A escalada nas trapaças fez bem à Nightfall, pois ela foi capaz de focar mais no objetivo, vencer sem deixar pedra sobre pedra, e não apenas em conquistar seu amado, o qual também não ficou atrás, mas é do Loid/Twilight que estamos falando, um paizão de família da p*rra!

Pressentir disparos me pareceu um pouco demais mesmo para um espião altamente treinado, ao menos levando em consideração que esse era apenas um dos desafios postos em meio a partida. Em todo caso, é de Spy que estamos falando, esses exageros são super normais aqui.

Algo que também não é incomum é a qualidade da animação, só que dessa vez ela subiu um pouco o nível no trecho final da partida, o qual pode ter colado um pouco no absurdo, mas não falhou em entregar um clímax decente ao embate dos tenistas.

As ações do Twilight (e também da Nightfall) serem abordadas por um viés de correção de caráter de terceiros é esticar um pouco a corda em uma trama que às vezes se sai bem na dubiedade, mas geralmente mais floreia as ações e a moralidade do serviço secreto que o contrário.

Eu acho que não era necessário, mas não é algo que me incomode também, diferente da conversa “entre lábios” para lá de audível (ao menos para nós) da dupla. Aliás, se eles conseguem se comunicar por código, por que não fizeram isso na sala de espera mesmo?

Em todo caso, esses são apenas detalhes de forma, um pouco como foi esse arco, quase que um detalhe trazido à tona a fim de incitar questões mais preponderantes na trama. O desfecho anticlimático da missão nos dá muita abertura para pensar exatamente dessa forma.

Por quê? Porque ele foi bem bobo, mas dali algo de útil saiu, que foi a visão que o Loid teve sobre paternidade, sobre a responsabilidade de um pai de família em fazer sua família feliz, ainda que para isso tivesse que esconder de seus entes queridos algum segredo.

O que o Loid faz senão exatamente isso? Esconder segredos, primeiro para cumprir seus próprios objetivos, segundo, para proteger aqueles que lhe são caros. Ou melhor, que estão se tornando importantes para ele a medida que convivem como uma família.

Se o anime tende a chafurdar nas mesmas abordagens (coisa que fez sem pudor no embate de tênis entre Nightfall e Yor) e isso é medíocre na acepção da palavra, a construção do perfil “pai de família” do protagonista merece palmas por sua sutileza e constância.

E algo que está, pouco a pouco, melhorado, é a construção consciente do perfil “mãe de família” na Yor, o que cai um pouco no clichê da mulher despertar para o sentimento romântico antes do homem, mas não se dissocia da família em si e no que ela traz de bom a vida deles.

Sim, não há outros desfecho melhor para Spy que os três descobrindo os segredos uns dos outros e lutando juntos em prol da sobrevivência da própria família, mas para chegar lá as coisas precisam evoluir entre os pais porque do lado da Anya eles já são mesmo o papai e a mamãe dela.

Por fim, tivemos o embate breve e clichê, mas até engraçadinho da Yor com a Nightfall, que caiu bem para dar alívio, confiança até, a heroína em um primeiro momento, mas por sua expressão ansiosa ao final do episódio certamente não sanou todas as suas inquietudes.

Isso é normal, pois o arco da Yor tomando consciência do Loid, assim como de seu papel na família feliz, ainda está em curso e denotará outros momentos-chave para que tanto nos deleitemos com sua comédia usual (para quem gosta), quanto compremos a ideia desse casal.

Até a próxima!

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