Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru – ep 10 – Coragem para querer e fazer
O tipo de cosplayer que a Juju mais odeia é a que mais a faz sorrir pelo quão prazeroso é vê-la se divertindo, confere? Foi entre belas cenas consecutivas adornadas por uma trilha sonora pontual que começamos mais um episódio do mega sucesso Sono Bisque Doll.
Dessa vez com um atraso anormal, mas compensarei com uma análise que não faça feio perante um episódio tão divertido e cheio de sacadas bacanas no que se refere ao desenvolvimento dos personagens, o romance dos protagonistas e a arte divertida que é fazer cosplay.
A Juju pode atacar um pouco de tsundere, mas na boa, ela é uma garota muito bacana. Ao invés de reagir mal ao cosplay da irmã ela reage de maneira muito receptiva e fofa, inclusive se preocupando sobre não ter sido uma boa irmã por não ter notado o desejo da Shinju.
A sorte é que ao seu lado, produzindo os cosplays, ela tem alguém também muito bacana que foi capaz não só de ajudar sua irmã a fazer a surpresa, como também entendê-la o suficiente para tranquilizar a Juju, muito porque ele se vê um pouco nas garotas.
E é nessa proposta de alinhar o desenvolvimento dessas personagens secundárias com o do protagonista que ganhamos com cenas marcantes e significativas, como a que ele fala sobre a necessidade de coragem para falar de coisas que se gosta e quer fazer.
Não é tão simples ter essa coragem, não à toa a Shinju quis fazer uma surpresa, para apostar tudo ou nada no cosplay que o Gojo a ajudou a produzir. Alguém assim, que respeita e valoriza as coisas que você gosta, além de você mesma, seria bem quisto por qualquer garota.
Esse é o caso do Gojo, que a cada episódio cativa mais as irmãs, principalmente a Juju, além da própria Marin, que nos entorpece de fofura com seu frisson apaixonado excitante. Sono Bisque Doll tem sido um dos raros casos em que vou entender se todas se apaixonarem pelo herói.
Mas não é só sobre romance que tenho a falar, não quando a Juju reconhece as qualidades da Marin como cosplayer e consegue ser ainda mais fofa ao dizer para a irmã que sente inveja dela devido ao seu perfil. Aliás, a trama é excelente em lidar com essas coisas.
A forma como essas questões pertinentes a prática do cosplay são inseridas na trama e utilizadas a fim de construir ou realçar características dos personagens diz muito sobre a capacidade do autor de criar uma história interessante que não depende só do fanservice para agradar.
Ainda assim, é inegável que o fanservice tem seus méritos, seja por promover a conquista de uma intimidade mais natural entre os protagonistas ou apenas agradar a vários núcleos fetichistas diferentes dentro da comunidade otaku, seja do Japão, do Brasil ou de qualquer outro país.
Mas sim, obviamente não é só isso, e pontuo uma cena simples, mas bem bacana, em que as sacadas da narrativas se mostraram mesmo sem alarde. Não tem a cena fofa em que a Marin faz biquinho de ciúmes? Então, você notou a linguagem visual empregada no anime?
Enquanto o cristal da heroína vai se enegrecendo a gente vê a Marin se enchendo de ciúmes, um sentimento que certamente não é tão tóxico quanto o da garota mágica, mas ainda assim se relaciona porque no desenho ela também sentia ciúmes do amado.
Mal sabe ela que deve se preocupar é com a Juju, afinal, é ela que está mais atraída pelo Gojo, mais consciente de suas qualidades como pessoa. Não que ela precise realmente se preocupar com isso, ainda mais quando seu próximo cosplay atiça ainda mais os “instintos” do garoto.
Mas sim, o roteiro de Sono Bisque Doll não deixa de ser foda e ainda mete uma reflexão do Gojo sobre a expansão de seus horizontes como costureiro ao produzir roupas diferentes para personagens diferentes, o que mais uma vez une o útil ao agradável formidavelmente.
E sabe o que é mais legal? É a Marin trazer essa sensualidade, seja com seus comentários de tiozão sobre os peitos escapando por baixo ou a própria ideia de fazer cosplay de uma personagem ultra sexy como a Veronica, tornado a dinâmica dos dois mais provocativa e divertida.
Aproveitando a deixa, vi um ou outro gato pingado tentando polemizar a pele dela para o cosplay, mas sério, acho que é justamente o contrário, seria polêmico se ela tentasse fazer cosplay de uma personagem de outra cor de pele sem se adaptar a isso. Whitewashing que chama?
Além disso, gyarus como ela fazem isso, se bronzeiam, aplicam base, enfim. Até a nudez de costas no banho foi mais “polêmica”, e ela nem foi problema se pensarmos que não foi tão sexualizada como poderia. Ela ter usado as roupas dele e seu sabonete me “impactou” mais.
Por quê? Porque é um fetiche que costuma ter efeito nos homens, teve no Gojo. Outro fetiche quase elementar é o de mostrar algo, mas não mostrar tudo, simbolizado nos peitos escapando por baixo. Sutilmente o anime dialoga com um bocado de fetiche.
Enfim, até dentes o Gojo fez para o cosplay, reforçando seus talentos em mais do que costurar, o que por si não justifica as ideias de Marin em ajudá-lo com as roupas porque a gente sabe que ela está é apaixonada por ele e a reta final desse episódio explorou muito bem isso.
Foi muito fofa a forma como ela vê o Gojo, o achando deslumbrante quando ele mesmo, e até o vendedor, o acharam esquisito nas roupas. As camisas combinando foram outra demonstração de melosidade da Marin para com o seu amado, que cada vez mais a cativa.
Ainda assim, ele não compra nada e os dois seguem em um encontro que teve como grande ápice a cena do mal-entendido sobre o cosplay. Por um momento a Marin pensou que ele estivesse chateado por estar muito “sensível” a ele, mas o problema era óbvio, né.
Comparado aos cosplays que ele fez até agora, esse da Veronica é o mais pesado e o mais perigoso no que se refere a possibilidade dele ver algo que não deveria. Eu sou um pervertido, então não pediria para ela se aprontar sozinha, mas entendo o Gojo ter esse pudor.
A própria Marin se envergonha quando ouve o que ele tem a dizer, mas sua reação final, um tanto ousada e charmosa, mais uma vez volta a reforçar uma grande qualidade da heroína, sua espontaneidade. É por isso que o público a adora, não é só porque ela é uma beldade.
Por fim, a cena foi maravilhosa, na verdade, elogiar esses momentos é chover no molhado. A direção do anime é excelente, tanto que ouvi falar que o autor chorou quando viu a estreia. Ela teve coragem para querer e fazer de Sono Bisque Doll o anime do inverno desse ano.
Até a próxima!
Victor Soncini
Quero ver a crítica do Ep. 11!! Foi muito divertido, ri demais!!