Flashback em cemitério é death flag descarada ou seria uma tentativa de nos induzir a pensar nisso? Não sei, o fato é que não há muito mais o que se comentar sobre a família do Uzui e seu passado como ninja, só que ele fala “extravagante” demais e isso é irritante e bobo, totalmente.

Ainda assim, é inegável que a relação com suas esposas é interessante. Senão pela simplicidade da dinâmica (uma é mais madura, as outras duas ficam brigando e o Uzui só ri), vale a ideia de deixar o campo de batalha após um objetivo traçado a fim de finalmente aproveitarem a vida.

Mas antes de falar da luta, uma ressalva, não vejo problema em poligamia, pelo menos não quando é permitido, quando é obrigado (como dá a entender que é no clã do Uzui) me incomoda, ainda que eu possa entender se a autora tiver se baseado em costumes de clãs ninjas reais.

Em todo caso, a dinâmica de interação deles, de subserviência delas para com o marido, não pode deixar de ser frisada. Não que eu reclame do anime, sei que culturalmente era algo relativamente comum na época e a trama está apenas retratando isso, o detalhe é que poderia ir além.

Mas não foi e nem deve ir, não há tempo. Como não devem dar mais tempo de tela às outras esposas, o que até entendo, afinal, a Hinatsuru é a principal, o pináculo dessa relação poligâmica, das três. É isso o que o anime dá a entender tanto no flashback, quanto no tempo presente.

Ainda mais após a promessa que ela propõe, de aposentadoria após derrotar Luas Superiores. Imagino que ela tenha se referido a mais de um, mas não exatamente a mais de um de uma vez. O problema é que, caso sobrevivam, não vai ser estranho se o Uzui pelo menos tirar uma folga.

Focando de vez na luta agora, achei bem bacana ver o Tanjiro compreendendo o processo de evolução das respirações no calor da batalha, é o tipo de coisa que imagino até que alguém possa ter dito a ele, mas que ele só seria capaz de entender mesmo em uma situação como essa.

E é justamente essa capacidade de adaptação que eu espero ver sendo explorada na trama, pois de outra forma como eles conseguirão derrotar os Seis Superiores? Em um cenário de profundo desespero, como acaba esse nono episódio, só nos resta esperar por um “jeitinho japonês”.

Do outro lado da equação, se tem um elemento flexível, esse é o Gyutaro e ele demonstrou isso nessa luta. Diferente da Daki (que só faz o feijão com arroz sem tempero), suas reações rápidas e criativas as investidas perigosas e frequentes dos inimigos o tornam um adversário formidável.

Por isso a derrota de momento do Uzui que se apresenta no final do episódio não é estranha. Com o Tanjiro ele já estava em dificuldade, imagina tendo que lutar sem ele? Aliás, a quebra da dinâmica de enfrentamento que vinha regendo os confrontos realmente desequilibrou a parada.

Pois enquanto a Daki conseguia lidar com o Inosuke e o Zenitsu, o Gyutaro não conseguia derrubar o Uzui porque o Tanjiro estava o tempo todo lá enchendo o saco. Ainda assim, elogio a evolução do Inosuke e do Zenitsu, os dois com perfis bem mais legais do que na primeira temporada.

Eu só faço a ressalva, o Zenitsu ainda estar dormindo é irritante, bobo. Esse episódio se sabotou um pouco por essas besteiras, que até divergem de outras construções criativas e corajosas que a narrativa vinha empregando. Isso minimiza um pouco os momentos legais (ainda que clichês).

Com os quatro dando mais de si, e em situações piores, o desfecho desesperador desse episódio seria potencializado. É claro que ainda foi muito impactante a apunhalada pelas costas que o Inosuke tomou e a mão decepada do Uzui, mas e o Zenitsu, ele vai ficar só nisso mesmo?

Digo, dos quatro foi ele que menos apanhou ou bateu e é bem forte. Tudo bem que ele só usa um golpe, mas já não seria hora dele usar outros? Essa roupagem dele dormindo acordado não me desce, ela só serve como desculpa para não explorar mais a força do personagem.

E isso não significaria que eles venceriam por causa disso, só que isso tinha potencial para tornar a luta mais interessante. Ainda pode acontecer, é verdade, mas esta na cara que não vai impactar tanto, até porque, como todo bom protagonista, o Tanjiro puxa a responsabilidade para si.

E não é culpa dele, o Tanjiro fez o que podia e um pouco mais. Isso é tão aberrante que ele acaba as Fofocas Taisho sério, dando uma de Asta, como só o Asta pode ser. Não que Kimetsu não possa apelar para isso, só não precisa exagerar, pois não é o “fim” e a gente sabe bem disso.

Até a próxima!

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