaeru no seu sonho foi pouco até, devia ter o feito sofrer. Só porque era um sonho, não justifica o sofrimento provocado na Kaeru. A família do Sakaido é muito boa, a esposa que se preocupa com o marido, a filha que ama os pais. gente normal e inocente, até ao dia que tudo desmorona por causa de um psicopata.

    Que o próximo episódio seja tão bom ou melhor que este episódio.

    Como sempre, mais um excelente artigo Kakeru17.

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