[sc:review nota=4]

Se existe uma palavra que pode definir perfeitamente Himouto! Umaru-Chan, eu diria que é “simplicidade”. Ele se propõe a ser um anime leve e fazer sorrir, e só. Apenas isso. Mas, sejamos justos, consegue cumprir seu papel muito bem. Seus episódios estão mantendo um ritmo dinâmico, dividindo seu conteúdo em esquetes que mostram histórias do cotidiano da preguiçosa, egoísta e manipuladora Umaru e seu pacífico irmão Taihei.

Apesar dessa personalidade horrível da Umaru, é impossível odiá-la. Esse é o segredo para manter a história nesse tom suave. Sua “versão chibi” (é assim que chamo a aparência da Umaru quando ela está agindo de acordo com sua verdadeira personalidade), é simplesmente a coisa mais fofa e divertida do universo! Por causa disso, jamais vou conseguir pular a abertura desse anime. Sério, é sensacional! Enfim, hora de controlar a empolgação e discutir o episódio, certo?

O objetivo deste episódio foi apresentar de forma mais detalhada a Ebina, amiga lerda de Umaru. Ebina é vizinha dos irmãos Doma mas não tem o costume de frequentar a casa deles. Os motivos são bem óbvios: ela é tímida demais para ir por conta própria; e Umaru evita ao máximo possível convidar alguém para ir até a sua casa, já que isso coloca em risco o seu segredo. Logo de cara, é possível perceber que Ebina possui sentimentos muito “especiais” pelo irmão de Umaru. Porém, ele está tão cego de felicidade por notar o efeito positivo que Ebina causa em sua irmã que não faz ideia dos sentimentos que ela está nutrindo dentro de si. Essa situação vai se tornar algo bem angustiante para quem estiver torcendo para a nossa adorável cabeça-de-vento ter seu amor correspondido. Afinal, toda vez que estiver perto dele, ela vai inevitavelmente criar mais expectativas e ilusões. Enquanto isso, ele vai querer tê-la por perto o máximo de tempo que puder, mas não pelos motivos que ela gostaria, e sim para tentar “consertar” a terrível personalidade de Umaru. Isso é cruel porque a pobrezinha não tem como perceber essa situação e, convenhamos, mesmo se já conhecesse o segredo de Umaru, acho que ela também não perceberia.

Já conhecemos os interesses de Taihei e Ebina em manter uma boa relação com a Umaru e entre si também. Mas qual seria o motivo da Umaru deixar Ebina se aproximar? Ela claramente não se importa com ninguém além de si mesma, então com certeza não é por consideração. Minha teoria é de que seja pela necessidade que ela sente de ter seu ego alimentado pela admiração dos outros a todo instante. Ebina é perfeita para isso, já que vive dizendo o quanto a considera incrível e como queria ser igual a ela. Talvez seja por isso que Umaru se esforça tanto para que ela não descubra sobre sua verdadeira personalidade. Sabemos que Ebina seria incapaz de fazer a maldade de contar para outras pessoas, mas é bem provável que essa admiração acabaria e Umaru perderia sua preciosa “máquina de elogios diários”.

O restante do episódio explora a capacidade de manipulação de Umaru, que conseguiu fazer o coitado do Taihei usar seu dia de folga para ficar em filas enormes competindo em um campeonato de pedra, papel e tesoura, só para tentar ganhar um tipo de dakimakura (“Necolumbus”) que ela tanto queria. A melhor parte do episódio é certamente o encontro dos irmãos com Ebina no supermercado, pois acaba culminando em um convite para que ela os acompanhe durante o almoço. Foi realmente hilário ver Umaru tentar disfarçar sua vontade de fazer birra na frente de sua amiga e falhar miseravelmente. Para a sorte da Umaru, Ebina parece ser incapaz de perceber qualquer coisa ao seu redor, principalmente quando Taihei está por perto.

Game! Game! Game!

Game! Game! Game!

Por fim, Ebina tem um flashback que nos mostra como foi sua mudança de Akita para Tóquio, um ano atrás. Ela estava realmente insegura por achar que as pessoas a tratariam mal se a considerassem uma caipira, mas a situação foi bem mais frustrante do que isso. Ninguém nem ao menos tentou olha-la nos olhos, todos pareciam se importar apenas em apontar que havia um par de peitos gigantes passeando por aí. Ela não queria chamar a atenção, muito menos por algo que ela não tem como mudar, mas como poderia explicar que está se sentindo terrivelmente desconfortável com essa situação quando ninguém tem o menor interesse em tentar ver a pessoa que está por trás desses… hum… atrativos?! Desde que ela chegou a Tóquio, o único que teve a decência de não agir como um maníaco hipnotizado por esse (nada pequeno) detalhe de sua aparência e se preocupou em trata-la como uma pessoa normal, foi justamente o irmão da Umaru. Uma conversa com olhos nos olhos parece pouca coisa para se apaixonar, mas na situação em que Ebina se encontrava eu realmente não posso julgá-la.

  1. Fábio "Mexicano" Godoy

    A Umaru com certeza é egoísta, mas não acho que seja uma má pessoa. Acho que ela genuinamente gosta de companhia, de outras pessoas, de ter amigos, etc, por isso ela gosta de jogar com o irmão (e faz birra por causa disso) por exemplo. Claro que ela preferiria estar de pijama largada no chão comendo porcaria e jogando video-game ao invés de ficar fazendo sala para a amiga, mas não vejo nenhuma malícia nisso.

    E preciso elogiar a dubladora da Ebina. Já vi em muitos animes um personagem dizer que o outro tem “sotaque de tal região”, mas eu não entendo japonês e muito menos os seus sotaques, então é sempre uma piada oca pra mim. Ela foi a primeira a me fazer perceber que o jeito dela falar realmente não era o mesmo das demais pessoas (e dela própria na maior parte do tempo).

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