Se o Stain é o Coringa de BokuAka, o Best Jeanist seria o Batman? Sério agora, que episódio daora esse. Tirando a questão familiar ainda um pouco desengonçada do Hawks, toda sua preocupação com o Endeavor, o impacto no herói e o caos social foram excelentes.

Digo, o Kohei acertou demais a mão nessa parte, tanto em tom, quanto em abordagem porque é compreensível que mesmo heróis se impactem com os acontecimentos recentes e declinem de suas posições. É aí que a profissão herói se estabelece como só isso.

Não, não tá errado um herói pensar racionalmente, mas poxa, se ele é um herói, se ele aceitou dedicar e arriscar sua vida em prol de um bem maior, em prol de outras pessoas, não é contraditório que fuja com o rabo entre as pernas quando a corda aperta?

Além disso, a comoção social advinda da desconfiança e das constantes derrotas dá vazão a um cenário de verdadeiro caos em que os justiceiros sociais emergem e não existe mais um alicerce no qual se apoiar. O último teve a vida revirada do avesso e foi julgado “culpado.”

E ele é, não estou aqui para passar pano para o Endeavor, mas, convenhamos, ansiar por sua morte em um sentido inócuo e infantil de reparação não é diferente que encarnar a mentalidade de um vilão revoltado com uma sociedade que ele não consegue mudar.

Sendo assim, a abordagem que o Kohei evoca, de um pai que não consegue encarar o próprio filho, de um homem duro e tosco que se desgraça em lágrimas e de uma desesperanças digna de um covarde. são por demais condizentes.

Mas sabe o melhor disso tudo? A forma como a Rei participa do problema. Imagina a alegria de uma mãe que pensou ter perdido o filho primogênito, mas descobriu que ele estava vivo? Dane-se que ele virou vilão, é a chance que ela tem de reaver sua família.

E não, não é forçá-la a mais sofrimento, é o contrário, é a história de uma mulher que conseguiu vencer seus traumas e olhar para a vida com coragem, em contraposição a um pai que tentou fugir (como a maioria faz), mas será colocado no seu devido lugar.

E qual é o lugar do Enji nessa história? De alguém que tem culpa no cartório, muita, talvez toda, mas que não pose se eximir da responsabilidade vestindo a carapuça de um vilão imperdoável. Ele precisa agir para reparar seus erros como possível, como pai e herói.

Jogar a merda no ventilador e fazer os problemas da família bagunçarem todo o Japão para depois voltar ao micro e focar no que essa família pode fazer para salvar, na medida do possível, seu ente querido é tudo o que espero do roteiro nesse momento.

Como e quanto veremos isso eu não sei, mas precisamos ver a história se movendo nessa direção. Seria preguiçoso, seria medíocre, seria covarde apenas matar o Endeavor e arrebentar essa família de vez. Não dizem que construir é mais difícil que destruir?

E é por ter a coragem de ir nessa direção que parabenizo o Kohei e mais um excelente episódio de uma temporada que tem sim suas “questões,” mas não está se privando de tocar na ferida exposta, necessário para acertas as coisas no final.

Até a próxima!

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