Vários amigos, inimigos, conhecidos e desconhecidos se unem em uma mesma coalisão. Seu objetivo? Simples, muito simples, seu objetivo é salvar o mundo inteiro. Salvar o mundo inteiro!

Se tem algo que está muito claro nesse anime é que todo mundo está completamente confuso e perdido. Eles não processaram ainda o que está acontecendo, não têm a menor ideia do que fazer e o pior de tudo, a cada segundo a necessidade de fazer algo se mostra.

Pior, não fazer algo é também uma ação, o que não irá livra-los de ouvirem os descontentamentos de suas próprias consciências que clamam para que eles assumam a responsabilidade por aquilo que acontece.

Temos então diversos dramas e questões vistas em diversos personagens distintos. O Jean que pode se tornar aquilo que sempre sonhou ser, mas que para ter isso deve abdicar daquele que se tornou e do que realmente acredita. Da Mikasa que agora se vê só, algo novo para ela que é tão incapaz de tomar decisões por si mesma.

E nisso a imagem do cachecol que ela se nega a abandonar, justo um símbolo de sua submissão ao Eren. Mas temos que fazer aqui uma importante ressalva, pois ele é também o símbolo de uma conexão e de um amor sincero. O que torna tudo ainda mais complicado para alguém como ela.

E também não posso deixar de falar sobre o Connie e o Armin. Gostei de tudo que foi trabalhado no núcleo deles, ainda mais por essa ser uma questão muito pessoal e verdadeira. É muito mais humano o drama do Connie e sua vontade de trazer sua mãe a sua forma humana do que apenas agir por uma ideia ou princípio.

É importante que o Connie esteja alheio a toda essa coisa de vingança e ódio, pois tudo que ele quer é salvar alguém que para ele é importante. Ou seja, mesmo se livrando dessas influências perigosas ainda há outros caminhos para se desvirtuar. Mas felizmente ele se mostra capaz de se convencer do quão errado é aquilo.

Temos assim uma cena muito intima dele com o Armin, onde eles são capazes de compreender um ao outro e com isso estreitam a sua amizade. Aliás, essa questão de aproximação entre os personagens é algo que gostei bastante desse episódio.

Destaco aqui o uso da comédia que ajudou a criar um clima descontraído ao episódio em vários momentos, o que contribui para justificar uma união real entre eles e não apenas uma aliança estratégica. Embora ela exista também e fique muito evidente no núcleo do Levi e da Hange.

Uma das grandes dúvidas que o anime nos deixou foi sobre a sobrevivência do Levi. É claro que sabíamos que ele estaria vivo, mas tendo em vista o quão afetado ele foi não parece mais possível para ele cumprir alguma função de importância nessa temporada. Mas o sangue Ackerman corre em suas veias e ele não cairá tão fácil.

Mesmo estando em um estado deplorável, ainda assim os seus olhos são capazes de transmitir uma força e uma determinação muito únicas. É como se ele de fato fosse capaz de fazer algo, isso é o que os seus olhos nos dizem mesmo que o resto do seu corpo discorde.

De todo modo, o que temos aqui é uma união entre vários personagens que nunca imaginamos serem capazes de unir forças. Seu objetivo é salvar o mundo, o que parece algo muito difícil tendo em vista o número de seus inimigos.

Contudo, eu diria até que a grande questão aqui, ao menos por enquanto, não é se podem ou se não podem cumprir esse objetivo, mas se podem unir forças de forma sincera.

Se mesmo depois de tudo que já fizeram uns aos outros ainda assim são capazes de lutar por um mesmo objetivo e de abandonar todas as suas rixas passadas. Se isso irá ou não acontecer, é esperar para ver. Até mais.

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