Observar e agir apenas com cautela tem seu preço, o de não evitar mortes, por exemplo, algo que o Shinpei aparentemente não fez já que viu com seus próprios olhos o destino dos Kobayakawa. E ele mesmo poderia ter morrido (de novo) não fosse a discrição que as sombras querem.

Aliás, se a história conta que o desejo das sombras é tomar o lugar dos originais, por que não fazem isso? Tirando a sombra do policial que a sombra da Mio criou, até agora a ideia passada é de que as sombras têm outros planos e modus operandi. Vamos tentar desvendá-los abaixo?

Sem querer parecer engenheiro de obra pronta, mas antes mesmo do Shinpei surgir com essa teoria eu também já suspeitava da Shiori como a assassina da Ushio. Digo, quem mais estava perto no momento do afogamento? Não é mais prático que a sombra da Shiori tenha feito isso?

Além disso, como bem vimos na primeira parte do episódio, a garotinha que o Shinpei conheceu já era a sombra. Ela, ao que tudo indica, matou o resto da família e a transformou em sombras ou era isso o que estava tentando fazer no momento em que o Shinpei a pegou no pulo.

A sorte dele é que a Shiori não quis arriscar ser descoberta por um terceiro e, convenhamos, quer ela matasse o Shinpei e o substituísse por uma sombra não faria diferença, pois acompanhamos a narrativa do ponto de vista dele, que consegue “voltar no tempo” sempre que é morto.

Sendo assim, não sei mesmo o que pensar sobre os planos das sombras (sequer se todas compartilham de um mesmo objetivo) e nem entendo seus padrões de ação. Acho que o máximo que a gente pode inferir é que a sombra da Mio “catalisa” essa insurgência contra os originais.

Quanto ao flash de luz do qual o Shinpei lembra, como ele estaria relacionado a doença da sombra? O Shinpei a tem? Se sim, ela estaria ligada a cor diferente de seus olhos e o salto temporal que faz toda vez que morre? Se não, por que esses detalhes foram jogados na trama?

Devemos entender isso melhor adiante. Por ora, o que a gente pode apostar é que tanto o celular, quanto o colar da concha (as coisas deixadas pela Ushio para o Shinpei) são pistas para as raízes do mistério, coisa que a Ushio devia conhecer, afinal, anteviu sua própria tragédia.

O bacana de Summer Time Rendering ser uma fantasia é que a morte da heroína principal acaba não sendo um limitante para sua participação na trama, diria até que ela a amplifica se pensarmos em como ver o Shinpei sofrendo por sua perda desenvolve o personagem.

Se a Ushio estivesse viva isso não aconteceria e questões outras, desencadeadas por sua morte, não viriam à tona, como os sentimentos do Shinpei pela Mio. A Mio gosta dele, mas ele só a vê como irmã, só que se é irmão das duas, por que com a Ushio é tudo tão mais “intenso”?

Porque dela ele já gostava como mulher, tanto que havia decidido protegê-la e por isso se culpa, por não ter estado lá para ela quando ela precisava, por não ter evitado sua morte. Mas como culpá-lo? Digo, ele não tem culpa pela morte dela. Nenhuma. No máximo por ter se afastado.

Mas por que exatamente ele foi embora se a amava? Por causa da diferença de idade e de serem irmãos de criação? Convenhamos, o anime não faz parecer que esses sejam os grandes problemas, então só resta ele próprio e suas questões, e é por isso que ele se culpa tanto e sofre.

Em meio a isso temos a Mio, que vestiu um yukata fofo e claramente gostaria de namorar o Shinpei, mas a gente sequer sabe se a Ushio está morta mesmo, e mesmo se estiver, ele ainda não conseguiu se libertar dos sentimentos que a envolvem, entre eles a culpa e o arrependimento.

É por isso que no festival ele parte atrás da Ushio sem olhar para trás, simbolicamente deixando a Mio de lado, dando a entender o que até um cego consegue ver, que ele não a enxerga da mesma forma que a irmã. Não que isso não possa vir a acontecer, ele só não se sente assim ainda.

E quando o Sou, que cresceu e apareceu nesse episódio, conta que gostava (ou gosta) da Mio, fica ainda mais flagrante a possibilidade do Shinpei não acabar com ela. Sei que esse não é o foco, mas a gente tem essa tendência de querer formar casalzinho, né? Eu não sou diferente.

Por fim, o importante mesmo foi o ponto que levantaram, que qualquer um pode ser uma sombra e talvez nem saber e, claro, a belíssima cena na qual o Shinpei persegue a Ushio. Mas que Ushio? A original? A sombra? A ilusão de um coração cheio de assuntos mal resolvidos? Veremos.

Até a próxima!

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