Mais um anime de idol dentre os milhões dessa temporada, mas vindo aqui para representar o lado masculino, esse daqui aparece tentando se destacar. A minha pergunta no título, é exatamente a mesma que o próprio enredo do anime faz, porque ele nada mais conta, do que a saga de um grupo imenso de jovens aspirantes a idols, tentando alçar o estrelato do zero.

Quanto ao sucesso pessoal, não há dúvida de que chegarão lá até o fim da série, mas e quanto ao outro sucesso? Essa estreia foi convincente o suficiente para prender a atenção? Vou tentar responder a essa pergunta, então sigam me os bons!

Depois da exibição de IDOLiSH7: Second Beat, era natural que os fãs dos idols e de um bom drama de superação, ficassem órfãos nesse sentido porque ele foi incrível. Honestamente não acho que I★Chu vá preencher esse buraco, até porque a sua dinâmica já se mostrou levemente diferente e um pouco puxada para o que vemos nos seus demais colegas de tema, porém acredito que ele consiga divertir a sua maneira.

A Étoile Vio School é responsável por formar os novos astros da música – alunos que são chamados de I★Chu – e o anime foca na terceira e recente turma criada, classe essa que conta com 16 figuras e uma produtora aparentemente experiente para guiá-los nesse processo.

Acho que o começo do episódio mostrou o que pode ser uma das forças motoras da série, que é a sua parte técnica. A apresentação que mostra o elenco já realizando seu sonho, esbanja qualidade, com uma boa música, a arte muito boa e uma fluidez que é de fazer a concorrência chorar.

Se mantiverem esse nível do começo ao fim, ao menos no quesito musical, essa obra já vai ser um sucesso, porém o que pega é o restante. Não acho que a estreia foi ruim, mas o excesso de personagens me preocupa, uma vez que a maioria dos outros que seguem essa fórmula, pouco conseguem aprofundar seus personagens.

O que me dá alguma esperança é a própria arte promocional do anime e a condução do episódio que parece apontar para um único time como protagonista absoluto da obra. De modo geral todo o grupão completo é bem clichê – até porque não tinha como ser diferente -, mas admito que são simpáticos dentro das suas personalidades “únicas”.

As reais estrelas no entanto, são o trio da Fire Fenyx, que particularmente me pareceu interessante por reunir indivíduos com alguma experiência real no mundo artístico – com a exceção do Seiya -, além de igualmente traumatizados por ele, graças a motivos que foram pincelados e serão trabalhados conforme o tempo passar.

Outra coisa que ficou bem marcada e inclusive já notada pela produtora do grupo, é a desconexão entre os protagonistas, pois diferente de seus companheiros dos outros times, as diferenças entre eles e seus traumas, acabam fazendo com que eles não encontrem um lugar comum – o que é bom para tornar mais natural a dinâmica entre eles.

O Seiya justamente por ser o diferente e inexperiente naquele trio, demonstra um equilíbrio emocional e força de vontade maiores, com o adendo de que achei o personagem bem dosado no espírito “genki” e centrado nas suas ações para unir o grupo. Mesmo nos momentos em que ele poderia se mostrar inconveniente em relação aos desconforto dos parceiros, o garoto consegue se mantém animado, mas em um nível tranquilo e que não incomoda a ninguém.

Kanata é o tímido do bolo e um ex-ator mirim, cuja falta de confiança e um certo medo, o impedem de amar com intensidade aquilo que está abraçando agora. Olhando rápido até me questionei porque ele queria ser idol, já que estava fugindo dos palcos, mas esse fato mostra que o desejo está ali, falta se livrar das preocupações.

Do mesmo modo o Akira também é quieto, discreto e tem seus problemas, contudo se nota que ele emprega mais esforço na tentativa de parecer profissional – sendo isso relacionado a seu passado como modelo.

Acredito que os fantasmas desses dois, junto as descobertas do Seiya enquanto novo artista, rendem uma boa história de crescimento pessoal e profissional, o que falta agora é saber se focarão mesmo neles, ou se o anime ainda pretende passear pelos outros 13 rapazes.

Um elemento bem bizarro que a obra apresentou, foi o diretor reconhecido como uma lenda pop e que nada mais é que um urso colorido – ou alguém fantasiado disso. Quando ele entrou, eu logo pensei que ia acontecer alguma bagaceira ali – um battle royale musical, uma competição feroz aleatória -, só que não aconteceu.

Bom, mas se ao menos na aparência esse cidadão não transmite qualquer seriedade, ao menos nos seus desafios ele parece ser realista com o que a indústria exige, e rigoroso para aperfeiçoar os alunos. Pedir para um grupo de novatos criar singles e vender 3000 cópias do nada, não me parece algo simples – considerando o que já vi em outras séries de idols -, só que a expulsão está aí no lombo de quem quiser, então, eles que lutem.

Os outros tem alguma vantagem por parecerem mais organizados, logo, a minha curiosidade é o Fire Fenyx por conta de tudo o que falei, assim como também para entender as habilidades individuais deles, posto que nenhum era ligado diretamente a música.

No final do episódio o Seiya consegue encontrar um momento de paz e união, que rende a cantoria do grupo e um ponto de partida para que eles se conheçam cada vez mais, vamos ver como trabalharão isso.

I★Chu começou de um jeito bem ok, repleto de gente e sem se destacar muito além da animação, mas também apresentou um trio de protagonistas legal, com panos de fundo interessantes e que podem render, caso não sejam tratados superficialmente para cobrirem todo o elenco. Pode não ser o melhor da temporada, mas acredito que possa ser um ótimo representante do gênero idol caso mantenha um foco certeiro.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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