Após algum tempo, eu decidi voltar com um daqueles artigos que fazia antes de seguir para os episódicos, como este, ou este aqui. Na verdade, nunca pensei em escrever um sobre Gals, e o pior que esse tipo de assunto não é tanto a minha especialidade, porque vamos aos fatos: eu não sou muito feminina, e ver essas meninas que gostam de cuidar de si mesmas todos os dias me impressiona. O fato é que isso é muitas vezes mal interpretado por quem vê esse tipo de garota, além do que, várias séries e animes nos fazem ter pensamentos errados sobre elas.

Posso dizer que a minha aventura pelo mundo das “Gals” começou ainda quando era criança, com uma série chamada “As Patricinhas de Beverly Hills” e, como o próprio nome diz, é uma série sobre patricinhas. Mas aí temos o “fator RIQUEZA” fluindo aí. Elas podem ter as roupas que quiserem, os homens que quiserem e até as aventuras que quiserem, mas com um porém: os episódios sempre terminavam com uma lição de moral bem bacana. Não é porque elas podiam ter tudo que não poderiam se dar mal em algum momento, então quando essas lições surgiam, era algo como se dissesse “eita, garotas, pisem no freio, por favor”. A propósito, essa série foi tão famosa que algum tempo depois criaram o filme. O único problema é que mudaram a atriz que fazia o papel da “Cher”, a protagonista, mas isso não tira a graça da obra. Antes que eu me esqueça, por terem se popularizado como uma classe socioeconômica favorecida de uma região da Califórnia, elas são conhecidas como “Valley Girls” ou “Valley Gals”.

“As Patricinhas de Beverly Hills – O Filme”

Mas, uns 11 anos depois, vi o meu primeiro anime com alguma Gal inclusa no meio (eu não vou falar de mangás sobre Gals porque não é foco do blog, mas em outra oportunidade falo, já que o primeiro contato com algo sobre Gals que tive foi no mangá “Gals!”). Eu deveria dizer que a Ayane de Kimi ni Todoke mudou a minha visão um pouco. Lembro de um episódio onde espalharam que ela era “uma vadia que pegava qualquer um”, e infelizmente esse é o tipo de visão que muitos homens têm dessas mulheres. O meu problema é pular a maioria dos animes ecchis, então provavelmente eu tenha perdido muitas Gals por aí. MAS, depois de seis anos (quando eu meio que recomecei a ver vários tipos de animes e tendo preferência por mais de um ou dois), no ano de 2017, comecei a ver o segundo anime com Gals: Hajimete no Gal.

Ayane de “Kimi ni Todoke” – Uma das primeiras Gals que vi em animes e que não precisou estender uma bandeira escrita “EU SOU UMA GAL!”

Hajimete no Gal é um anime de comédia romântica bastante divertido, se você conseguir deixar de lado todo o estereótipo criado a partir desse tipo de garota colegial (estou falando assim agora porque o termo utilizado para Gals colegiais é Kogal). A princípio, o protagonista só estava querendo perder a virgindade, principalmente por causa da pressão de seus amigos (os quais também são virgens) e, pensando que seria mais fácil, resolveu pedir uma Gal em namoro. Mas, conforme os episódios se passaram, o menino foi enxergando diversas qualidades nela, e esse estereótipo foi deixado em segundo plano. Além disso, as personagens secundárias que vão aparecendo aos poucos são importantes para o desenvolvimento da história, e acabamos percebendo os diferentes tipos de Gals que existem.

“Hajimete no Gal” – As aparências enganam à beça.

Aí chegamos no ano de 2018 (ora, bolas! É o ano que estamos vivendo atualmente!). Consegui, finalmente, aumentar minha quantidade de animes que possuem Gals para escrever esse artigo. Acredito que vocês entendam que seja incrivelmente difícil alguém que seja seletivo procurar algo diferente para assistir. Na primeira temporada do ano, tivemos a estreia de um novo anime yuri – Citrus – e uma das protagonistas é uma Gal. O anime já mostra isso de cara, sem nem mesmo citar uma frase “ela é uma Gal”. Yuzu apenas chegou toda poderosa em um colégio feminino super rígido, onde as meninas a chamaram nada mais, nada menos, de “delinquente”. Muitas Gals são conhecidas como sendo “selvagens e extremamente agressivas”, então muitas vezes é normal vê-las assim, principalmente quando querem sair dos eixos de uma sociedade tão hipócrita. Eu sinceramente adorei a parte em que ela arruma o cabelo no primeiro episódio, e todos os detalhes ficaram muito bonitos na personagem.

“Citrus” – Uma das protagonistas é uma Gal.

Depois de anos, finalmente consegui ver o anime do mangá “Gals!”. O nome dele é Super Gals: Kotobuki Ran. O que acontece aqui é que Ran faz parte de uma família de policiais (até a irmãzinha de uns 5 anos de idade quer ser igual aos pais e ao irmão mais velho), e ela não quer fazer parte desse meio. Para mostrar toda sua revolta, decide se tornar uma Gal. Por causa disso, o seu nome é conhecido na cidade onde mora, principalmente pelo fato de criar desordem por aí, além de ser completamente desbocada. Este anime também mostra diversas situações, como uma menina que era uma delinquente e se tornou uma Gal e uma menina que trabalhava como acompanhante, mas que se tornou Gal por causa de suas amigas.

