In the Land of Leadale é um isekai que mistura o slice of life com a aventura de forma bem gostosinha. Em vários momentos a trama dá a entender que pode seguir pelo caminho do drama, mas no geral o que vemos é um anime algo astral e com uma mensagem positiva.

Na história acompanhamos Cayna, uma jogadora do VRMMORPG Leadale que morre no mundo real e acaba acordando no jogo com o avatar de sua personagem, uma elfa overpower que quebrar todos os limites do jogo 200 anos antes da época em que desperta.

No mundo “real” Cayna vivia uma vida muito difícil em cima de uma cama de hospital por se encontrar constantemente doente, tendo no Leadale seu único escape. E é justamente explorando esse aspecto de escapismo que a história se constrói, mas eu diria que vai até além disso.

Mas antes, precisamos falar da Cayna e de sua personalidade um tanto quanto sádica, ainda que gentil na maior parte do tempo. Ela começa a história com três filhos (personagens que criou no jogo) que a dão a maior dor de cabeça, apesar de estarem todos bem de vida.

O engraçado da interação com eles é que o personagem que não é da sua mesma raça, o anão, é justamente o que ela trata melhor, enquanto os outros dois são o alvo de seu “estresse”. Ainda assim, não é como se ela fosse exatamente uma matriarca ruim, afinal, ajuda todo mundo.

Esse é um plot bem básico de protagonista overpower em história de fantasia. A diferença aqui para o que geralmente ocorre nos isekais é que a Cayna não está atrás de forjar um harém ou matar o Rei Demônio, ela apenas deseja viver bem e ir atrás de seus velhos companheiros.

Inclusive, esse é outro plot que passa o mínimo da sensação de objetivo na trama, afinal, é ao querer reativar as torres de seus ex-companheiros de aventura que ela vai até lugares específicos, vive experiências novas (ainda que ela tenha o jogo nas mãos) e reúne informações.

Dentro do próprio anime algumas coisas são explicadas sobre a existência de outras pessoas que nem ela (jogadores) nessa Leadale do futuro, mas nada é revelado sobre o porque desse fenômeno acontecer, o máximo que a gente sabe é que não tem só gente “reencarnada” lá.

Por outro lado, mesmo que não existam outros jogadores tão overpower quanto ela, há jogadores que ela conhecia e que não e novos contatos que ela faz e a ajudam em seus objetivos, os quais, repito, são ainda mais simples em comparação a outros isekais de toda temporada.

Isso acaba explorando de forma bem agradável o slice of life na história, pois o verdadeiro objetivo da heroína acaba sendo fincar raízes, mas claro, isso apenas após ela entender que aquela é sua nova realidade e que o que era antes um jogo, passou a se tratar de um mundo real.

Leadale não é apenas um VRMMORPG e os seres não são apenas NPCs, as escolhas de alguém, ainda mais alguém poderosa como ela, determinam o destino de vidas, portanto, é compreensível a crise de identidade momentânea que ela apresenta em parte da trama.

Contudo, também é compreensível ela se recuperar, o que culmina na adoção da Luka mais para o final do anime. A quarta filha é uma criança humana sobrevivente de um evento trágico com zumbis (bem cara de jogo, né?) que se apega com a Cayna e vice-versa.

A formação desse lar, o estabelecimento dessas raízes e o fortalecimento da primeira conexão que ela faz ao pisar nessa nova Leadale, que é com a garotinha Lytt, conduzem o anime para um final muito prazeroso e gratificante; ainda que em meio a jornada para encontrar as torres.

Para uma garota privada de uma vida normal no mundo “real”, viver essa gama de experiências em um mundo real, para ela antes “virtual”, acaba tendo um gosto de compensação que penso ser muito bem-vindo. Leadale não é só escapismo, mas viver uma vida para valer.

Por fim, veja o anime por sua conta e risco, sabendo que ele não é um primor de animação ou cenas de ação, mas que entrega como slice of life e um pouco como comédia também. Ele é ainda mais indicável se você simpatizar com a Cayna e já for sabendo o que esperar da produção.

Até a próxima!

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