[sc:review nota=4]

 

 

Reta final dessa temporada, já tá ficando aquela saudade de um anime divertido. Mas não tão rápido, senhoras e senhores, que ainda temos toda a treta do Kirihiro/Akuraou pra resolver! E esperem, não desliguem ainda! Paralelamente há o desenrolar de uma subtrama aparentemente simples centrada na Nanami, mas prestem atenção nas palavras de alguém que não aguentou e foi ler o mangá: é bem legal.

Kirihito continua tentando ser o mais distante possível de sua “mãe” humana, mas é mais do que óbvio que os pequenos gestos de gentileza o afetam. Arrisco inclusive dizer que ele sentirá falta da comida dela quando recuperar o corpo… Se é que ele realmente o fará, tô começando seriamente a duvidar disso nos últimos tempos. Por hora, ele usou a terra que coletou (quando?) do mundo dos mortos para forjar outra entrada para lá, e executar uma nova tentativa. Yatori reaparece ao seu lado inocentemente, mesmo tendo falhado em seu plano de dominar o monte Kurama. Quando a entrada se abre, Kirihito permite que o youkai o acompanhe, ao contrário de seus dois shikigamis, que são proibidos de sequer se aproximarem sob risco de se transformarem em pó. É um golpe interessante: se o youkai fosse desintegrado, deixaria de ser uma chateação.Mas se sobrevivesse, que foi o que aconteceu, daria margem para que Kihirito desconfiasse ainda mais dele. Afinal, o que uma entidade tão poderosa quer ajudando a recuperar o corpo de Akuraou?

Yatori o enrola com conversas sobre sempre tê-lo admirado e ser um servo inútil, e que o youkai só permitia a aproximação de certa raposa, mas que os dois haviam se separado. É a deixa para que ele exploda, já que a mágoa por ter sido trocado por uma humana nunca esfriou completamente. Essa fúria explosiva dele é meio tola, já que o faz esquecer os seus objetivos iniciais e baixar a guarda diante de um suporto aliado que ele já sabe não ser confiável. Poxa, Kihirito…

 

Mais um plano que dá errado,

Mais um plano que dá errado,

 

Depois de andar um pouco em meio a um calor infernal, eles localizam o corpo de Akuraou. Está envolto em um mar de chamas, de forma que não possa ser recuperado mesmo que não possa ser destruído. É aí que as coisas se complicam, já que o corpo humano dele já começa a colapsar ameaçado pela desidratação, jamais seria capaz de chegar no meio do fogo. Involuntariamente, ele se recorda de um ex companheiro que sabia lidar com chamas como ninguém… E fica possesso. Pedir ajuda ao Tomoe certamente irá estraçalhar seu orgulho, mas ou é isso ou ficar confinado a este inconveniente corpo humano.

Falando em Tomoe, ainda temos aquela historinha paralela, lembram? É véspera de ano novo, uma das épocas mais atarefadas para templos xintoístas. Em meio a um Tomoe amolecido o bastante pra evitar maldades com a Nanami, surge o assunto “casamento”. Pulemos o Mizuki atacando o raposo por pensar que este pediu sua deusa em casamento (ah vai sonhando) e foco no que importa: Nanami não pretende se casar. Nunca. Com ninguém. E sim, isso é relevante meus caros. Mas os motivos só serão revelados no episódio seguinte. Por hora, eles precisam ir visitar o deus do ano que se aproxima. Resumindo: existem um templo dedicado ao deus do ano que guarda doze passagens, uma para cada signo do zodíaco chinês. O espírito do ano que se inicia é responsável por visitar as casas de todos os devotos, mas em contrapartida os servos dos templos devem passar pelos doze portais no templo da Divindade dos Anos. A travessia faz com que o ser se recorde nitidamente dos últimos doze anos de sua vida, o que é ruim para todos eles, já que não estavam exatamente felizes nesta época. Nanami teve uma vida complicada, e Tomoe e Mizuki estavam sozinhos em seus templos. A princípio, somente Tomoe e Mizuki iriam, já que um humano ficaria confuso com a passagem de doze anos de uma só vez, mas quem diz não para a deusa da terra? E ela foi. Sem olhar pra trás. Óbvio que nunca voltou.

 

Um dia como outro qualquer.

Um dia como outro qualquer.

 

Os dois vão atrás dela, quebrando o tabu que é entrar na rota de outra pessoal. Logo fica claro o motivo disso: uma Nanami de 4,5 anos passa correndo por eles, e Tomoe não demora a notar que toda a vida dela está ali, exposta aos olhos dele. Ele pode tocá-la, falar com ela, saber quem ela era nesta época e tudo o que se passou em sua infância. O vício do pai, a morte precoce da mãe, a personalidade forte, o instinto de sobrevivência. Tomoe comete o primeiro dos seus erros: ele fica e assiste. Certamente isto terá consequências desastrosas, mais do que as que ele já anda acumulando, e o impacto que tais cenas terá em seus sentimentos já descobertos será intenso. Mas vamos imitá-lo. Vamos assistir. Afinal, estamos quase no fim.

PS: Lembram do que eu falei sobre Kihirito, o espelho e ele não ser afetado por sua mãe? Pois bem, o artefato deu defeito e começou a vazar veneno letal. Um de seus shikigamis é destruído, e ele tenta pensar em alguma alternativa para impedir isso, já que o espelho é sua única esperança de sucesso. Mas, quando a mulher retorna até seu quarto, ele sabe que o miasma poderia afetá-la e quebra o espelho, fechando o vazamento. Junto com ele, seu único plano a curto prazo para enfim recuperar seu corpo poderoso e imortal. Alguém mande-o parar de criticar o Tomoe por se encantar por uma fêmea humana mortal porque, mesmo que de modo diferente, ele está agindo exatamente como ele. E olha que eu nem falei do cabelo da Nanami em seu pulso. Assim fica difícil defendê-lo, amigo.

 

Nanami sendo Nanami desde sempre.

Nanami sendo Nanami desde sempre.

  1. Um partiu e o outro está prestar a morrer. Percebeu isso? Não que não fosse história que já não soubéssemos, mas colocado dessa forma, e pela boca do Tomoe, de repente se torna emergente reparar que, ainda muito jovem, Nanami passou por tudo de pior que seus dois servos já passaram.

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