Jigokuraku (Hell’s Paradise) é um anime de ação do estúdio MAPPA que adapta o mangá de Yuuji Kaku lançado na revista digital Shonen Jump+. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“A era Edo está chegando ao fim. Gabimaru, tido como o mais forte ninja de Iwagakure, está condenado à morte, e sua única chance de sobreviver é obter o Elixir da Vida em uma certa ilha, que segundo rumores é a terra budista de Sukhavati. Na esperança de reencontrar sua querida esposa, Gabimaru segue para a ilha acompanhado de seu carrasco, Yamada Asaemon Sagiri. Ao chegar lá, eles encontram outros condenados em busca do mesmo Elixir… Além de criaturas desconhecidas, estátuas aterrorizantes e ermitões nativos. Será que Gabimaru conseguirá encontrar o Elixir da Vida e voltar vivo?”

 

Não sei se o mangá também tem essa identidade meio clássico meio moderna, mas o fato da adaptação ser do estúdio MAPPA casou muito bem com a abordagem dessa estreia. Jigokuraku poderia ser bem mais chato se não tivesse essa pegada mais “errante.”

Pegada essa que combina com a caracterização de seu contraditório protagonista, o qual é bem mais profundo do que sua fama, além de ser bem interessante também pelo pouco que mostrou, afinal, quantos e quais ninjutsus ele tem na manga? Sua fama será justificada?

Além disso, não é mais legal quando o herói é pequeno e você não dá nada por ele? Digo, não parece mais destacável qualquer coisa que ele fizer no anime? Somemos isso a sua parceira de aventura e teremos uma dupla para lá de potencial como entretenimento.

Ainda mais porque de cara o anime descarta a possibilidade de enlace amoroso (algo razoável, mas clichê também) entre os protagonistas ao dar tanto espaço a relação de Gabimaru com sua esposa, Yui, inclusive tecendo a ela a “culpa” pela contradição dele.

Posso estar equivocado, mas a possibilidade que me assaltou é de que o elixir da vida que o Gabimaru tomou foi suficiente apenas para fortalecê-lo frente as métodos de assassinato que ele enfrentou, mas não o suficiente para torná-lo um imortal de verdade.

Não à toa ele foge da Asaemon como caloteiro de devedor, é porque seus instintos o alertaram. Sendo assim, sim, o protagonista não é imortal de fato, então devemos ter o mínimo de tensão e apreensão por sua vida em sua jornada para reencontrar seu amor.

Ao mesmo tempo, ficou óbvio que ele é duro de matar e tem seus truques na manga, que não foram explorados como possível nessa estreia, mas foram o suficiente para aguçar minha curiosidade e me interessar genuinamente pelo que acontecerá na ilha.

Por fim, visualmente foi uma estreia agradável e interessante, mas o mérito foi mais do roteiro, que apostou em um plot simples, mas extremamente funcional e fácil de se conectar, afinal, quem não se sensibiliza com uma história de amor e um herói resoluto?

E sabe o melhor de tudo? O valor agregado ao relacionamento dos dois, que não se baseia na aparência dela (apesar de continuar linda mesmo com a cicatriz) ou na força dele (que inclusive queria era mudar de vida), mas no carinho que cultivaram um pelo outro.

A caracterização dele, entorpecido por seu estigma de ser vazio, mas inconscientemente convicto de que não queria morrer e perder essa conexão, foi uma das melhores coisas dessa estreia, que se preocupou menos com ação e gore e mais com razões e emoções.

Jigokuraku (Hell’s Paradise) teve um piloto promissor e se colocou como uma das promessas da temporada de primavera. Ser do estúdio MAPPA ajuda nesse sentido, mas vi um potencial genuíno na trama, que promete ser mais que uma história de ninja “comum.”

Até a próxima!

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