Esticaram muito a corda até o episódio começar de verdade, mas quando ele começou posso garantir que a experiência foi muito gostosa. Me diverti muito vendo a Anya dando trabalho e alegria, mas é claro que o destaque vai para a formação da família em meio ao caos “cotidiano”.

Espero que a Yor não adicione o “san” ao falar com a Anya em público, pois não faz muito sentido visto que é a mãe da criança, ainda que uma mãe de criação. Como, aliás, é toda essa família, uma criação para aplacar uma guerra e que deve dançar conforme uma música nunca antes ouvida.

Em meio a isso temos uma ambientação gradual, mas um tanto quanto acelerada, da Yor, que mal tira suas coisas da caixa e já precisa treinar para passar na entrevista. Algo que não deu certo pelas características peculiares das heroínas, mas teria como dar certo em algum cenário?

Não, pois os três mal se conheciam e não tinham a mínima noção da vida que precisavam emular para serem aprovados, coisa que só poderia ser minimamente melhorada com o passeio mesmo, e um que os fizesse não só usufruir de uma vida bacana, mas de intimidade também.

O Loid fica muito engraçado com aquele terno verde, que é quando ele assume sua posição de espião, ainda mais quando ele logo se desespera diante da montanha que precisa escalar toda vez que tenta fazer sua família ser o que ele espera. Relaxa Loid, nenhuma família é assim.

É desafiador, é amedrontador, é aterrador depender de outras pessoas para quem sempre fez tudo praticamente sozinho; mas é ainda mais legal o Loid ser assim pelo quanto essa experiência pode agregar a ele enquanto ser humano, não só o espião multifacetado que ele é.

E esse espião precisa aprender a lidar com pessoas, assim como as mulheres da família precisam se situar nessa nova dinâmica. E elas vão, mas é claro que um passeio e algumas experiências juntos não vão resolver o problema. Contudo, o problema não precisa ser resolvido agora.

O importante era vermos esses personagens se divertirem juntos, se sentirem bem uns com os outros enquanto tentavam emular a vida de uma família refinada, ainda que não a estivessem seguindo plenamente. Tudo isso com intempéries e surpresas, como bem vimos aqui.

Foi legal ver a limitação do poder da Anya e como ela pode justificar seu isolamento, algo que também vemos na Yor, mas explorado de maneira mais caricata na maior parte do episódio, tirando o trecho final do passeio em que ela corre atrás de justiça com as próprias pernas.

Ver esses valores morais em uma assassina faz você pensar em como o mundo deve ser distorcido, um mundo que o Loid se acostumou a proteger sem ganhar sequer um “Vlw” em troca, mas que dessa vez foi diferente, experiência que também muda seu olhar sobre os próprios atos.

Não há nada de errado em ajudar alguém e receber um agradecimento por isso, é reconfortante, ainda mais quando o sucesso da empreitada só se faz possível devido a ações isoladas dos três, mas que pela primeira vez fizeram essa família agir como um organismo orgânico de verdade.

Por fim, quem sou eu para dizer o que é família, não me atreverei mais, só acho que a forma como começaram a retratar essa interação familiar foi muito divertida e inteligente. Família é uma construção que pode estar apenas 1% erguida, mas esse 1% já é o que uma família deve ser.

Até a próxima!

Missão Extra

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