“Super Gals” – Um anime com diferentes histórias do porquê se tornarem Gals.

E agora vem duas indicações de anime. Um outro que é estrelado por uma Gal, e outro que nos introduz ao estereótipo de Gal. O primeiro é: Oshiete! Galko-chan, uma obra que fala o que as pessoas podem ser de verdade. Apesar de Galko ser uma Gal, ela não é alguém “oferecida”, assim como todos os outros colegas de sua classe pensam. Além disso, não é só ela que sofre com tais julgamentos, como também os outros personagens. Sua amiga, Otako, não é apenas uma viciada em animes e mangás, Ojou não é a princesinha perfeita que todos conhecem, entre outras coisas. Podemos até dizer que a Galko é a personagem mais envergonhada do anime inteiro, e que isso rende histórias muito engraçadas.

“Oshiete! Galko-chan” – Sobre como somos julgados o tempo todo!

A segunda indicação é de um anime chamado Peach Girl, que fala sobre uma menina chamada Momo que é confundida com uma Gal, sendo chamada de vadia e entre outros nomes feios, mas na verdade ela só tem uma pele escura porque faz parte da equipe de natação. Na história também temos uma menina super invejosa chamada Sae, e tudo o que a Momo quer ela arranja uma maneira de conseguir, seja comprando ou até mesmo ROUBANDO. Então, conforme vão passando os episódios, a protagonista vai sofrendo represálias por causa de sua “amiga”, mas… Bom, vou deixar vocês assistirem para saberem o desfecho.

“Peach Girls” – As aparências enganam mesmo.

Este é só um texto falando como conheci o mundo das Gals e o que senti com ele. Bem, não é de hoje que se criam estereótipos acerca das mulheres, não é mesmo? Porém, para muitos é como se fosse uma receita de bolo. “Ok! Para ser Gal, você precisa ter pele escura, ter seios fartos, agir de maneira vulgar, não estudar,…”. Isso, meus queridos, é machismo, e muitas coisas acerca de mulheres que se arrumam são muito mal interpretadas. De acordo com o que vemos desses animes que citei, elas não precisam agir exatamente dessa forma. Cada uma tem um estilo diferente, e um modo diferente de agir. Todas elas têm qualidades e defeitos, assim como todo ser humano.

Obrigada por lerem este singelo texto até o final. 🙂

  1. Parabéns pelo excelente artigo, eu gosto da meninas gals= patricinhas porque elas são desinibidas e desencanadas com relação ao sexo, pra mim funciona melhor assim, se saímos num primeiro encontro acontecer sexo, rola tranquilo sem pré julgamentos ou condenações sociais elas querem se divertir e ter prazer tanto quanto os meninos, a sociedade sempre agirá sobre as pessoas e mais forte sobre as meninas como moderador, mais se elas tem a oportunidade de imporem suas vontades, desejos e preferências chegamos a um novo padrão de menina, o que chamamos de meninas cabeça, descolada e que mete muito medo nos meninos. No Japão que os meninos são muito tímidos, por isso a alcunha de vrijões, meninas que já fazem sexo, metem muito medo nos meninos, receber sua reprovação parece mais como um atestado de óbito social para eles. Já no ocidente, Brasil, cultura fraca, país subdesenvolvido, As patricinhas são pejorizadas como o modelo dos animes ecchi com muito fanservice e hentai lolicon, Mais meu pensamento final é que se eu conheço uma menina e a chamo pra sair e ela diz sim ou não sem pestanejar, penso que essa menina é cabeça, essa é uma Gal.

    • Issei, e aí? Tudo bem?
      Pelo visto, você nem deve ter lido o artigo, não é mesmo?
      Não estou falando desse tipo de mulher que você está se referindo. Se pensas assim, quer dizer que és o ser mais baixo da Terra.
      Em momento algum eu disse sobre mulheres que são desencanadas com relação a sexo. Inclusive, todas elas que citei sequer pensam nessa possibilidade em um primeiro encontro ou qualquer coisa parecida.
      Inclusive falo de mulheres independentes e felizes com a escolha de sair do sistema, e você me vem e fala ISSO do meu artigo?!
      Infelizmente, não posso aceitar coisa tão torpe de sua pessoa e fiquei ofendida com o seu comentário.
      Passar bem.

      • Calma Tamao-chan, não à a necessidade de se chatear, com um comentário de uma pessoa, cujo bom senso está em modo off.
        Continue com mais artigos excelentes como este. Eu ainda o vou comentar, um artigo desta qualidade merece pelo menos um comentário decente.

