The tale of outcasts (Nokemono-tachi no Yoru) é um anime de fantasia e drama do estúdio Ashi Productions que adapta o mangá de Makoto Hoshino. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“O demônio é sua salvação. A garota ao seu lado é seu passatempo. O encontro de ambos no Império Britânico ao fim do século XIX inicia a história de uma busca por um lugar onde se pode pertencer.”

 

Essa estreia me causou sentimentos mistos. De início fiquei com o coração na mão vendo a vida sofrida da heroína, depois notei a inspiração n’A Bela e a Fera e então me peguei gostando do clímax inicial e de para onde a história parece que irá…

Wisteria é uma azarada, para dizer o mínimo, tão azarada que até quando encontra uma figura com a qual se apegar precisa abrir mão de alguma coisa. Só isso já me fez ver o quanto o autor é sádico ou o quanto balanceia as benesses e desgraçadas em sua trama.

Pelo menos a complexa situação nos deu um vislumbre bem mais digno de Marbas, afinal, seu dilema de querer o bem de Westeria em contraposição a abrir mão da própria vida (por mais que não mais a quisesse) humanizou um personagem já bastante “humano.”

E antes que eu caia no clichê de chamar o padre de monstro, ele também era humano, só era a pior face da espécie, tudo em um único ser. A violência desse roteiro e o peso dramático dos acontecimentos narrados só não foi pior por causa do sorriso da heroína e…

O mínimo contrabalanço de seriedade e comédia feito nessa estreia, o qual credito um pouco também a Snow e seu fiel escudeiro (ou seria o contrário?). Quando o irmão foi dado como “desaparecido” e vendo o histórico da heroína era de se esperar esse desfecho.

O “cômico” é ela tomar um demônio justamente como sua nova família. Os pais dela foram mortos por um demônio? O que os demônios fizeram de mal a eles além de tornar a irmã uma “esquisitona?” Há algo aí, e não poderia ser diferente, o drama aqui é tudo.

Em outros tempos diria que o autor exagerou na pegada, tanto que ficou apelativo, mas realmente consegui gostar das personagens de cara, principalmente da interação entre os protagonistas e de como o emocional e o racional se equilibrou até onde era possível.

Mas não posso dizer que não foi um tanto quanto “pitoresco” ver uma criança pedindo para vender a alma ao demônio e isso parecer, pelo menos a quem acompanhava de fora, sua melhor opção, talvez a única, afinal, o irmão teria chegado atrasado, o Marbas não.

E sim, sei da conotação romântica que a relação dos dois pode ter, principalmente com o crescimento da heroína, mas, para ser sincero, também já estou cansado do “Usagi Drop alarm” de toda temporada e prefiro esperar bom senso do autor, nem que seja em vão.

Além disso, quem garante que adaptarão toda a história ou ao menos até um ponto de definição romântica? Sim, eu sei ser cínico quando convém e acho que nesse caso, de um anime com começo tão pesado, mas ao mesmo tempo cativante, vale a pena;

Por fim, o encerramento realmente me cativou, nos apresentando a vários seres sobrenaturais que devem agregar a trama. Eu só gostaria que a Westeria fosse capaz de ver isso… Mas olha, depois de tudo que ela sofreu talvez seja melhor que veja o mundo de outra forma mesmo.

The tale of outcasts não é A Bela e a Fera (até porque o Marbas vira ikemen quando quer e a Wisteria é uma criança) e nem Mahou Tsukai no Yome (no máximo parente próximo), mas vi valor no anime e acho que ele pode, para além do drama, ser uma ótima pedida.

Em uma temporada na qual a média está alta, Nokemono-tachi no Yoru é mais uma aposta a se fazer. Torço para que a simpática e doce Wisteria ache seu lugar no mundo e seja genuinamente feliz, por mais caro que seja o preço que ela terá que pagar. E será caro, já está sendo.

Até a próxima!

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