Um dilema pautou esse episódio, onde para salvar a vida de muitos desconhecidos alguns poucos conhecidos teriam que ser sacrificados. Uma decisão difícil sem dúvidas, mas uma decisão necessária.

O anime coloca essa situação tão problemático onde a única situação viável é apelar para a violência. Ainda assim eles decidem por uma estratégia que evite mortes, o que obviamente falha por completo. Mas parando para pensar, era uma ideia até que bem interessante.

E nem me refiro ao plano em si, mas a própria ideia de evitar o confronto. Ora, ainda que a chance seja muito baixa, ainda assim parece bem interessante tentar uma estratégia cujo resultado possa vir sem a necessidade de baixas de nenhum dos lados.

Agora, se o plano desse certo seria um desperdício para o anime, então agradeça a eles pela execução tola de um plano que já era idiota. Porém, é graças a isso que podemos ver aquilo que esse anime tem de melhor: excelentes cenas de ação. Convenhamos, todo mundo queria ver o Titã Blindado e a Titã Fêmea lutando juntos.

Ainda que claro, as cenas em si não foram incríveis, nem perto disso, mas a situação é que é por si mesma muito épica. Então ponto para o anime, ele conseguiu entregar uma sequência de ação bastante destacável, ainda que muito curta de fato.

Mas não seria justo dizer que o anime valeu apenas por isso, ou mesmo principalmente por isso. Não, foi outra coisa que se destacou nesse episódio. Isto é, o drama deles serem obrigados a matar antigos companheiros de exército. De início pode até parecer estranho toda essa situação, por dois motivos completamente diferentes.

O primeiro, pois, temos eles como experientes em combate e, portanto, em assassinato. O que é muito verdadeiro, porque eles já mataram ou tentaram matar muitos humanos em diversos momentos, ainda que claro, em situações completamente diferentes dessa.

Mas há um outro motivo que torna isso estranho, que é o fato de que em teoria não há dúvidas sobre o que fazer. Claro, é compreensível a negação em matar aqueles que um dia foram seus companheiros, porém de outro lado eles permitiriam que a humanidade inteira fosse trucidada.

Então, qual parece mais aceitável? A escolha é óbvia, mas ela não encerra o problema. Pois ainda seria, repito, tirar a vida de antigos companheiros.

O grande problema é que não há peso naquela cena, ao menos não por quem eram aqueles que morreram. Até porque, quem eram mesmo? Não eram ninguém, apenas completos desconhecidos. Esse é o ponto! Imagine o seguinte, e se fosse o Jean no lugar daqueles caras que o Connie matou?

Lembrem que o Jean quase se aliou ao Floch. Se o anime tivesse feito essa escolha talvez de fato nós tivéssemos uma cena impactante. Como não tomou essa decisão, por mais impactante que tenha sido a cena no momento em que a vimos, pode ter certeza que ela será logo esquecida.

Contudo, ainda que o anime falhe ao fazer uma cena tão dramática com um peso real tão pequeno, no que se refere a quem morreu, então há uma outra coisa que deve ser destacada. Me refiro ao fato de que há um peso muito grande no próprio fato deles tirarem vidas.

Se o episódio anterior falou sobre o “ciclo de ódio” e sobre dar fim a ele, então aqui vemos ele se repetir uma outra vez. Bem, mais ou menos, pois ainda que eles não justifiquem as suas ações como virtuosas, ainda é fato que eles dão continuidade a esse ciclo que tanto buscam encerrar.

Enfim, esse não foi um episódio incrível. Mas não foi de forma alguma ruim também. Eu diria até que ele conseguiu ser bastante preciso em diversos sentidos, conseguindo transmitir e mostrar tudo que queria e que podia. Até mais.

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