Na ficção, quando o mundo corre risco de ser destruído, surgem os heróis/heroínas para proteger a paz na terra. Nesse anime, as heroínas que receberam a nobre e árdua missão de garantir a paz na terra são conhecidas como “Lilies” (lírios), enquanto os monstros que ameaçam a humanidade possuem a alcunha de “Huge”.

As flores, de um modo geral, são conhecidas pela beleza e delicadeza, embora algumas venham acompanhadas de espinhos. Portanto, a figura da flor contrasta com ideia de batalha e/ou guerra, mas no caso desse anime, a representação floral combina e é coerente com a proposta da série, pois as flores simbolizam a feminilidade. Não a toa que a arma utilizada para derrotar os monstros possui a alcunha de CHARM (Counter Huge Arms), cuja a sigla forma uma palavra cujo o significado é “aquilo que encanta, que atrai, que cativa”. Para certos públicos garotas bonitas e, geralmente, simpáticas atraem a atenção.

A introdução da história em primeira pessoa embora soe bastante expositivo, é uma forma eficiente de conhecer um pouco a protagonista. e com isso a empatia (ou a antipatia) é formada . Quando a mesma está indo para a nova escola, nós, espectadores, estamos acompanhando-a e  ouvindo seus pensamentos.

Com um elenco numeroso, o tempo de tela da primeira metade do episódio foi distribuído entre o elenco. Particularmente, tanto faz se o elenco é apresentado completamente no início, ou se a apresentação é feita de forma gradativa com o decorrer dos episódios.

O anime não perdeu tempo e foi direto para os conflitos. Inicialmente houve um atrito entre duas garotas, ou seja, um inicio de tensão que não evoluiu, mas o clima tenso ressurge de forma imediata quando há a invasão de um monstro.

Uma coisa interessante é que os Huge, aparentemente, não são criaturas completamente irracionais e instintivas que destroem tudo o que encontra pela frente. O que a protagonista e mais duas personagens enfrentaram, usou uma habilidade que fez que as garotas atacassem umas ás outras, e isso é interessante, pois pode haver a possibilidade  dos inimigos poderem apresentar alguma “carta na manga” durante alguma batalha, no qual será exigida uma reação á altura das nossas heroínas.

Um bom anime de ação, não se faz apenas com protagonistas carismáticos, mas com oponentes á altura, e que a depender do caso, expõem as fragilidade das personagens. Como geralmente nesse tipo de história no qual se encaixa essa série, os monstros encarnam a destruição, e por consequência o mal, o que acaba impossibilitando algum contraponto com as heroínas que simbolizam o bem.

E por falar em “bom anime de ação”, as sequências de luta e a animação estão excelentes. Claro que somente uma animação bonita faça um anime ser bom, mas, sem dúvida é um grande atrativo, principalmente, quando se trata de “porradaria”.

Animes do tipo “bishoujo action” ( que em tradução livre seria “ação com garotas bonitas”), obviamente, possuem  dinâmicas narrativas e estéticas diferentes de, por exemplo, um “battle shounen”. Há até uma certa semelhança com o “mahou shoujo”, que também é um tipo de anime de ação focado em personagens femininas, porém esse último possui suas próprias características e vertentes.

Com relação as personagens, aparentemente, os tipos representados são comuns nesse tipo de obra. Há, por exemplo, a garota avoada, a mais séria, a menina rica, e por aí vai. Embora os estereótipos citados sejam considerados clichês, isso não significa que o desenvolvimento da história será ruim ou que as interações entre as garotas não serão divertidas e/ou interessantes.

Ainda sobre personagens, há o famoso contraste na dupla Riri e Yuyu onde uma tem uma personalidade alegre e dócil, enquanto a outra tem uma postura comportamental mais austera (se bem que a Yuyu não agia dessa forma num passado não muito distante). Juntar opostos é forma interessante de criar conflitos dentro da narrativa, e está presente nas mais variadas histórias. Porém, nesse tipo de anime é muito comum haver esse contraste. Aliás, curiosamente, uma das duplas de personagens femininas de anime mais conhecidas é aquela composta pelas personagens Madoka e Homura do anime “Mahou Shoujo Madoka Magica” cuja a produção coube ao mesmo estúdio (Shaft) que está produzindo Assault Lily: Bouquet.

É válido destacar que algumas coisas com relação a protagonista Riri, que por sua vez rima com lily (até fazem piada sobre esse detalhe). A primeira é que ela, inicialmente, não aparenta ser habilidosa, tão tal que ela entra na escola via lista de espera, mas quando necessário mostra que é importante. Segundo, a motivação genuína para ser uma “lily” e poder reencontrar e lutar lado a lado de quem a salvou. Terceiro, o comportamento conciliador demonstrado ao impedir uma luta entre “lilies”.

A ideia de criar uma escola para formar soldados (ou algo do gênero) não é nenhuma novidade, mas se a proposta for bem executada, teremos um anime agradável de assistir. Visualmente foi uma estreia promissora, mas sobre o roteiro, ainda não se pode dizer muita coisa. Há pontos interessantes a serem desenvolvidos, como, por exemplo, a mudança de comportamento da Yuyu, que supostamente está relacionado a algum evento trágico.

Enfim, espero que Assault Lily: Bouquet renda bons frutos, ou melhor dizendo, que gere um resultado final tão agradável quanto um perfume de uma flor.

Obrigado a todos que leram este artigo, e até a próxima!

 

 

 

 

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