Earthchild (Chikyuu no Ko) é um mangá de Hideo Shinkai (Soul Catcher(S), Little Wing) que estreou recentemente na Weekly Shonen Jump. Segue abaixo a sinopse retirada do site MANGA Plus (onde você pode ler a obra oficialmente) e traduzida por mim.

 

“Uma pessoa comum se apaixona por uma super-heroína que protege a terra! Em termos de circunstâncias, habilidade e experiência eles pertencem a mundos diferentes, mas acabam se conhecendo, apoiando um ao outro, e então… Uma história de amor única em uma escala planetária começa agora!”

 

A primeira característica digna de nota do mangá certamente é seu traço polido e leve, que cresce de acordo com os momentos mais pungentes da narrativa e compõe bem com os momentos mais calmos. Mas sim, não é o traço a característica que mais me chamou atenção no piloto.

Nunca li Little Wing ou Soul Catcher(S), mas ouvi falar bem (e um pouco mal) do autor e acho que em Earthchild a experiência de anos fazendo mangá se prova, pois ao mesmo tempo em que você se interesse pelo casal principal, as reviravoltas fazem o mangá sair do lugar comum.

É claro que elas também são clichês, mas, por exemplo, se você ler também o segundo capítulo (na altura em que escrevo este artigo o segundo já saiu) vai perceber que o conceito primordial da narrativa, as diferenças entre os protagonistas, tende a ser expandido e virar algo maior.

Portanto, sim, indico que você leia os dois primeiros capítulos, afinal, se o primeiro apresenta o casal, faz um checkpoint do relacionamento deles até o nascimento do filho e o meteoro que “ceifa” a vida da heroína; o segundo trabalha mais de acordo com o que a obra deve ser.

Kareri, a heroína que é uma Earthchild (“Filha da Terra” em tradução livre), supostamente morre salvando o planeta do choque com um meteoro, mas ao final do segundo capítulo o que descobrimos é que ela ainda está viva, mas se é esse o caso, por que não voltou para casa?

Imagino que ela não tenha condições para isso, talvez sequer tenha mais um corpo para o qual voltar, o que ao mesmo tempo em que dificulta a história de amor dos dois pais, trabalha em favor de uma virada de intenções na narrativa, provavelmente focando no filho dos dois.

O que me pegou de surpresa foi ela ter sobrevivido, um clichê que talvez soe covarde a primeira instância, mas que pode se provar bom se a ideia da convicção do protagonista em torno de seu amor pela esposa e o filho for ainda mais aproveitada ao longo da trama.

Digo, é tentador ver a história de amor dos dois tendo um final feliz mesmo que sob circunstâncias adversas. Por quê? Porque mesmo que um ou dois capítulos tenham sido insuficientes para fazer com que de fato nos apeguemos aos personagens, eles ao menos me fizeram querer isso.

E tudo porque a ideia por trás do encontro predestinado entre os dois é realmente muito boa. O Reisuke não esquecer da Kareri, ela aceitar seus sentimentos e desenvolver os seus por ele, tudo abraçando esse conceito de diferenças gritantes entre duas pessoas basicamente comuns.

É claro que os poderes dela a tornam alguém diferente, mas tirando isso em tudo ela é igual a ele, então não é incomum que ela tenha se atraído por sua personalidade, de alguém que se apaixonou a primeira vista e valoriza os esforços silenciosos pelo bem comum da amada.

Nisso Earthchild é bem comum no quesito shonen, mas como foram apenas dois episódios e a história ainda não se assentou não dá para saber onde tudo isso vai parar. Eu só fico feliz que a Kareri não morreu (espero que ela não morra depois) e que o amor dos dois ainda pode vingar.

Não que já não tenha sido um sucesso, afinal, os dois namoraram, se casaram e tiveram um filho em apenas um capítulo. Earthchild já começa bem fazendo o que muito mangá de romance não faz, só nos resta saber o que a obra será daqui em diante, espero que você queira saber também.

Até a próxima!

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