Kingdom 3 – ep 2 – Dentre uma derrota inevitável, o melhor jeito de perder, é uma vitória
No segundo episódio, dessa terceira temporada de Kingdom, temos um gratificante desenvolvimento dos eventos anteriores. Mas antes de falar do episódio em si, elenco uma pequena tecnicalidade.
Nesse episódio temos uma jogada de grande sagacidade do estrategista chefe do reino de Chin (Qin), onde também por um advento da sorte, consegue enviar o diplomata Sai Taku, que estava pelos arredores da região de Se (Qi), e consegue ser recebido pelo rei local, Ou Ken. Após uma negociação apressada e até mesmo diria tola por parte do diplomata, ele oferece ao rei de Se (Qi), uma soma absurda em troca da retirada do reino do conflito e da coalisão formada por Ri Boku (Li Mu).
É um tiro no pé, já que o diplomata se adianta em demasia e oferece antes de sondar adequadamente os sentimentos e intenções do rei Ou Ken, e ao oferecer um acordo que o rei já estava disposta a aceitar, mesmo sem receber nada em troca, acaba por levar o reino de Chin (Qin) a um prejuízo sem precedentes em relação ao futuro.
Entretanto essa manobra ajuda a aliviar, mesmo que superficialmente, a pressão que o exercito de Chin (Qin) está recebendo da coalizão. E ainda mais, por Se (Qi) se localizar geograficamente na parte de trás de todos os membros da coalizão, deixar as fronteiras desprotegidas frente a um reino que se retirou do acordo, é um risco sem dúvida incômodo a qualquer rei mais prudente.
Dentro do território de Chin (Qin), temos o avanço desproporcional das tropas de Gi (Wei), que por sorte são surpreendidas e paralisadas pelo ímpeto de um general extremamente intuitivo, Hyou, que não apenas impede o avanço do oponente, mas ainda o pressiona, mesmo que tenham apenas um quinto da força militar dos invasores.
Esse episódio deu pouco destaque a Shin (Xin), nosso protagonista, mas quando ele comandou sua tropa de mil combatentes, conseguiu proteger com sucesso o flanco das tropas de Hyou, que com grande mobilidade repeliam e desgastavam o oponente a sua frente.
Mesmo que o rei de Gi (Wei), Hou Mei, tenha de modo muito hábil pressionado as forças defensivas, ainda assim, para além dos métodos ortodoxos de ataque, os instintos afiados e a grande experiência de Hyou lhe garantem um relativo êxito e até mesmo o recuo e a retirada do campo de batalha quando este não lhe parecia favorável.
Muitos soldados foram perdidos, mas o tempo que Hyou ganhou é de um valor inestimável para a efetivação e estruturação dos planos defensivos do reino de Chin (Qin).
Dentre alguns dilemas políticos em relação a Ri Boku (Li Mu) e o rei de Gi (Wei), podemos perceber que por mais que a coalizão seja um força massiva, ela não possui uma real e centralizada ordem de comando, sendo que cada reino é soberano em sua própria incursão sobre o território de Chin (Qin).
O destaque final do episódio é a brilhante e exaustiva estratégia de Shou Rei, que após pensar até o seu limite, percebe que não é possível vencer a invasão da coalisão, mas que mesmo na derrota, existe o melhor jeito de perder, um jeito que não aniquile o reino.
Ele convocou todos os generais do reino e apresenta para eles o que devem fazer, será uma luta onde eles irão perder oito de cada dez combates, mas que mesmo assim terão o controle do fluxo do conflito, pois sabendo que irão perder, eles podem escolher o como perder, e se perderem adequadamente, eles podem ganhar.
E o segundo destaque do episódio é com certeza a fala dos camponeses e cidadãos do reino obrigados a migrarem e fugirem desamparados pelo território. Eles têm consciência de que nesse período catastrófico de guerras, embora agora seja a vez deles de sofrerem as consequências da mesma, em um passado recente, os habitantes dos reinos vizinhos também experimentaram tamanha tragédia na pele.
Foi mais um ótimo episódio de um anime que promete e muito nessa temporada. Vamos em frente.