Eu não estava esperando muito desse episódio, mas ele entregou! Primeiro com a Yor ganhando intimidade com o Loid, depois com a Anya solidificando sua bela amizade com a Becky. Nessa prévia de (breve) despedida Spy nos tornou mais íntimos de suas potencialidades!

A “interceptação” da desolação da Yor por parte do Loid foi deveras conveniente, mas estava na cara que um momento de “rearranjo” dos falsos pombinhos era necessário. E não é porque o adultério pode resultar em prisão, é porque ele valoriza sua esposinha.

O que estranhei foi o convite para beber no balcão ao invés de um jantar, mas se pensarmos no efeito da bebedeira da Yor consigo dar um desconto, ainda mais pelo quão simples, mas verdadeiro, me parece ser esse extravaso de emoções quando as inibições rompem.

E o melhor de tudo foi a reação dela, uma rejeição a princípio, mas talvez algo mais simbólico e profundo que isso, afinal, a tentativa de sedução do Loid era artificial e não é como se um envolvimento amoroso real dela com o marido fosse significar pouco.

O fato da Yor ter despertado seu lado mulher, seus temores femininos, quando se embebedou denota que no fundo ela não está só preocupada com a conveniência, mas também a companhia, com a família e, ainda mais no íntimo, com o homem com o qual compartilha essa vida.

E isso é, de certa forma, recíproco, visto que a Yor é a única mulher com a qual o Loid baixa a guarda. E nem me refiro ao fato dele ter desmaiado com seu chute, mas a como demonstra fragilidades na sua frente, como, aliás, vem fazendo, e percebendo que faz, com sua família.

E nisso entra a conversa dos dois, a cantiga de ninar entoada pela carinhosa Yor que despertou no Loid lembranças da própria mãe. Sim, parece um pouco o caso do homem projetar a mãe na mulher, mas qual a outra forma de unir esses dois se não for pelo pacote família?

Além disso, o ninar é simbólico, representa o conforto, a segurança, que ela passa a ele e a Anya. Se o Loid é capaz de baixar a guarda na frente dela e melhor, contá-la algo verdadeiro, e muito íntimo, seu, de que outro sinal precisamos de que eles se sentem à vontade um com o outro?

No caso específico desse casal essa é a melhor forma de uni-los, afinal, o casamento começou por conveniência, há uma barreira de intimidade imposta pelas circunstâncias que só pode ser quebrada com a convivência, o costume e o sentimento de cumplicidade obtido nessa intimidade.

Intimidade essa alcançada a par de conveniências, mas não o bastante para roubar os créditos da construção narrativa erguida até aqui. A Yor e o Loid (a sua maneira) estão cada vez mais despertos para o que estão construindo juntos e não querem perder.

Outra coisa que não podemos perder de vista é como o segundo ato desse episódio foi bom, e bom, apesar de seus problemas estruturais que normalmente me irritam, até porque, em alguma instância, o aprofundamento dado a personagem específica deu uma certa justificada.

Digo, a Becky é muito “para frente” para a idade, mas como não ser sendo da família que é e tendo a infância solitária que teve? Ainda acho creepy ela tentando agir como adulta, mas não é como se eu nunca tivesse visto (seja na ficção ou na realidade) uma criança assim.

Além disso, a forma que o anime encontrou para equilibrar um pouco as coisas foi bem satisfatória. Primeiro que o “canguru perneta” da Anya foi uma tradução para lá de divertida, mas não ficou só aí, pois “Operação Estrias” também foi de fud*. E sabe o melhor disso tudo?

A Anya não vai, e nem precisaria, mudar por causa dessa influência, ela continuará sendo uma criança que mede o mundo pela quantidade de amendoins que pode ter (quase eu com biscoito recheado haha), enquanto a Becky já é bem diferente. Mas tá tudo bem, amizade é isso!

Criar um momento fashion (o da Anya foi bom, o da Becky foi cringe) no meio do passeio, destacar o cansaço da empreitada e, ainda assim, exaltar o divertimento que ela provocou foram formas muito boas de aprofundar a relação das duas muito naturalmente.

Como cereja do bolo tivemos o de sempre, a doçura da Anya, uma criança que mal sabe como consegue cativar as pessoas, seja sua amiga Becky (que precisava mesmo de uma amiga da sua idade) ou o rabugento Damian (refém do sorriso feliz de sua crush), mas o faz como o inferno.

Mas claro, um inferno no bom sentido. Spy está chegando a sua reta final e o indicativo é de alguma evolução na superfície da Operação Estrias—Digo, Strix, a qual é potencializada pela intimidade alcançada pelos personagens, necessária a qualquer história de família que se preze.

Até a próxima!

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