Irina e competitiva, Irina não vai com a cara da raça que se aproveita dela. Irina é apenas uma moça normal como qualquer outra, só calhou dela ter nascido vampira e por isso não sentir gostos, mas adorar a sensação que água com gás, ainda mais quando é soda de limão, provoca.

Tem mesmo como não gostar da Irina? Se tiver não me diga, não quero saber. E se no primeiro episódio sobrou seriedade a essa proposta um tanto peculiar, nesse as coisas se equilibraram mais e conseguimos ver avanços perceptíveis e interessantes que dão um gás ao anime.

Eu tinha escrito no artigo de primeiras impressões que a Anya traria tons mais cômicos a trama e eu não poderia estar mais certo. Mas acho que o mais legal dos momentos cômicos desse episódio foi como tanto o Lev quanto a Irina acabaram se envolvendo, se deixando levar, por eles.

Pelo que a Irina conta, jogaram a culpa da peste negra nos vampiros, mas uma raça não é tão diferente da outra. Ambas têm senso de humor, sarcasmo, vergonha, preferências e anuências que podem fazer a depender da situação, independentemente de estarem satisfeitos ou não.

Porque é óbvio que a Irina não está satisfeita no estado em que se encontra, mas o que ela poderia fazer além de fazer tudo bem feitinho? Fugir? Impossível, lhe faltam forças. Ainda assim, não é porque está sendo obrigada a estar ali que ela não pode viver a experiência para valer, né?

Assim como o Lev, que é um cara sério que segue as regras (ao menos a maioria), mas não se furta ao interesse compreensível de um homem no corpo de uma mulher ou com seu bem-estar. Nenhum desses personagens é 8 ou 80, e se algum fosse, na boa, seria sem graça.

Tanto que após revelar um pouco mais das particularidades dos vampiros (que não sentem gostos, que fazem ritual de passagem, que raramente bebem sangue, etc) a Irina brinca com o Lev. Se eu entendi bem, ela pergunta se ele tomou leite querendo saber se já bebeu da “fonte”.

Acredito que ela queria saber se foi de uma mulher, e eu achei essa cena foi muito engraçada. De toda forma, fica o registro de como esse episódio se saiu muito bem em explorar as personalidades dos personagens por meio das situações de treinamento e das interações entre eles.

Mas aí tinha que vir um cientista zé ruela para judiar da Irina, né? O tipo de figura que imagino em uma instalação militar de tão patética que é, afinal, ao mesmo tempo em que é cientista também se apega a superstições baseadas em fake news. Pelo menos ele revelou sua face.

Às vezes o pior é quando a pessoa esconde sua verdadeira natureza, não que o velho já não tenha sido bastante ruim. Pelo menos deu para ver a preocupação da equipe da Irina com ela e mais interações cômicas posteriores a esses novos testes, produtivas para aproximar os personagens.

Não à toa o Lev pode fazer o tipo certinho, mas já dá sinais de que está se deixando cativar pela Irina. Alguém pragmático de verdade não tiraria um tempinho para ensiná-la a voar de paraquedas e muito menos cortaria caminho para apresentá-la a algo adequado ao seu “paladar”.

Isso significa o quê? Ainda é cedo para cravar, mas não vou achar estranho se ele bater em um superior de novo por causa da Irina, que tem medo de altura. Olha só que contraste para uma existência vendida como monstruosa? Não é o tipo de coisa que a torna irresistível?

Não consigo resistir mais a fofura da Irina, mas mais importante que isso, não quero vê-la mal, estou me apegando a personagem, então fico com o coração na mão nas cenas em que sua natureza vampiresca se inflama ou ela simplesmente sonha acordada com algum trauma.

Cenas essas que certamente encorpam mais a trama e têm ajudado a construir uma gama variada de situações por vezes divertidas, por vezes reflexivas e por vezes os dois. Humanizar a Irina, e tornar aqueles mais próximos a ela mais aprazíveis, funcionou muito bem.

Ainda mais após os trechos da água com gás e da soda de limão, duas sacadas do Lev que vão ajudando a derrubar o muro que a Irina ergueu em torno de si afim de não se deixar machucar ainda mais. Mas ela vai se machucar, eles vão, só espero que a ferida compense.

Como empecilho, além da desumanidade com a qual é tratada, somemos a isso gente de dentro do próprio exército que quer ferrar com o experimento. O famoso come quieto que tende a ser pior que gente que branda barbaridades aos quatro ventos. Só nos resta saber o quanto.

Por fim, agora você sabe, se quer ver uma expressão fofa de uma vampira gata é só dar água com gás para ela. Barato e eficiente. Só não culpe o anime se ela vier a xingá-lo, aceite como se fosse um traço de tsunderismo, sinal de que a relação de vocês está ganhando gás hehehe…

Até a próxima!

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