As reminiscências do que aconteceu em 24 episódios desse anime e o (re)encontro do Shinpei com sua adorada Nagumo-sensei marcaram os primeiros minutos desse epílogo charmoso e necessário, ainda que não tenha vindo para fechar pontas soltas.

Se teve uma coisa que esse episódio me passou foi o sentimento agradável de estar em casa, de se sentir bem em um lugar conhecido e aconchegante, ainda que, como vimos bem em seu pedido de desculpas, o Shinpei tenha partido com assuntos mal resolvidos.

Assuntos esses que diziam respeito a Ushio com seu amor de infância que foi capaz de atravessar as linhas do tempo e os mundos paralelos para chegar em um final no qual os dois, muito obviamente, poderiam ficar juntos. Em prol do romance, valeu?

Eu acho que valeu, ainda mais com a Ushio sendo tão fofa mesmo brava e o Shinpei demonstrando mais confiança e urgência ao lidar com ela, ao lidar com seus próprios sentimentos. Parece que de algo os “sonhos” dos dois serviram.

E o clímax desse reencontro com direito a reconciliação na beira da praia, não poderia ter sido melhor adornado que pelo segundo encerramento em sua versão acústica e uma interação que genuinamente pareceu a cara dos dois.

A brincadeira de pegar a sombra veio para nos lembrar de que em outros mundos aquilo tudo era a realidade, mas também para nos significar, em algum nível, que, mesmo que não tenha acontecido nesse mundo, a jornada não foi descartável.

E eu acredito que não foi, valeu a pena ver o anime e chegar até aqui para ver a felicidade do Shinpei, da Ushio e dos outros. A única coisa que pontuo é que, apesar de ter sido romântico, fofo e reconfortante; esse epílogo não fechou pontas soltas.

Ou melhor, ele não “consertou” problemas que se arrastaram ao longo do anime, como a participação ativa da Mio na trama (que terminou o anime sem feder e nem cheirar) e detalhes acerca da existência das sombras.

Além disso, a Haine “reencarnar” como a filinha do Ryuunosuke foi fofo, mas, convenhamos, não era a resposta que eu gostaria de ter visto para a personagem. Digo, não apenas essa, que veio como se a compensar uma certa falta de consistência no todo.

Como exatamente a Haine se dividiu e agiu através da Ushio? Por que ela teve as dificuldades que teve? E as várias minúcias no que teciam as sombras, as viagens no tempo e o acesso aos mundos paralelos; dava para responder tudo isso “ludicamente?”

Eu acho que não. Ao mesmo tempo, entendo o foco não ter sido na forma, mas no resultado. No fim das contas, Summer Tume Rendering é uma história de verão, uma história de amor, uma história sobre raízes e laços incomensuráveis.

Olhando por esse prisma, consigo engolir até a ideia para lá de clichê que foi a história acabar se referenciando através do novo livro da Hizuru. Não ofende a nossa inteligência, é só bobo, mas isso realmente importa agora?

Os pais do Shinpei não apareceram, mas nem precisava, ele morar ou não com o Alan e suas filhas não mudou o fato de ser o amor de infância da Ushio e vice-versa. Infelizmente, não posso dizer o mesmo da Mio, que foi esquecida como figurante.

Na verdade, em essência ela foi uma a trama toda. O máximo que a Mio foi usada foi como justificativa para que os personagens se colocassem na linha de frente o tempo todo para protegê-la. A coitada foi a personagem mais mal aproveitada de todas.

Essa talvez seja a minha maior lamentação, o meu maior descontentamento com o anime, pois me parecia bem plausível, na verdade necessário, que ela deixasse sua passividade e fosse um pouco como a irmã pelo menos uma vez na obra.

Por fim, apesar das imperfeições (inerentes a tudo que humanos fazem), o saldo ainda é bem mais positivo que o contrário. Não sei se os protagonistas lembraram do que nem viveram ao som dos fogos, mas sei que eles serão felizes e isso é o que mais importa.

Até a próxima!

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