Mahou Tsukai Reimeiki (The Dawn of the Witch) é um anime do estúdio Tezuka Productions que adapta a light novel escrita por Kakeru Kobashiri e ilustrada por Takashi Iwasaki. A história se passa no mesmo universo de Zero kara Hajimeru Mahou no Sho (Grimoire of Zero). Segue abaixo a sinopse extraída e adaptada da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“A guerra entre a Igreja e as bruxas acabou há poucos anos, e o mundo ainda está se acostumando a aceitar a existência da magia. Saybil é um estudante na academia de magia que não se lembra de nada que aconteceu antes de sua matrícula. Sem passado, seus dias na instituição parecem vazios e sem sentido, e suas notas são as mais baixas da turma. Certo dia, Saybil é encarregado pelo reitor da academia a participar de um perigoso treino, que envolve espalhar o uso da magia em uma área onde ocorrem caças às bruxas. Agora Saybil e seus colegas partirão numa jornada para encontrarem a si mesmos.”

 

Quem viu Zero kara Hajimeru Mahou no Sho e lembra do anime (o que não é muito o meu caso) entende porque o mundo chegou ao estado em que se encontra, até porque houve um time skip e a Albus ter crescido (antes ela era uma garotinha magricela) mostra bem isso.

Ainda assim, você não precisa ter visto Zero para entender esse aqui porque ele se passa no mesmo universo e aproveita personagens, mas o foco é completamente outro. Saybil é o protagonista, e não a Zero, alguém que não lembra do passado, mas quer se encontrar.

Isso em meio a um mundo que está passando a aceitar a magia no seu dia a dia, mas não sem resistência de pessoas, instituições e até regiões; o que é bem mais compreensível que o inverso. É mais difícil nos adaptarmos ao novo que mantermos o que está enraizado em pedra.

É por isso que esse anime é interessante, pois o universo com o qual o autor trabalha tem a magia como foco de problema e debate constante. É como se estivéssemos vendo a época da caça as bruxas sendo virada de cabeça para baixo, mas isso ainda no meio do processo.

Nisso temos a Loux Krysta, uma loli eloquente (para não dizer maluca) que se mete no meio da história e se torna meio que uma mentora para o Saybil e o grupo que irá acompanhá-lo na viagem. Aliás, a ideia de promover a aceitação a magia é legal, mas como ela se dará?

Mostrar isso e o protagonista desenvolvendo sua personalidade são os grandes desafios da trama, que não precisaria de artifícios visuais apelativos para vender seu peixe. Digo, qual a necessidade dos peitos avantajados da Hort ou a calcinha aparecendo a toda hora da Loux?

Sei que esse lance de necessidade ou não nem é o ponto, até porque não influencia diretamente na história, mas parece bobo em meio a um bom roteiro, que nessa estreia não entregou nada de impressionante, mas fez o suficiente para nos situar com os personagens.

Apesar de ser um pouco doce demais, não posso dizer que não gostei da Hort; o Kudo se mostrou um personagem super gostável, mesmo tendo aparecido muito pouco no primeiro plano, e o protagonista é isso aí mesmo que a gente viu, um poço de nada, tédio, um vazio.

Mas claro, a proposta do obra é justamente desenvolver esse personagem, torná-lo alguém com personalidade, identidade, alguém interessante. A cena inicial ser ele fracassando e tendo suas memórias apagadas pela Zero “preocupa”, mas se você pensar bem, nem deveria.

Por que escrevo isso? Porque está na cara que a cena inicial não significa necessariamente que ele vai falhar, só que o anime quis aguçar a curiosidade do público, o qual, aliás, também deve querer ver a Zero no primeiro plano da história. Eu quero, adoro a personagem.

Contudo, reconheço que ela não é o foco aqui, mas a página em branco que é o Saybil, a “intensa” Loux e os outros dois companheiros de viagem, Hort e Kudo, a garota que parece interessada no protagonista e o rapaz que deve desenvolver amizade/rivalidade com o prota.

Quanto a questões mais profundas, não acho que há muito a comentar. A Loux quer conhecer a Zero e seu grimório, a Hort e o Kudo querem nota, mas também aprender com a experiência que viverão, e o Saybil quer se encontrar, descobrir quem é; tudo em seu devido lugar.

A Loux (de forma sensata, vale frisar) até aconselha o Saybil a esquecer e seguir uma vida normal, mas é óbvio que isso não aconteceria ou não teríamos uma história minimamente interessante para contar, por mais que a Loux, com seu cajado comedor de mana, seja até interessante.

Por fim, já podemos shippar o Saybil e a Hort? Podemos. Kudo é um best boy? Também. A Loux é pragmática, o que é um tanto inusitado para quem esperneia e briga por tudo, tão pragmática que assusta? Sim. Vou fazer igual e dizer que espero um anime legal (até pelo zero)? Vou.

Até a próxima!

P.S.: Sim, eu vi o beijo que o Saybil e a Loux dão na abertura. O que isso significa? Não sei, pode nem acontecer. Acho que o mais importante é a gente focar em como vão desenvolver o protagonista, o que é a chave para fazer a ideia dessa nova história dar certo.

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