Embora o último episódio tenha se encerrado com uma ousada declaração sobre salvar o mundo, este por sua vez foi bastante calmo e tranquilo. A tenção aqui não estava nos acontecimentos, mas naquilo que motivava os personagens. Não se tratava daquilo que acontecia, mas de seu porquê.

Quando pensamos sobre os personagens mais importantes de Shingeki, ainda que o nome dele possa ser citado em algum momento, é fato que o Jean não será um dos primeiros nomes que pensaremos. Mas justo em um momento tão importante para a história ele recebeu uma atenção até que bem grande, embora ele não tenha alterado de forma muito significativa o rumo da trama. Fato é que o grande nome desse episódio foi o Jean.

Ele participou desse episódio do seu início até o fim, sempre em cenas muito interessantes. É importante notar que de fato a sua decisão em fazer algo contra o Eren denota a sua grande mudança enquanto personagem.

Se ele inicia como alguém totalmente egocêntrico, então aqui ele se mostra alguém capaz de fazer grande sacrifício por aquilo que acredita e por aqueles que ele acredita. E de fato, ele tinha nas mãos a chance de se tornar tudo que outrora tanto desejou, mas ainda assim se manteve firme naquilo que acredita.

Apesar, é claro, de ainda assim estar muito confuso e cheio de arrependimentos e ressentimentos. Na verdade, já faz tempo que digo que a confusão está presente em todos os momentos dessa temporada e em todos os personagens.

E se alguma cena mostra isso com grande clareza, então é a cena ocorrida em volta da fogueira que vimos nesse episódio. Lá vemos vários exemplos do porquê de todas aquelas pessoas estarem tão confusas. E mais, vemos vários motivos para estarem ressentidos uns com os outros.

Não tinha como tudo acabar tranquilo, com eles bebendo como grandes amigos depois de tantos conflitos e intrigas de ambos os lados. É óbvio que isso nunca iria acontecer. Sem falar de todo o “ciclo de ódio” que o anime vem tratando ter retornado nesse episódio, algo que é bastante coerente tendo em vista a situação.

E pode até ser que ele não tenha sido “resolvido”, ou melhor, que os personagens tenham entrado realmente em um acordo quanto a esse problema, mas creio que todos os personagens ao menos entenderam que algo deve ser feito. Sendo ainda mais claro; que algo de diferente deve ser feito.

Destaco aqui a personagem da Gabi que novamente demonstrou o quanto evoluiu. É interessante notar como todos estamos muito inquietos, dando sempre que possível “cutucadas” naqueles que já foram seus inimigos.

Mas justo a Gabi, logo uma criança, foi aquela que demonstrou ter a maior consciência de tudo aquilo e que agiu com a maior maturidade. Destaco também o Jean pedindo desculpas para ela no final do episódio, já que não podemos esquecer que foi ela quem matou a Sasha. Mas ainda assim ele se desculpou, o que é um excelente sinal.

Por fim, não poderia deixar de citar outro ponto muito importante que foi levantado aqui. Falo da questão sobre o Eren, se eles estão ou não preparados para matar o Eren. Parece bacana para os fãs da série ouvir “vamos salvar o mundo!”, mas talvez alguns deles não tenham entendido que isso significa matar o Eren.

Na verdade, me surpreenda que até mesmo os personagens não tenham dito isso com maior clareza, pois essa é a coisa que se faz necessária. Se possível for fazê-lo mudar de ideia também cumprirá o mesmo fim, é claro. Porém, matá-lo é a forma que se mostra necessária para colocar um ponto final no estrondo.

É importante que isso seja dito e repetido, pois é a grande questão que esses dois últimos episódios colocaram em destaque. Vamos ver se isso se mostrará ou não, na prática, como algo necessário. Até mais.

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