O começo desse episódio arrastou uma situação que claramente não tinha para onde ir, afinal, os dois lados já estavam para lá de Bagdá e a intenção do Kohei claramente não era esticar esse embate, mas jogar a última pá de terra no caixão da sociedade de heróis.

Antes de falar disso, podemos reclamar das personagens femininas em BNHA? Podemos. Não pela Nejire que apareceu e até ajudou, é mais pela Uraraka, a Tsuyu e, principalmente, a Toga, que saiu de seu surto e recuou, num mini-arco que não foi para lugar nenhum.

Foi bom para vermos a evolução da Uraraka? Foi. Foi bom para vermos a Toga em ação? Não. Já estou cansando do papo fiado dela, ainda que entenda sua afeição distorcida e seu senso de responsabilidade também distorcido. Por quê? Porque está na hora dela “crescer!”

Espero isso da Toga? Honestamente, não. O que espero é mais demagogia de uma classe vilanesca que insiste em apontar o dedo para acusar os heróis quando, sinceramente, não podem fazê-lo, pelo menos não completamente, afinal, também tem o rabo preso. E muito.

Mas antes de me aprofundar na questão preciso fazer uma ressalva quanto ao grande acontecimento desse episódio, que foi a revelação (até esperada) de que o Dabi é o Toya. Quando ele teve tempo de gravar o vídeo? As conveniências não te incomodaram nenhum pouco?

A mim incomodaram e só por isso esse episódio não levou meu 10, pois a questão da Uraraka e da Toga era mesmo para ser secundária (triste, mas real) e não teve nada de ruim no que o Dabi, ou melhor, o Toya fez. Na verdade, foi ótimo vê-lo fazendo o parquinho pegar fogo.

Porque o Toya não só se revelou para o pai e para o irmão, mas também para o mundo todo, jogando a m*rda no ventilador e acusando o herói número 1 de ser não só um pai omisso, mas também um marido cretino e um herói obcecado mais pelo sucesso que qualquer outra coisa.

Ele até desconfiou, mas em nenhum momento reconheceu o filho e, apesar de seu monólogo botar panos quentes na história, a verdade é que não vimos esse flashback em detalhes, no máximo capturamos circunstâncias e lembranças do Shoto e do irmão, principalmente.

Sendo assim, não é tarefa simples defender o Endeavor, apesar da última campanha de popularidade do mangá tê-lo como quinto colocado em seu ranking. E por que digo isso? Porque, como o próprio Toya bem jogou em sua cara, o passado não se apaga e voltou para persegui-lo.

É verdade que o vilão espalhou fake news sobre o Hawks (ou melhor, meias verdades, afinal, não sabia que o herói não matou ninguém), mas o que um vilão que já matou 30 inocentes (like a serial killer) faria? Dabi não é um fodido da cabeça que nem a Toga, pelo menos não um cínico.

Ele apenas quer sua vingança e foi sim ajudado pelo roteiro para isso, mas, convenhamos, o circo armado foi delicioso, e foi ainda melhor pelo quanto ele contribuiu para acinzentar ainda mais a opinião pública quanto aos heróis, que nem são corporativistas, mas…

Não vai ser tão rápido, nem tão fácil, reparar o estrago causado, e isso mesmo com a volta do Best Jeanist, mestre do Bakugo que, simbolicamente, estará presente na revelação de seu nome de herói. Dabi’s Dance foi curto, mas suas repercussões na trama irão longe. Pode esperar.

Até a próxima!

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