Confesso que gostei da roupagem dada as circunstâncias da “morte” do Toya e do “nascimento” do Dabi. Digo, ainda acho que os problemas psicológicos da família foram mais indicados que aprofundados, mas o anime não tem tempo para focar apenas nisso, né?

Ainda assim, penso que a maneira como a situação foi abordada, apontando claramente onde o Endeavor errou, mas não demonizando completamente sua figura, foi a melhor possível, até para não perder de vista a participação do restante da família e…

E os paralelos criados entre o que o Endeavor fez no passado e faria no presente, não fosse a coragem de uma mãe capaz de enfrentar seus fantasmas e dar amor aos seus filhos, de um filho pródigo capaz de perdoar e conciliar, além de irmãos que entenderam seus papeis.

Sim, o Dabi não nasceu apenas porque o Endeavor incutiu no Toya sua obsessão por superar o All Might. Essa foi a força motriz, mas outros fatores, outras negligências e erros, foram responsáveis pela situação chegar aonde chegou com a gravidade que a coisa tomou.

E não, não estou dizendo que a culpa é dos filhos e da esposa e não do pai, mas, apesar de ser principalmente dele, não é apenas dele. O Enji errou ao priorizar sua ambição em detrimento da família, mas não dá para tirá-lo como um sádico que apenas descartou as crias “defeituosas.”

Contudo, é inegável que ele fugiu de sua responsabilidade como pai ao perder o controle na frente dos filhos, brigar com a mãe (chegando a estapeá-la) e não buscar ajuda para o primogênito. Sim, com terapia, com ajuda psicológica, a coisa poderia ter tomado outro rumo.

E pode ter parecido um tanto quanto “piegas” centralizar essa tentativa de conciliação familiar na figura do Shoto, mas, convenhamos, se não fosse por ele talvez nada disso tivesse acontecido, seja pelo lado da mãe, seja pelo lado do pai, seja pelo lado do irmão.

Não, ele não é melhor que seus irmãos porque é um herói e está agindo como tal, mas sim, ele é um personagem elogiável pela maneira como o Kohei trouxe a problemática do pai, mas não esqueceu a da mãe e, em meio a elas, incutiu responsabilidades outras no garoto.

Garoto que está virando homem e sabe que precisa arcar com as responsabilidades que competem a sua família, coisa que nem mesmo o pai entendia até o reencontro desse episódio. Sendo esse, aliás, o maior erro do herói das chamas, sua incapacidade de lidar com a família.

Mas não, o Endeavor nunca foi um crápula cruel e dissimulado, e o Kohei acerta ao apresentá-lo mais como alguém que também precisava de ajuda que um ser imperdoável. Repito, isso não o exime de culpa, da maior culpa, mas torna sua redenção algo crível, até simpático.

Por fim, os números dois e três aparecem e a coisa toma proporções maiores, com a abertura da questão familiar visando sua importância para a sociedade e a conexão temática do Hawks com seu herói, Endeavor. Agora eles vão tentar se reconciliar com suas famílias/seus passados.

Mas para que as coisas fiquem em pratos limpos e eles saibam com o que estão lidando, uma pergunta precisará ser respondida, “o que é o One for All?” Nada melhor que responder isso após uma “DR” entre o Deku e aqueles que mais entende do assunto, não é mesmo?

Até a próxima!

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