O delay dos disparos salvou os outros candidatos? Porque o primeiro a ser atingido e a cair foi o Susumu, e de um disparo vindo de longe, não foi a queima roupa. Aliás, nem teria como ter sido, o disparo veio das costas, e pior, foi de um atirador estrangeiro. Incompetência, hein, Japão?

De toda forma, o importante é que o candidato mais inocente e perigoso saiu de cena para dar lugar a uma disputa de pontos de vista, os quais devem definir o próximo deus e quem sabe a “inexistência” de um. Mas o que sobrará a raça humana depois disso? Vamos pensar sobre!

O Yoneda foi esperto tanto ao matar um já à beira da morte Susumu para pegar as asas e flechas dele, quanto ao lançar a flecha vermelha no Nakaumi, evitando se deixar surpreender por qualquer mudança em sua forma de pensar. Yoneda é pragmático, não esperava menos dele.

E não pense que ele não matou o Nakaumi por compaixão ou qualquer outro sentimento bondoso, foi claramente para conseguir informação e ter um peão a sua disposição enquanto durar o processo de definição da disputa, que se encaminha para o diálogo por enquanto, por enquanto.

Do outro lado da montanha temos um Mirai cada vez mais cotado para se tornar deus e uma Saki que claramente não deseja isso, apesar de que, repito, se eles tivessem visto Mirai Nikki certamente ficariam menos preocupados… Não vou escrever mais para não dar spoilers, prometo.

Com isso me volto a outro casal, o Hoshi e a Yumiki. Ele errou ao deixar a esposa receber a flecha vermelha, o que resultou nele mesmo recebendo a flecha vermelha nesse episódio? Não, pois não há dissonância entre o trio que restou e o que ele busca alcançar com tudo isso.

Enquanto isso, no mundo celestial deus começa a desaparecer, mas o que isso agrega a disputa? No máximo uma ideia de urgência, a qual pode tanto trabalhar a favor da manutenção do status quo, quanto contra se pensarmos que as duas facções não o desejam exatamente.

E nisso a Yuri me agradou nesse episódio, pois apesar de ser a mais fútil e inútil de todos, ela teceu opiniões bem sensatas levando em consideração o outro lado, além de cada vez ser mais fácil entender a personagem. Ela é uma pessoa fraca, não necessariamente burra.

Inclusive, discuto se ela não é mais útil que a Saki, que apenas se debruça sobre ideias pouco práticas e não tem feito nada de útil há muito tempo na trama. Em todo caso, isso também não importa por ora, pelo menos não quando o Yoneda, nosso antagonista, é aprofundado.

Yoneda é alguém que não quer incomodar os outros, que rejeita os comodismos e interações sociais e cujas ideias divergem das da maioria (que o segue mais pelo respaldo que tem que por se enxergar nele), então essa é uma característica a ser explorada com chance de sucesso? Talvez.

O problema é o que é apresentado logo em seguida, que é a pergunta que não tem preço, a qual toda a humanidade anseia por uma resposta. “O que existe (se existe algo mesmo) após a morte?” Por ela o Yoneda não se importaria em “incomodar” os outros? Acho que não, não mesmo.

Se fosse assim ele não teria aceitado com tanta naturalidade a possibilidade de pessoas se suicidarem devido a quebra do conceito de deus que conhecemos, não acha? Então mesmo que o Hoshi consiga dialogar com o doutor, acho difícil ele retroceder seduzido por essa curiosidade.

Cientistas são assim, é crível que sejam, e nisso concordo com a Yuri, não dá para vencer o Yoneda no argumento, o que poderia ocorrer, e em um cenário muito otimista, é ele ceder, mas em troca de quê? Vamos ver. Não tem nenhum estrategista do outro lado para pensar nisso.

Isso me faz pensar em um conflito aberto entre as partes no qual obviamente o Nakaumi e a Yuri devem rodar sem muita cerimônia, restando o Yoneda, o Mirai e a Saki. A gente sabe que o Mirai vai alcançar seu objetivo de felicidade (quer seja o utópico ou não), a questão só é como.

O que pesa demais a balança para o Mirai é a Nasse, cuja particularidade nem ela conhece, mas se tornou uma moeda de troca valiosa ao menos para estender a vida do Nakaumi e validar os esforços da Ogaro. A Nasse é imprevisível e claramente é ela quem decidirá a disputa.

Qual é o objetivo dela? Realizar o desejo do Mirai. Isso me desanima um pouco, pois torna o desfecho do anime previsível no que se refere a conceito, agora, como isso vai acontecer? Vão resolver a problemática da criatura e do criador? Vão responder a pergunta que não quer calar?

Por fim, é com esses desafios que vamos ter outro arco de estádio, mas agora com um antagonista bem melhor, menos candidatos e ideias mais interessantes a serem debatidas. A pergunta sem preço é sedutora, mas no fim do dia o que mais importa é o que se faz em vida, concorda?

Até a próxima!

Comentários