  2. Antes de começar a comentar o artigo, obrigado Tamao-chan por este este excelente artigo.
    Eu só passei a conhecer o termo Gal, depois de ter visto o anime de Oshiete! Galko Chan e a seguir a esse Hajimete no Gal e mesmo Citrus. Em estes três animes que citei, eu sempre notei a presença pesada de um estereótipo idiota e sem sentido. Em Hajimete no Gal e em Oshiete! Galko-Chan, o estereótipo de gal, era muito errado, esses dois animes, pareciam que estavam a tentar demonstrar que as garotas que gostam de se maquilhar, usar as roupas que querem e serem mais independentes, eram promiscuas e que andavam com um monte de homens (coisa que em algum momento se mostrou verdadeiro). Em Oshiete! Galko-chan a protagonista gal era tão inocente, ela não tinha interesse algum em garotos, ela apenas queria se vestir como queria e usar maquilhagem (coisa natural, para uma garota da idade dela), mas ela era sempre vista como uma predadora de homens e de promiscuidade (coisa que não era verdade). Em Oshiete a Otako era sempre vista como uma otaku e gamer e a Ojou como uma pessoa perfeita, em ambos os casos, nenhuma dessas garotas eram aquilo que os colegas de classe, alegavam que elas eram. Como descreveste na legenda da imagem de Oshiete! Galko.chan, o anime é uma demonstração de como sempre somos julgados o tempo todo.
    Em Hajimete no Gal, a situação da Yame (protagonista) é parecida com a sitação da Galko de Oshiete. Só difere no sentido, que Hajimete tinha ecchi no meio. Em Hajimete, o anime logo de cara, esfrega na nossa face, que a Yame é uma Gal e por isso toda a turma julga que ela é uma oferecida. Aquela parte logo no primeiro episódio em que a Yame aceita namorar com o Junichi, também não ajudou muito, mas à medida que o anime foi avançado, foi-se vendo que a Yame era uma garota normal, que não sabia nada sobre romance, tinha as suas inseguranças e isso para mim, foi uma melhora numa história que tinha tudo para ser um romance trash. A amiga da Yame a Ranko, esta já era uma gal mais exuberante e experiente em termos de vivências, mas mesmo esta nunca chegou perto do estereótipo de gal oferecida e promiscua.
    Passando a Citrus, eu amei a Yuzu, a personalidade dela é uma pérola. Ela mesmo sabendo que ia para um colégio feminino e que deveria ir vestida a rigor, ela fez o habitual, arranjou o cabelo, colocou um pouco de maquilhagem e uma pulseiras e brincos e foi para a escola fina. A Yuzu de certa forma é a personificação do conceito de liberdade individual, ela mesmo tendo sido repreendida na escola (logo no primeiro dia de aula), ela não mudou a sua postura e isso quase que foi uma bofetada de luva branca, numa sociedade hipócrita (como é o caso da sociedade japonesa).
    As outras três obras que citaste eu não as conheço, mas fiquei interessado em Peach Girls e no mangá de Gals.
    Antes de terminar este comentário modesto, existem vários tipos de Gal, mas os exemplos mais vistos em anime são as gyaru-kei (que são as gal padrão) e as western gyarus (estas usam roupas e estilo de moda do ocidente). As western gyarus já apareceram em alguns animes, sendo Nodame Cantabile e a segunda temporada Saiki Psi Nan alguns exemplos disso.
    Ansioso pelo teu próximo artigo do género Tamao-chan.

    • Oi, Kondou-san!
      Então, eu gostei muito de escrever porque pude que “desmistificar” o que as pessoas realmente pensam sobre as Gals. Foi algo prazeroso e que pude colocar todos os meus pensamentos. Além disso, vem uma lista aí sobre “Animes que têm Gals como protagonista”, a qual eu falo sobre outros tipos de Gals também, mas com os animes que já vi, incluso um que não está nesta lista. Acho que você vai gostar, e um artigo complementa o outro.
      Além disso, é um tema meio “injusto” de se comentar, já que essas meninas são vistas como fáceis e que pegam qualquer homem, como se esse estereótipo fosse uma receita de bolo. Isso é algo muito ruim, pois com esses animes que citei já dá para ver o quanto essas meninas são mal vistas no colégio, e isso passou para o ocidente de uma maneira trágica. É como se fosse senso comum que elas são assim, e não é verdade. Elas são “gente como a gente”, afinal. Só gostam de se vestir diferente que as outras garotas estão acostumadas.
      Obrigada por citar mais alguns exemplos e pelo comentário. Nos vemos nos próximos artigos! 🙂

      • Estou ansioso e curioso pelo artigo complementar a este. Espero que nele haja um pouco mais espaço de manobra, não só para explorar os vários tipos de gal, como da história e das protagonistas dos animes que vão ser citados.
        Com certeza estarei cá para ler os teus próximos artigos e obviamente comentá-los.

  3. Só entrei para saber o que era Gal, nem sabia e já vi ulguns animes com personagens deste tipo, se não me falha a memória tem uma no Saiki Kasuo que foi citada no comentário acima. Continue com os artigos é sempre bom saber algo novo.

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