Platinum End – ep 21 – Decisões vazias
A questão que cerca o nascimento da criatura levantada nesse episódio não me surpreendeu, afinal, o Dr. Yoneda é meticuloso, além de seu grande objetivo ser acabar com deus e de quebra descobrir o que há após a morte. Se não é o mundo celestial do falso deus, o que é então?
Mais importante que essa curiosidade dele é o desfecho da disputa, que se desenhou de forma interessante nesse episódio, mas também problemática, afinal, cadê o desenvolvimento para o que o Mirai disse no final? Decisões vazias não movem moinhos, derrubam.
Matar e não conversar seria contraditório para o Dr. Yoneda, afinal, ele é um cientista, não quer guerra, mas também não tem problemas em recorrer a violência se preciso. Isso era o que eu pensava até a reta final desse episódio, que provou que a conversa era tudo parte do plano.
Os peões foram usados para arranjar os detalhes e tudo seria mais fácil para o antagonista se do lado do protagonista não tivesse ocorrido o mesmo, uma evolução, a diferença é que até a construção disso com o Dr. Yoneda foi mais clara do que foi com o Mirai.
Mas antes de entrar no mérito da questão, eu me pergunto de onde estão tirando a base estatística para dizer que apenas 10% das pessoas realmente acreditam em deus. Ou a hipocrisia do ser humano é maior do que eu imaginava ou o anime só vomita números aleatórios mesmo.
Algo que já não foi aleatório foi a “rebelião” do amigo do Metropoliman do qual nunca lembro o nome. Sua atitude de ir atrás da namorada evidencia a já retratada fragilidade do “amor” que surge a partir da flecha, o que talvez dê margem para algo similar com a flecha branca?
Não sei e espero que não seja esse o caso. Só o que posso apontar sobre essa situação é que ela até foi fofa, tanto que acabou ofuscando a cena inútil da Saki se declarando para o Mirai. Entendo que eles queriam ficar a sós, mas a cena não foi exatamente romântica ou útil para nada.
Como também não acrescentou em nada a argumentação que o Hoshi tentou emplacar com o Dr. Yoneda. A diferença e que o ponto de partida dela não era exatamente ruim, apenas uma visão incompleta do personagem, de alguém que realmente não conhecia o doutor de verdade.
Isso é compreensível e não foi desperdício pelo contraste entre o que ele esperava conseguir com aquilo e o que o Yoneda mostrou para todos. Não há praticamente nenhuma chance de diálogo com alguém com a personalidade que ele tem diante das mudanças pelas quais passou.
Esse foi o upgrade do antagonista? Esse foi o upgrade do antagonista. Por outro lado, o Mirai também aparece dizendo que se precisar matará o Yoneda, mas como ele chegou a essa decisão? Foi nas cenas em que ficou mais calado? Sequer mostraram ele refletindo mais sobre o assunto?
A decisão do Mirai foi vazia, pois ela não passou pela crítica a forma de pensar que ele defendia antes, e que ele ainda defende, o que aconteceu foi que se viu encurralado e demonstrou toda a falta de convicção em seu pensamento tolo. A do Yoneda nem diria que foi vazia, “só” egoísta.
Ele não liga para os outros, só quer provar suas convicções, o que pode cair na caricatura para um cientista, mas ainda se sustenta, afinal, é o processo científico que valida suas afirmações. Resta saber se ele o ajudará a matar os candidatos a deus antes que alguém vire a “criatura”.
Até a próxima!