Muito obrigado, Kohei e direção do anime, pois esse episódio me lembrou porque gosto tanto dessa história, porque, mesmo com seus defeitos, ela me cativa tanto e me faz ter esperança de que somos potência. É hora de My Hero Academia no Anime21!

Essa construção que o Kohei faz do herói humano, do herói falho, do herói que é uma coisa no trabalho e outra na vida pessoal (que é possível sim, em algum nível, separar as duas coisas) me agrada muito por se distanciar do idealismo juvenil, mas não se desprender de todo dele.

Tanto isso é verdade que a entrada triunfal e surpreendente do Best Jeanist recupera esse sentimento em meio as decepções com os heróis e a sociedade construída em seu entorno. Apesar de todo o cinza em seu sumiço, o bem pode ter tardado, mas não falhou ao resgate.

E chega a ser poético como isso dialoga com o que o Dabi tenta fazer, que é jogar toda a culpa do resultado das coisas em sua vida nas costas do pai, o que não é uma completa inverdade, mas não é a verdade total. Ele também fez suas escolhas poxa, ele não é uma extensão do pai.

Ainda assim, é inegável que o herói número um tem culpa no cartório e que, mesmo que prevaleça no campo de batalho, sua imagem saiu mais que chamuscada, saiu completamente derrotada dessa batalha. Mas a quem interessaria a queda completa do número um?

Números um são símbolos e como em toda sociedade, símbolos são necessários, são nossas estrelas-guia, nosso norte em meio ao caos. Se o símbolo de uma nação, seja um herói nacional ou o presidente em atividade, faz uma coisa ele pauta toda a sociedade e a indica um caminho.

Não se pode eximir a responsabilidade e o peso dessas figuras, pois é algo inerente a posição em que estão, o famoso ônus, a contraparte de qualquer bônus que possam obter com o status que adquirem. Endeavor está pagando por erros passados, está sendo humanizado.

E humanizar nem sempre é mostrar um lado bom, pode ser também mostrar um lado ruim, ou melhor, uma grande mancha cinza, afinal, se a população não viu, pelo menos a gente e os outros heróis viram a consternação que acometeu e neutralizou os movimentos do número um.

É em meio a isso precisávamos de outros heróis, de novos coadjuvantes, e esse episódio entregou tudo com retornos triunfais e que foram um pouco convenientes sim, mas de forma algum ruins, desnecessários ou insuficientes. Lemillion voltar foi um sopro de novidade.

Ver a Eri é sempre prazeroso, mas mais que isso, foi ótimo para aprofundar uma ideia que teve seu ápice nessa parte, a ideia de que foram os esforços de todos, dos menores aos maiores, que possibilitaram o enfrentamento da sociedade de heróis contra a União dos Vilões.

Uma classe que se recusa a perecer, seja por sorte, seja por teimosia. Uma classe que tem figuras controversas ou coisa pior, mas, convenhamos, nem heróis são perfeitos, e isso não muda o fato de que são heróis. E o que heróis fazem? Eles lutam, mas, principalmente, eles salvam!

E não havia forma melhor de apresentar um novo Bakugo, um Bakugo mais maduro (com seu nome de herói, o “irreverente” Dynamight) que não fosse através do desejo de salvar alguém, assim concatenando os esforços de vários, todos interligados por um mesmo objetivo.

O drama familiar do Endeavor é um pouco do que cada um dos heróis carrega consiga de falho, de humano, e é muito daquilo que os torna heroicos, não melhores ou piores que aqueles que buscam salvar, mas capazes de agir mesmo em maio a sua malícia, a sua miséria.

E nisso temos o Deku, a personificação dessa convicção, da força de alguém que sempre quer se fazer útil, que dá mais que 100% de si pelo todo, sendo capaz de mover seu corpo moribundo para ajudar um amigo a partir daquilo que aprendeu com outro, como uma concha de retalhos.

E todos nós não o somos? É por isso que é errado o que o Dabi faz com o pai ao jogar toda a culpa nele. Ele tem que assumir seus próprios B.O.s, pagar seus próprios boletos, senão completamente (afinal, ele ainda é uma vítima), pelo menos em algum nível, o suficiente para…

Para que as palavras do protagonistas tenham tocado o herói número um e com isso ele tenha nos mostrado um nocaute inusitado, cômico, esperançoso, conveniente e revigorante; capaz de alinhar as várias narrativas e nos fazer experimentar nem que seja um fio de esperança.

Até a próxima!

P.S.: Se o Lemillion admitir que precisava de ajuda me divertiu e reascendeu a chama que nem havia se apagado, mal posso esperar para o que o Mr. Compress vai aprontar e o desfecho desse arco, que me parece bem óbvio, mas duvido que isso o tornará menos satisfatório no final.

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