Não é de hoje que a comunidade que curte mangás shoujo reclama da pequena quantidade disponível por aqui. Aos poucos parece que o panorama tem melhorado e dessa vez a resenha/indicação é a última serialização da autora de Aoharaido, mangá também lançado aqui no Brasil que possui uma adaptação para anime e live action. Logo de cara eu já gostaria de ser sincero: não sou o maior fã de Ao Haru Ride apesar de ter visto o anime por completo.

Tendo isso em vista, eu confesso que não tinha muita expectativa em Furi Fura (mesmo não tendo visto do que se tratava a história). Acabei comprando os dois primeiros volumes pensando na minha irmã mais nova, que está iniciando sua caminhada neste mundo. Porém decidi que iria ler, afinal, comprei e seria um desperdício não dar uma chance ao mangá. 

Inclusive vale lembrar que o mangá foi finalizado ano passado no Japão com 12 volumes e tem uma adaptação para filme que vai estrear em setembro deste ano. Aqui no Brasil a publicação está no volume 9 e é de responsabilidade da Panini Mangás. Mas enfim, no final eu comento sobre a versão nacional do mangá, ok? Vamos “falar” sobre a história!

Devo confessar que fui surpreendido com uma interessante história entre 4 jovens bem diferentes que possuem visões diferentes sobre o que é amor. Logo de cara já teve algo que chamou a minha atenção: uma carta da autora antes de iniciar a história. Naquele texto ela apresenta de maneira geral do que se trata a história e o que podemos esperar da obra, seus personagens e afins. Engraçado que foi um texto simples, raso e básico, mas que foi um ótimo ponto de partida.

A parte mais marcante é quando ela escreve sobre suas personagens centrais, Yuna e Akari. As duas têm visões bem diferentes do que é o amor, porém, não há certo ou errado e por isso, ela explica que a ideia é balancear isso. Ou seja, a proposta é interessante e ver isso ser aplicado é uma boa justificativa para me fazer continuar com a leitura. Mas teorias a parte, isso realmente aconteceu (no volume 1)?

A resposta é sim. A história na verdade gira em torno de 4 personagens com visões e personalidades bem distintas, então ao invés de apenas duas garotas temos também outros dois garotos que tem relações próximas com elas. Sendo bem sincero os personagens são bem carismáticos e acredito que exista uma boa chance de se identificar com algum deles. Isso também me agradou bastante, afinal, quando se tem uma conexão com algum personagem, você acaba ficando ainda mais interessado.

Por outro lado, as personagens centrais são bem diferentes e ao menos uma delas pode não agradar todo mundo. Enquanto a Yuna é bem “para frente”, a Akari é extremamente tímida, o que eu não costumo gostar muito. Inclusive um ponto negativo sobre isso é que ela torna-se menos tímida com certa facilidade, ainda mais considerando que faça pouquíssimo tempo que tenha conhecido a Yuna (não só ela, vale dizer).

Outro ponto que me incomodou um pouco é que apesar de balancear bem, você acaba tendo uma forte impressão que a Akari é a protagonista. Isso pode ser uma característica desse volume (vulgo 4 primeiros capítulos), mas chega ser estranho pensar que na teoria essa sensação não deveria ser tão presente. Enfim, espero que isso mude conforme a história avance ou que seja algo próprio desse volume.

Inclusive não comentei sobre os garotos, né? Bom, um deles é meio-irmão da Yuna e o outro é amigo de infância da Akari. É óbvio que elas vão se apaixonar pelo amigo/irmão da outra, porém, a graça vai ser acompanhar como isso vai se desenrolar. É aquela coisa: você sabe o que vai acontecer ou como vai terminar, mas precisa saber como isso vai acontecer. Aliás, isso é só especulação minha e no final esse achismo pode estar errado.

Enfim, não comentei tanto assim sobre a história pois esse artigo é mais para passar uma ideia geral sobre a obra. 

Inclusive seria legal comentar sobre a publicação, certo? Bom, o primeiro volume veio com um marcador de página, brinde padrão da Panini presente em volumes 1 de seus mangás. Não vou comentar sobre o papel pois não entendo disso e sinceramente dando para ler eu já fico satisfeito. Ele tem o preço de R$22,90 inicialmente, valor que sejamos francos, não vale a pena. Felizmente paguei R$10 a menos numa promoção então foi um preço bem justo.

Já sobre a capa, bom, ela não cheira nem fede. Prefiro muito mais a capa de Radiant que é fosca e parece ser mais firme, juntando duas características bem legais (inclusive o preço dos dois é igual). Mas enfim, tirando a capa que eu não sou tão fã, não tenho do que reclamar do restante. Então é isso, recomendo a leitura pois é uma obra que vale a pena dar uma conferida, ainda mais se for fã da autora.