Sim, o título é um click bait safado, desculpa, mas o anime ajudou, né.

Gibiate é um anime original pensado por várias figuras do entretenimento, inclusive o Sugizo, guitarrista de duas das maiores bandas do Japão, que eu amo de paixão, o Luna Sea e o X Japan.

Deve ter sido por isso que eu curti a trilha sonora, mas ao mesmo tempo a achei meio brega. Aliás, Gibiate me pareceu algo dos anos oitenta trazido aos dias de hoje. E com um CG de dar dó, fim de carreira.

Na história uma pandemia transforma pessoas em monstros. Parece proposital lançar isso com o que está acontecendo agora no mundo e sei que no anime usar máscara não faz diferença, mas use, pelo menos se o coronavírus se mantiver só uma gripezinha mortal…

A ideia da pandemia em que pessoas são ferroadas e viram monstros já é bem fantasiosa por si só, mas acrescentar uma viagem no tempo, uma dupla com um samurai e um ninja e um gotejar como sintoma da doença ficou uma bagunça das boas.

A heroína é simpática, bem intencionada, mas pediu ajuda a deus para criar a vacina. Ela não é cientista ou não está ajudando um? Não que um cientista não possa ser religioso, mas tenho visto muito esse discurso de que deus tem que capacitar cientistas para produzir a vacina para a pandemia atual e acho que não é bem por aí não.

Ou melhor, não acho que pensar assim seja uma boa ideia. Não sei se deus existe ou não, mas sei que não é a fé que vai produzir uma vacina, mas a ciência, o que talvez não se aplique para uma doença cuja explicação não me convenceu. Mas é um anime, né, vamos dizer que eu comprei a ideia.

A garota (eu já esqueci o nome dela, perdoe-me) vive em um mundo pós-apocalíptico e apesar disso ser surreal, mesmo com tudo o que vivemos hoje, custo a engolir a fácil assimilação de todos quando um samurai e um ninja do período Edo aparecem na Tóquio de 2030.

Ninguém tentou verificar a veracidade da história fazendo perguntas, ninguém se descabelou com a viagem no tempo, ninguém achou os dois estranhos demais.

Sim, eu sei, essas reações descabidas são comuns em anime, mas quando o CG é péssimo e a doença tem características “peculiares”, além de outras coisas não fazerem sentido, como não achar ruim?

Não aparece outro monstro, não se explica onde eles estão, o “clímax” do episódio é uma cena na metade e os personagens que aparecem não agregam quase nada.

Mesmo o médico do acampamento tem um visual que me lembra um metaleiro, olha aí os anos oitenta. Nada contra, só achei o visual um tanto “arrojado”. Além disso, as ideias desse anime me pareceram mal pensadas e mal executadas, uma combinação de clichês e roteiro mediano para fraco, além da direção não ter ajudado tanto assim.

A heroína logo acredita nos viajantes do tempo e é isso, não tem mais nada de interessante a comentar, só apontar que a ideia é criativa, mas acaba sendo criativa demais quando apenas insere pontos sem dar tanta consistência ao todo. Se era para ficar na falação que as situações fizessem mais sentido.

É sério que o senhorzinho foi pegar uma katana em casa e ficou de voltar ao acampamento sozinho? É sério que uma metamorfose completa rola em um piscar de olhos? E sério que não apareceu mais nada no caminho deles?

Para a última pergunta dá para pensar que eles foram pela melhor rota possível, a menos engarrafada, tipo uber, mas ainda assim foi tudo conveniente demais, e sem graça também. Não é o tipo de estreia que combina com tal pano de fundo.

A ideia foi subexplorada já na estreia, talvez por falta de recursos para animar combates decentes? O CG totalmente inorgânico faz qualquer um pensar nisso, os três estúdios creditados (todos desconhecidos) pelo anime também.

Não espero muito de Gibiate e espero que você não espere também. Antes da estreia eu parei para ver o trailer e acabei avançando o tempo todo por ter ficado entendiado, achado ruim mesmo.

O anime não me desagradou mais, porque só ficou na falação e ate simpatizei com os protagonistas. A animação deixou a desejar, o design não é feio e nem foi inconsistente, mas faltou ação e sobrou CG vergonhoso. É, o saldo foi totalmente negativo…

Repito, é um anime oitentista embalado para os dias de hoje. Naquela época talvez esse tipo de ideia pegasse mais fácil, hoje não cola tanto. Tem até ninjutsu(?) do ninja. O outro deve ser um Rambo… só que com espada. Aliás, eu entendi errado ou mais guerreiros do período Edo vão viajar no tempo?

No que vai dar essa salada mista? Tenho medo de saber, pelo menos a falta de seriedade com a qual encaro o anime me fez não relacionar ele ao contexto em que estamos vivendo, parece uma realidade paralela e é, de certa forma, uma em que o Kenshin e o Naruto vieram nos salvar (risos). Parece piada, é Gibiate. Veja por sua conta e risco.

Até a próxima!

  1. Se tivesse que descrever este anime é só um guilty pleasure ou para passar o tempo.

    Começando pelo defeito mor, o CG é pré-histórico ou então o hardware e software onde ele foi feito já é bem obsoleto.

    Tudo pareciam ok, Tóquio em 2030, uma protagonista simpática, uma doença que transforma pessoas em monstros, até aqui tudo bem, mas de onde saiu a ideia de colocar uma viagem do tempo e ainda por cima um samurai e um shinobi do período Edo a irem para o futuro.
    O cientista tem cara de pseudo vilão, mas posso estar enganado. Verei o anime só por causa da protagonista, de resto logo de vê.

    Se o Kenshin entrasse no anime, na sua fase de retalhador os monstros não teriam chance.

    Como sempre, mais um excelente artigo de primeiras impressões Kakeru17.

  2. Com sorte Gibiate vai ser bacana de ver pelos personagens, porque a ação só promete vontade de fechar os olhos e é muita ideia jogada em uma salada perigosa. Espero que os protagonistas paguem o anime. Ademais, dou um descontinho pelo jeitão meio oitentista, só não sei até quando essa vai colar.

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