Coitadinhos dos gatos pretos que sempre são tratados como sinal de azar. Eu vivo passando por eles só para testar e olha, me dou mal todos os dias, se duvidar mais quando não os vejo. O mesmo vale para Spy x Family, vê-lo toda semana atenua o azar de qualquer um.

E esse episódio em especial me deu um prazer enorme de existir pelo quão gratificante foi ver a Anya feliz. Simplesmente feliz. Às vezes a gente esquece que criança merece ser feliz, e sei que minha opinião não é unânime, apesar de parecer… Enfim, vamos nessa!

Me identifico muito com a Anya porque também não entrei de primeira no meu curso superior, mas diferente dela passei meses esperando pela minha vaguinha. Quando a trama brinca com o fracasso é certeza que vem o sucesso, nem é caso de expectativa pelo quão óbvio é.

E claro que tinha que ter comemoração, meio como se para balancear a expectativa e pressão criadas em torno do objetivo. É claro que a comemoração que vimos nesse episódio não agregou nada demais a história, mas isso se pensarmos apenas de maneira objetiva.

A Anya é uma criança e por mais que seja também uma telepata, não seria certo ela assumir uma bronca desse tamanho sem nenhuma contrapartida. E isso mesmo se pensarmos que ela está gostando da vida que leva com os pais. O caso é mais que ela nunca teve isso.

Sendo assim, não é tão difícil agradá-la. Não que o Loid e a Yor sejam pais ruins, certamente não são, mas a criação e a intimidade da família são apenas a base para o grande plano. Além disso, o quão sintomático é de sua mudança o Loid comprar a ideia e fazer de tudo pela filha?

Somemos a isso a clara demonstração de apreço pelo Twilight por parte da WISE ao bancar uma missão tão cara e “inútil”, e temos o palco armado para acreditar que se até as organizações secretas são capazes de uma gentileza, imagina um espião tão humano como é o Loid?

E para coroar esse episódio (que pareceu inútil, mas passou muito longe disso) tivemos uma esticada bacana do mangá, tanto que várias cenas eu não lembrava de ter visto, pois não vi mesmo. A direção entendeu que esse momento era importante e o expandiu no anime.

Se a desculpa do mosquito já parecia absurda, a reunião de centenas de espiões para dar vida a brincadeira da Anya a superou e muito, e até por isso proporcionou momentos muito gostosos, começando pela garotinha vestida para voar. Tem como não amar a personagem?

E o melhor nem foi isso, mas as coisas que vieram a seguir, como a “carteirada” que o Twilight deu para contar com a ajuda de todos, a apresentação dos atores (coitada da Yor, mas embebedá-la para facilitar sua participação foi sagaz) e o quiz que deu vida ao “Loidman”.

A atuação da Anya foi inversamente proporcional ao deleite que é ver seu sorriso radiante. Sou daqueles que acha que criança merece o mundo, que não nascem más, são moldadas pela sociedade e a vida que levam, então nunca vou achar ruim ver uma criança sendo feliz.

De quebra ver o Loid envergonhado, mas dando o grau na missão, foi bem prazeroso também. Teve insert song, vários movimentos de ação estilosos e explosões espalhafatosas. E não posso deixar de elogiar a luta com a Yor, a sequência de animação mais legal do anime até agora.

Toda essa enfeitada foi coisa da direção, que potencializou esse momento descontraído e exagerado de forma a fazê-lo ser tão grande quanto me pareceu ser aos olhos da criança. Mesmo que a Anya saiba da verdade sobre os pais, não é como se fosse normal para ela o que fazem.

É por isso que entendo seu pedido, assim como o final anticlimático da luta do Loid com a Yor ou o clima “amistoso” do avanço do Loidman até ali. Tudo que envolveu essa situação foi feito para compor e justificar a bela cena final entre pai e filha (também estendida no anime).

Mesmo que a Anya sofra com a pressão, com as expectativas quanto a sua performance pelo bem da missão, não é como se o Loid a visse como uma mera ferramenta. Se fosse esse o caso ele não teria armado esse circo todo e engolido o próprio orgulho, tudo para fazê-la feliz.

Ser pai, e mãe, é isso, é fazer de tudo pela sua criança, é dá-la o que você não teve. O Loid não teve a oportunidade de curtir a infância em família, mas está dando isso para a Anya enquanto muda pouco a pouco a si mesmo. Nada que uma criança não seja capaz de fazer.

Até a próxima!

P.S.: Você mal pode esperar pelas caras e bocas da Anya na escola, mas, principalmente, pelos novos personagens e o ritmo diferente no qual a trama vai entrar. A Anya ainda não mostrou 20% do seu poder para acalentar nossos corações e arrancar sorrisos de nossas bocas.

Cantinho da Princesa Anya

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