Dead Mount Death Play – Amaldiçoado ou abençoado pela morte? – Primeiras impressões
Dead Mount Death Play é um anime isekai reverso de ação do estúdio Geek Toys que adapta o mangá seinen escrito por Ryohgo Narita e ilustrado por Shinta Fujimoto, já tendo uma continuação prevista para o outono. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).
“Quando o lendário herói e o deus necromante se enfrentam num confronto épico, o desfecho não é bem o esperado. Ao notar sua desvantagem, o necromante arrisca uma tática totalmente inesperada – e usa magia de reencarnação em si mesmo! E em um lugar distante, em uma época distante, um jovem chamado Polka Shinoyama acorda se sentindo… meio diferente.”
Esse é o isekai reverso bem feito, em que o prota vem de vez para o nosso mundo, e melhor, não é o herói do mundo de fantasia, mas o “vilão.” Além disso, lidar com necromantes para falar de reencarnação me parece bem mais estruturado que apenas viabilizar o isekai porque um deus quis.
O importante aqui é que a história pode até não parecer tão profunda a princípio, mas isso não é um demérito, muito por conta da caracterização bem razoável do inusitado protagonista, muito por conta da necessidade de andar sobre uma linha tênue.
O deus necromante acordar no corpo de um jovem alvo da máfia conservando seus poderes mágicos, na medida em que tem a base para usá-lo, é o prato perfeito para uma refeição de violência, conflito e reviravolta, e isso em um centro urbano, em um mundo que é o nosso. Mundo de fantasia? Meh.
Ademais, curti genuinamente a caracterização do prota, sua humanização vezes dramática vezes cômica e mesmo da atenção aos detalhes no que compete a sua adaptação a um novo mundo, um novo corpo, um novo cenário no qual seus poderes podem deixá-lo na mão sob certas “circunstâncias.”
O contraste entre as ruas pacíficas e “virgens” de espíritos com o prédio da yakuza abarrotado de almas penadas é o tipo de coisa que enxergo o anime explorando a fim de tanto valorizar sua identidade visual, quanto dialogar com a narrativa não tão vilanesca vendida para o protagonista.
Dead Mount Death Play me parece ser sobre morte, mas não só sobre isso, com um pano de fundo urbano que contrasta com a mentalidade de uma existência de outra época e expectativas outras. Tudo isso manejado para encaixar e funcionar com uma gótica/cosplayer pique yandere bem simpática.
Okay, simpática é um pouco forte, mas fazer o que se eu digo “fé nas malucas?” Brincadeiras a parte, espero que o Polka dê um jeito dela viver porque EU preciso desse tipo de personagem por motivos de entretenimento, ainda mais em uma trama que deve tentar de tudo para não ficar enfadonha.
Por fim, gostei da perseguição para tentar matar o herói, do pós-crédito cômico e do equilibro de elementos narrativos e visuais, mas do que eu mais gostei mesmo foi da perspectiva de porraloquice pelas ruas japonesas com um literal “shinigami” que nem é mal, mas não perdoa também não. Vai vendo!
Até a próxima!